A Civilização Minoica surgiu durante a Idade do Bronze Grega em Creta, a maior ilha do mar Egeu, e floresceu aproximadamente de 3.000 a.C. a 1.400 a.C. Foi redescoberta no começo do século XX durante as expedições arqueológicas do britânico Arthur Evans. O historiador Will Durant refere-se à civilização como "o primeiro elo da cadeia europeia". Os primeiros habitantes de Creta remontam a pelo menos 128 000 a.C., durante o Paleolítico Médio. No entanto, os primeiros sinais de práticas agrícolas não surgiram antes de 5.000 a.C., caracterizando então o começo da civilização. Com a introdução do cobre cerca de 2.700 a.C. foi possível o início da manufatura de bronze. A partir deste marco a civilização desenvolveu-se gradativamente pelos séculos seguintes, irradiando a sua cultura para boa parte dos povos do Mediterrâneo Oriental. Sua história apresentou períodos de conturbação interna, possivelmente causados por desastres naturais, que culminaram na destruição da maior parte de seus centros urbanos. Por volta de 1.400 a.C., enfraquecidos internamente, os minoicos foram totalmente assimilados pelos habitantes do continente grego, os micênicos, que repovoaram alguns dos principais assentamentos na ilha e fizeram com que esta prosperasse por mais alguns séculos.
A arte minoica foi extremamente fértil e engloba elementos adquiridos com os contactos com povos estrangeiros, assim como elementos autóctones. Havia produções utilizando barro (cerâmica), pedras semipreciosas (arte lítica) e metais. Em todos os casos os artefactos produzidos apresentam gradativa evolução à medida que a civilização se ia especializando. Os motivos artísticos incorporados nestas produções, assim como nos afrescos, representem a natureza e/ou elementos da mesma (animais, plantas), rituais religiosos e seres mitológicos. A religião minoica era matriarcal. Diferente dos micénicos, os minoicos tinham santuários em locais naturais (fontes, cavernas, elevações) ou nos palácios onde havia diversos espaços dedicados a práticas cultuais. Os minoicos desenvolveram inicialmente um sistema de escrita hieroglífico, possivelmente originário dos hieróglifos egípcios, que evoluiu para a escrita Linear A. Por sua vez esta evoluiu para a Linear B, que foi incorporada pelos micénicos. No Ocidente tem se mantido como um apreciado ícone desde seu aparecimento nos primórdios da civilização grega, mas já no período clássico havia quem duvidasse da sua existência. Permanece até hoje, porém, num lugar destacado entre os animais fabulosos no imaginário popular, na arte e no folclore, além de desempenhar um papel na cultura como alegoria e símbolo, aparecendo em uma infinidade de representações visuais e obras literárias, geralmente associado a conceitos de poder, força, dignidade e proteção.
Os mais antigos registros iconográficos foram encontrados no Egito datados do IV milênio a.C. O grifo pertence a uma grande família de seres híbridos alados encontrados nessas civilizações antigas, que incluem a esfinge, o touro alado, o leão alado, homens alados com cabeças de ave e suas variantes. No Antigo Egito a figura parece ter derivado de combinações variáveis do leão, do falcão e da esfinge, atestadas desde o período pré-dinástico. O grifo egípcio é também interpretado como uma manifestação do deus Hórus, que tinha a função de proteger os faraós, além de ter funções de guardião de lugares sagrados e das fronteiras entre o mundo visível e invisível. Foi associado ao poder real e, através da sua condição de símbolos dos deuses Osíris e Seth, aos pares de opostos luz/trevas e vida/morte. Aparecem descritos num papiro como os seres mais poderosos da Terra e como representantes da divindade solar, e em tal qualidade eram os dispensadores de bênçãos e executores da vontade divina.
Foi também particularmente comum na Pérsia desde o Império Aqueménida, assim como em parte da Índia e regiões asiáticas influenciadas pelo zoroastrianismo e o lamaísmo, sendo um personagem importante em festividades, sacrifícios e rituais e na mitologia relacionada à morte e sepultamento, pois como predadores terríveis eram os responsáveis simbólicos pela destruição do corpo possibilitando o renascimento espiritual. Neste sentido sua imagem muitas vezes era fundida à de outros animais necrófagos, como os lobos e abutres, e nas tradições orais e literárias persas seu caráter régio, benéfico e miraculoso é invariavelmente enfatizado. Também eram-lhes atribuídas qualidades como mediadores entre o céu e a terra e guardiães e protetores contra a calúnia, o mau-olhado e a feitiçaria.
É difícil interpretar com precisão o significado do grifo em todas essas várias culturas, e provavelmente desempenhava funções diferentes em cada uma delas, embora algumas características tenham sido muito comuns na maioria delas. Sua forma também teve variações. Às vezes o aspecto da águia é dominante, e noutras vezes tem mais características leoninas. Parecem ter sido mais comuns as associações mágicas e religiosas, aparecendo como criaturas protetoras de ambientes sagrados e como companheiros de deuses ou heróis. Também foram um emblema frequentemente carregado de atributos de poder, dignidade e majestade, sendo usado por famílias reais ou pela nobreza. Podiam ser um identificador de certos clãs, tendo associações com a ancestralidade e tradições familiares.
Pausânias disse que o seu corpo tinha manchas como o leopardo. Filóstrato referiu que os grifos da Índia eram venerados como animais sagrados de Hélio, o Sol. Disse que tinham as patas palmadas com membranas vermelhas, sua força excedia a dos elefantes e dragões, mas eram superados pelos tigres, e embora fossem alados não eram excelentes no voo, sendo capazes apenas de voos curtos por causa da forma inadequada das suas asas.
O grifo continuou um motivo popular nos séculos seguintes. Isidoro de Sevilha na obra Etimologias os descreveu como um animal quadrúpede com corpo de leão coberto de penas e como inimigo dos homens e cavalos. Foram representados guardando tesouros, nos bestiários medievais aparecem frequentemente predando grandes animai. Na canção de gesta - Huon de Bordeaux - o herói é carregado por um grifo até seu ninho, onde é atacado por matar os filhotes; Huon vence as feras e leva uma garra de presente para o imperador Carlos Magno. Alberto Magno repetiu a tradição clássica de que viviam no país dos hiperbóreos, e livros de viagens que foram muito lidos, como as crónicas de Odorico de Pordenone, Johannes de Plano Carpini e John Mandeville, traziam narrativas de tais animais vivendo em países longínquos do Oriente. Mandeville, por exemplo, disse que embora tivessem corpo de leão e águia, eram maiores e mais fortes que oito leões e mais poderosos do que cem águias juntas.








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