terça-feira, 30 de abril de 2024

O resultado do encontro dos espanhóis com astecas e incas: a destruição de duas grandes culturas



Tenochtitlán era a capital do Império Asteca, localizada onde hoje é a Cidade do México. Fundada no século XIV, Tenochtitlán era uma das maiores cidades do mundo na época da chegada dos espanhóis em 1519. Ela era caracterizada por sua arquitetura impressionante, redes complexas de canais e pontes, além de ser o centro político, religioso e económico do império asteca. Hernán Cortés e seus homens ficaram maravilhados com a grandeza e a complexidade da cidade quando chegaram. No entanto, eles eventualmente conquistaram Tenochtitlán em 1521, encerrando o domínio asteca na região.

Moctezuma II, também conhecido como Motecuhzoma Xocoyotzin, foi o imperador asteca que governou Tenochtitlán quando os espanhóis liderados por Hernán Cortés chegaram ao México em 1519. Ele foi um líder poderoso e influente, mas sua resposta ambígua à chegada dos espanhóis contribuiu para a queda do Império Asteca. Moctezuma inicialmente recebeu Cortés e seus homens com cortesia, pensando que poderiam ser enviados pelos deuses ou representar uma ameaça. No entanto, ele acabou sendo aprisionado pelos espanhóis e, posteriormente, morto durante a conquista de Tenochtitlán em 1520. Sua morte marcou um ponto crucial na história da colonização espanhola das Américas.

Palácio de Cortés em Cuernavaca, no México, ainda está de pé. Construído no século XVI por ordem de Hernán Cortés, o palácio é considerado um dos exemplos mais antigos e bem preservados da arquitetura civil espanhola nas Américas. Inicialmente, o palácio serviu como residência de Cortés e posteriormente foi usado para vários fins, incluindo como prisão, governo local e museu. Hoje em dia, o Palácio de Cortés é um ponto turístico importante em Cuernavaca, atraindo visitantes interessados em história e arquitetura colonial.



Palácio de Cortés em Cuernavaca, México,

Tecuichpochtzin, ou Tecuichpo (chamada Isabel Montezuma), foi uma nobre asteca que se casou com Hernán Cortés, o conquistador espanhol. Seu casamento foi um evento político que visava solidificar a aliança entre os astecas e os espanhóis. A relação entre eles foi complexa, marcada por tensões culturais e políticas, mas também por uma mistura de interesse e respeito mútuo. Ela desempenhou um papel significativo como mediadora entre os mundos asteca e espanhol durante um período de mudança radical no México.

Durante a conquista espanhola do México, a varíola e outras doenças trazidas pelos europeus tiveram um impacto devastador na população indígena, incluindo os mexicas (astecas). Estima-se que até 90% da população nativa das Américas tenha sido dizimada por doenças como varíola, sarampo e gripe, para as quais eles não tinham imunidade. Essas doenças se espalharam rapidamente entre as populações indígenas, causando um declínio enorme na população muito antes de muitos confrontos diretos entre os espanhóis e os povos indígenas. O impacto das doenças europeias foi, de fato, mais devastador do que a própria guerra e influenciou significativamente o resultado da conquista espanhola das Américas.

O peiote, uma planta alucinógena usada em práticas religiosas e rituais, muito usada pelos nativos americanos, não era tão prevalente na região central do México, onde os astecas viviam. No entanto os astecas tinham outras plantas e substâncias psicoativas em sua farmacopeia, mas o peiote não era uma delas em grande escala. Também não há evidências históricas confiáveis que confirmem a prática generalizada de canibalismo entre os astecas. Existem relatos de sacrifícios humanos entre os astecas, que faziam parte de suas práticas religiosas e rituais, onde partes do corpo das vítimas poderiam ser consumidas como uma forma de comunhão ritualística. No entanto, esses sacrifícios não devem ser confundidos com canibalismo como é comumente entendido. O canibalismo, como uma prática cultural generalizada, não é amplamente aceite pelos historiadores como parte da sociedade asteca. Muitos desses relatos foram exagerados ou distorcidos pelos conquistadores espanhóis e outros europeus com o objetivo de demonizar os povos indígenas das Américas.

A divisão do Império Inca em Quito e Cuzco ocorreu durante o governo do imperador Huayna Capac no século XV. Ele estabeleceu Quito como uma das principais cidades do império e dividiu o território em duas partes, com Cuzco continuando como o centro administrativo e cultural do sul, e Quito como o centro do norte. Essa divisão refletiu a expansão do império para o norte, além das fronteiras originais em Cuzco.

Atahualpa e Huáscar foram meio irmãos e rivais pela sucessão ao trono do Império Inca após a morte de seu pai, Huayna Capac. A luta entre Atahualpa e Huáscar pelo controlo do império, conhecida como a guerra civil inca, ocorreu entre 1529 e 1532. Atahualpa emergiu vitorioso.
 


