Depois do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 houve várias manifestações de estudantes universitários na América e no Reino Unido. Essas foram, predominantemente, pró-Palestina, e não a favor de Israel. Estudantes montaram acampamentos em várias universidades – Oxford, Cambridge, Liverpool, Edinburgh, SOAS (School of Oriental and African Studies), Manchester, Leeds, Bristol, Sheffield, Newcastle, entre outras – exigindo que instituições e empresas rompessem relações com Israel, como a retirada de investimentos, como demonstrações de apoio à causa palestiniana.
Os protestos incluíam slogans como “divest from genocide” (“retirar investimentos do genocídio”), “end institutional ties with Israel” (“romper laços institucionais com Israel”) e “divest from death” (“desinvestir da morte”), apontando forte posicionamento crítico em relação à política israelita na Faixa de Gaza.
Na realidade, os protestos foram marcadamente contrários às políticas israelitas e de apoio à Palestina. Não houve manifestações estudantis em defesa de Israel nesse contexto do pós-7 de outubro de 2023. Os protestos foram em massa pró-Palestina, com ações organizadas para pressionar universidades a romper vínculos com Israel, exigir cessar-fogo, e rechaçar o que descreviam como "cumplicidade com crimes em Gaza". Os governos e autoridades manifestaram preocupação em relação à segurança de todos os estudantes, incluindo comunidades judaicas, destacando a necessidade de combater o antissemitismo e, ao mesmo tempo, reforçando a lógica da liberdade de expressão.
Nos Estados Unidos da América, depois do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, também houve uma onda muito intensa de manifestações em universidades. Assim como no Reino Unido, o movimento foi predominantemente pró-Palestina e crítico de Israel. O caso mais mediático começou em Columbia University (Nova Iorque) em abril de 2024, com estudantes montando tendas no campus pedindo que a universidade desinvestisse de Israel e das empresas ligadas à guerra em Gaza. Esse exemplo espalhou-se rapidamente para dezenas de universidades: Harvard, Yale, MIT, Brown, Princeton, UCLA, UC Berkeley, Stanford, Michigan, Northwestern, entre muitas outras. Em várias universidades, a polícia foi chamada para desmontar acampamentos e prender estudantes, o que aumentou a visibilidade dos protestos.
Muitos protestos foram pacíficos, mas houve incidentes graves: grafites e slogans, slogans interpretados como antissemitas e intimidação de estudantes judeus. Isso gerou forte reação de autoridades universitárias, do Congresso e até da Casa Branca, que condenaram o antissemitismo. Ao mesmo tempo, ativistas pró-Palestina acusaram as autoridades de tentar criminalizar a dissidência e silenciar críticas legítimas a Israel. Audiências no Congresso dos EUA chegaram a chamar reitores de Harvard, MIT e UPenn para responder se “chamar pela morte dos judeus” violava regras de conduta. Episódio que teve repercussão nacional e levou à saída da reitora de Harvard, Claudine Gay.
A administração Biden tentou equilibrar a defesa da liberdade de expressão nos campi com a condenação de discursos de ódio. Governadores republicanos (como Ron DeSantis na Flórida) chegaram a tentar dissolver grupos pró-Palestina em universidades estaduais. A opinião pública ficou dividida: pesquisas mostraram que estudantes e jovens tendem a ser mais pró-Palestina, enquanto a população geral (sobretudo mais velha) manteve maior simpatia por Israel (Pew Research).
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