terça-feira, 16 de setembro de 2025

Transumanismo


Transumanismo (abreviado por h+) é um movimento filosófico, ou intelectual, que visa transformar a condição humana com o uso de tecnologias emergentes alcançando as máximas potencialidades em termos de evolução humana, que na sua evolução mais radical, ou seja, pós-humanista, prevê que seja possível transcender o patamar biológico da espécie humana, 
aumentando consideravelmente as capacidades intelectuais, físicas e psicológicas. Em suma, transcender o envelhecimento e a morte.

Influenciada pelos trabalhos seminais da ficção científica, é a visão de uma humanidade futura transformada. Tem atraído muitos adeptos. Mas também críticos e detratores, sobretudo das religiões e filósofos conservadores de direita. Um transumano é um humano que sofreu transformações visando o tal objetivo da eterna juventude e vida eterna. Eles dividem-se entre os “grinders”, que desenvolvem implantes cibernéticos para aprimorar suas capacidades, e os "biólogos" que fazem experiências genéticos em laboratórios caseiros.


A busca por um elixir da vida e eterna juventude já é tão velha como os primeiros épicos de Gilgamesh escritos em tabuinhas de argila fresca na Mesopotâmia pelos Sumérios. Julian Huxley, neto de T. H. Huxley, um biólogo, foi um dos primeiros a cunhar o termo ‘transumanismo’. E em 1923 o geneticista britânico, J.B.S. Haldane, pega nisso no seu ensaio Daedalus: Science and Future. Grandes benefícios viriam de aplicações das ciências avançadas para a saúde humana biológica e que cada um desses avanços daria início a algo que pareceria algo como o blasfemo ou perverso "indecente e não natural". Em particular, ele estava interessado no desenvolvimento da ciência da eugenia, ectogénese (criação e sustentação de vida num ambiente artificial) e as aplicações da genética para melhorar características humanas, como a saúde e inteligência.

Na década de 1960, é o cientista da computação Marvin Minsky que se debruça sobre as relações entre o ser humano e a inteligência artificial. Ao longo das décadas seguintes, este campo continuou a gerar pensadores influentes, como Hans Moravec e Raymond Kurzweil, que oscilava entre a área técnica e especulações futuristas de estilos transumanistas.

Os primeiros autodenominados transumanistas reuniram-se formalmente no início de 1980, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, que se tornou o principal centro do pensamento transumanista. Em 1986, Eric Drexler publicou Engines of Creation: The Coming Era of Nanotechnology, que discutiu as perspetivas para a nanotecnologia e montadoras moleculares, e fundou o Foresight Institute, a primeira organização sem fins lucrativos para tal investigação. No sul da Califórnia a Alcor Life Extension Foundation torna-se um centro para os futuristas. Em 1988, a primeira edição da Extropy Magazine foi publicada por Max More e Tom Morrow. Em 1990, em outra estratégia filosófica, criou a sua própria doutrina particular transumanista, que assumiu a forma dos Princípios do Extropy, lançando os alicerces do transumanismo moderno com uma nova definição. Anders Sandberg, um proeminente académico e transumanista, compilou várias definições. O termo “transumanismo” usado como sinónimo de “aprimoramento humano”. O transumanismo às vezes é confundido erroneamente com “pós-humanismo”.

Uma característica comum do transumanismo e o pós-humanismo filosófico é a visão de uma nova espécie inteligente para onde a humanidade vai evoluir e, eventualmente substituir. O transumanismo, interiorizando a perspetiva evolucionista darwinista, inclui a criação de uma espécie animal altamente inteligente por meio de melhoria cognitiva (ou seja, elevação biológica), numa deriva pós-humana.


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