Cuzco - Templo do Sol - Coricancha - Convento de Santo Domingo

Coricancha, também conhecido como Templo do Sol, era um dos templos mais importantes do Império Inca e fica em Cuzco, a capital imperial, situada a 3.400 metros acima do nível do mar. Este templo era dedicado ao deus Sol, Inti, e era considerado o centro religioso e espiritual do império. O Coricancha foi construído com pedras polidas cuidadosamente encaixadas, exibindo a habilidade arquitetónica avançada dos incas. Além de ser um local de adoração, o Coricancha também era usado para cerimónias importantes e rituais religiosos. Infelizmente, grande parte do templo foi destruída pelos espanhóis após a conquista do Império Inca, e as fundações do Convento de Santo Domingo foram construídas sobre suas ruínas.

O encontro entre Francisco Pizarro e Atahualpa ocorreu em Cajamarca, no Peru, em novembro de 1532. Atahualpa estava acampado com seu exército nas proximidades da cidade quando Pizarro, acompanhado por um pequeno grupo de soldados espanhóis, o encontrou. Pizarro, aproveitando-se das tensões internas no Império Inca entre os partidários de Atahualpa e Huáscar, convidou Atahualpa para se encontrar com ele em Cajamarca para discutir a paz e trocar presentes. No entanto, assim que Atahualpa chegou, os espanhóis lançaram um ataque surpresa, capturaram Atahualpa e mataram muitos de seus seguidores. Esse encontro foi decisivo na queda do Império Inca e na subsequente conquista espanhola do Peru. O "Piru", forma antiga de se referir ao Peru, era parte do vasto território controlado pelos Incas antes da chegada de Francisco Pizarro, o líder da expedição espanhola. A conquista do Piru foi marcada por violência, traição e conflitos com os nativos, resultando na subjugação dos Incas e na instalação do domínio espanhol na região.




Os cavalos de Pizarro não carregaram diretamente sobre os incas durante o encontro em Cajamarca. Os espanhóis utilizaram uma estratégia diferente. Quando os incas chegaram para o encontro com Pizarro, eles foram surpreendidos pelos espanhóis, que estavam escondidos nas construções ao redor da praça principal de Cajamarca. Os espanhóis então lançaram um ataque surpresa, utilizando armas de fogo, cavalos e a ajuda de seus aliados indígenas, os quíchuas. A surpresa e o choque da tecnologia e táticas desconhecidas foram fatores decisivos na rápida vitória espanhola, mesmo contra um exército numericamente superior.

Após a conquista do Império Inca, Francisco Pizarro e seus homens saquearam vastas quantidades de ouro e outros tesouros dos incas. Parte desse saque foi fundido para ser transportado derretido e refinado em lingotes para a Coroa Espanhola. Muitos objetos de ouro e prata foram derretidos para esse fim, incluindo estátuas, máscaras, utensílios e outros artefactos preciosos. Essa prática era comum entre os conquistadores espanhóis, que visavam lucrar com as riquezas encontradas nas terras que conquistavam.

Antes de ser executado na fogueira, Atahualpa foi estrangulado. Depois de ser capturado em Cajamarca, ele foi mantido como prisioneiro pelos espanhóis. Durante seu cativeiro, Atahualpa foi julgado sumariamente em um tribunal espanhol e condenado à morte por supostos crimes contra os conquistadores espanhóis. Sua execução por estrangulamento ocorreu em 26 de julho de 1533, na cidade de Cajamarca. Este evento foi um dos eventos chave na queda do Império Inca e na subsequente conquista espanhola do Peru.




Cuzco era uma cidade deslumbrante e uma das mais importantes do Império Inca. Localizada nas montanhas dos Andes, no atual Peru, Cuzco era o centro administrativo, cultural e religioso do império. A cidade era conhecida por sua arquitetura impressionante, incluindo templos, palácios e fortalezas construídos com precisão e engenhosidade pelos incas. Além disso, Cuzco era adornada com ruas pavimentadas, praças bem planeadas e uma rede de aquedutos e canais de água. Sua importância histórica e beleza arquitetónica tornaram Cuzco a rainha das cidades históricas da civilização inca.

Após a queda do Império Inca, os espanhóis instalaram Manco Inca Yupanqui como um líder Inca aparentemente subserviente ao domínio espanhol. Manco foi inicialmente escolhido pelos conquistadores espanhóis por sua linhagem real e sua aparente cooperação. No entanto, Manco logo percebeu que os espanhóis não tinham intenção de respeitar a autonomia do Império Inca. Ele liderou uma revolta contra os espanhóis, iniciando uma guerra de guerrilha para tentar expulsá-los de Cuzco e restaurar a independência do império. Essa revolta foi o início de uma longa resistência contra a dominação espanhola na região.

Se os espanhóis levaram para as Américas as epidemias virais que dizimaram mais de 80% de certas populações indígenas, os espanhóis também trouxeram de lá uma doença devastadora, embora não tão epidémica. Em contrapartida, os espanhóis trouxeram para a Europa uma das doenças mais significativas que se originou nas Américas, a sífilis. A sífilis, uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, acredita-se que era endémica entre as populações indígenas das Américas antes da chegada dos europeus. Com o contacto entre os europeus e os povos nativos americanos no século XVI, a sífilis posteriormente se espalhou para outras partes do mundo, uma das primeiras doenças globais a serem documentadas.




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