terça-feira, 12 de abril de 2022

Galatia





A Galatia era uma antiga área nas terras altas da Anatólia Central, que surgiu no século III a.C. após a suposta invasão dos gauleses que entrou pelos Balcãs em 279 a.C. Uma região que hoje abrange o círculo à volta de Ancara (Ancyra), capital da Turquia. F
oi deste acontecimento que resultou o nome de Galatia (a terra dos gálatas da Trácia), delimitada a norte pela Bitínia e Paphlagonia; a leste pelo Ponto e Capadócia; a sul pela Cilícia e Lycaonia; a oeste pela Frígia. Foram os gregos que usaram esse termo aos povos celtas da Anatólia: Tectosages; Trocmii; Tolistobogii. No século I a.C. alguns escritores gregos chamavam Hellenogalatai (Ἑλληνογαλάται), e os romanos chamavam Gallograeci. Embora os celtas se tivessem, em grande parte, integrado na Ásia Menor helenística, eles preservaram a sua identidade linguística e étnica. Os gálatas eram originalmente parte da grande migração liderada por Brennus que passaram pela Trácia e invadiram a Macedónia. 

No século IV a.C. os celtas haviam penetrado os Balcãs, entrando em contato com os trácios e os gregos. Em 380 a.C. eles entraram nas lutas guerreiras desencadeadas no sul da Dalmácia (atual Croácia),  chegando a circular rumores de que o pai de Alexandre Magno – Filipe II da Macedónia, havia sido assassinado por alguém usando uma adaga de origem celta. Arriano de Nicomedia escreve que "Celtas estabelecidos na costa jónica" estavam entre aqueles que vieram ao encontro de Alexandre, o Grande durante uma campanha contra os Getas, em 335 a.C. Vários relatos antigos mencionam que os celtas formaram uma aliança com Dionísio I de Siracusa que os enviou para lutar ao lado dos macedónios contra os tebanos. Em 279 a.C. duas fações celtas se uniram sob a liderança de Brennus e começaram a descer pelo sul da Bulgária em direção à Grécia. Uma força considerável destes celtas se separou do grupo principal para entrar pelo interior da Ásia Menor. Por essa altura, Nikomedes I da Bitínia contratou 20.000 mercenários gálatas para lutarem contra o seu irmão, Zipoetes, numa disputa pelo poder no Helesponto.

Os gálatas dividiram-se em dois grupos: um liderado por Leonrio; e outro liderado por Lutarius: E assim cruzaram o Bósforo. Em 277 a.C., quando as hostilidades terminaram, os gálatas saíram do controlo de Nikomedes e começaram a invadir cidades gregas na Ásia Menor enquanto Antíoco solidificava o seu governo na Síria. Os gálatas saquearam por todo lado até que os cidadãos de Eritras lhes pagaram um resgate. Em 275 ou 269 a.C. o exército de Antíoco enfrentou os gálatas algures na planície de Sardis, na Batalha dos Elefantes. Após a batalha, os celtas estabeleceram-se no norte da Frígia, na tal região que ficou conhecida pelo nome de Galatia.

Portanto, Os gálatas eram um povo celta que habitava uma região da Anatólia central, onde fica hoje Ancara, durante o período helenístico. Eles falavam uma língua intimamente relacionada com o gaulês, uma língua celta que contemporaneamente se falava na Gália. Ecos desse tempo ainda hoje se fazem sentir numa equipa de futebol com boa projeção no ranking das competições europeias de futebol: 
Galatasaray Spor Kulübü, mas com sede em Istambul.

Em 25 a.C., Galatia tornou-se uma província do Império Romano com Ancara (Ancyra) como sua capital. No século I, muitos gálatas foram cristianizados pelas atividades missionárias de São Paulo, de que são célebres as suas cartas aos gálatas reunidas nos Evangelhos do Novo Testamento. Os gálatas eram guerreiros, respeitados por gregos e romanos. Eles eram frequentemente contratados como soldados mercenários, às vezes lutando de ambos os lados nas grandes batalhas da época. Durante anos devastaram a metade ocidental da Ásia Menor como aliados de um ou outro dos príncipes em guerra. Em 64 a.C. Galatia tornou-se um estado subsidiário do Império Romano. A a antiga constituição perdeu efeito e três chefes (erroneamente denominados "tetrarcas") foram nomeados, um para cada tribo. Mas este arranjo logo cedeu antes da ambição de um desses tetrarcas, Deiotarus, contemporâneo de Cícero e Júlio César, que se fez mestre dos outros dois tetrarcas, tendo sido finalmente reconhecido pelos Romanos como rei da Galatia.


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