A paisagem do mundo político vê-se melhor fora das trincheiras. É demasiado vasto para caber em certezas permanentes. Ainda há alguma gente sem feitio para partidário, embora abrace a cidadania como prática reflexiva, tipo Sócrates de Platão. A política não devia ser um campo de batalha entre identidades, mas entre ideias sem bandeiras. Os seres humanos são os seres mais imperfeitos do Universo. Os erros da espécie humana são incomensuravelmente maiores do que os da espécie macaca. É a complexidade.
Ser cético, no sentido filosófico clássico, não é ser niilista. É recusar aceitar afirmações sem exame nos limites da consciência. Em política, traduz-se em evitar fanatismos, resistindo à propaganda. Um cético não é um agnóstico da política; é um crítico da estupidez política com escarninho. O cético é contra o mito da infalibilidade. E com ironia, tira um raio-X à moral, para mostrar onde estão os ossos partidos da argumentação. A participação política não exige que se seja militante de slogans. O mundo político é demasiado trágico para ser levado a sério. Em suma, Casimiro detesta tribalismos e mentiras ideológicas. Fora das trincheiras via melhor a paisagem. Critica tanto aqueles que se dizem de direita; como os líricos que se dizem de esquerda. O debate é: "a condição" da Liberdade.