quinta-feira, 13 de novembro de 2025

As famosas gárgulas de Notre Dame




As famosas gárgulas de Notre Dame - depois do incêndio - já começaram a ser reinstaladas na catedral parisiense. Os escultores tiveram de reconstruir algumas gárgulas que haviam sido destruídas no incêndio de 2019. Destruídas total ou parcialmente as figuras fantásticas de ar assustador foram reconstruídas uma a uma. Na arquitetura, especificamente na arquitetura gótica, uma gárgula é um ser grotesco esculpido ou formado com um bico projetado para transportar água do telhado, evitando assim que a água da chuva escorra pelas paredes. Os arquitetos costumavam usar várias gárgulas neste tipo de edifícios para dividir o fluxo de água da chuva do telhado a fim de minimizar os danos potenciais das tempestades. Uma calha é cortada na parte de trás da gárgula e a água da chuva normalmente sai pela boca aberta. 

Gárgulas são geralmente animais fantásticos alongados porque o seu comprimento determina a que distância a água é direcionada da parede. Gárgulas, especialmente na Idade Média, eram ornadas com figuras monstruosas, humanas ou animalescas, comumente presentes na arquitetura gótica. O termo vem do francês - gargouille, gargalo ou garganta (latim gurgulio, gula). Palavras similares derivam da raiz gar (engolir) - palavra onomatopaica do gorgulhante som da água.


Por assim dizer, as gárgulas, que fazem parte de toda uma mitologia religiosa supersticiosa, eram colocadas nas Catedrais Medievais para indicar que o demónio nunca dormia, exigindo a vigilância contínua das pessoas, mesmo nos locais sagrados. Uma lenda francesa gira em torno do nome de São Romano, primeiro chanceler do rei merovíngio Clotário II, que foi bispo de Ruão. A história relata como ele e mais um prisioneiro voluntário derrotaram a Gargouille (um dragão-do-rio ou serpente-do-rio) que vivia nos pântanos da margem esquerda do rio Sena, em Ruão, e que afundava os barcos e comia as pessoas e os animais da região. Um dia, o bispo atraiu a gárgula para fora do rio com um crucifixo, e usando o seu lenço como cabresto, levou o monstro até à praça principal. Lá, os aldeões queimaram-na até à morte.

O aspectos surpreendente dos monstros e o lado místico que os envolve não passou despercebido dos artistas que viam neles criaturas fabulosas, integrando-as as suas histórias. Assim, Victor Hugo, em seu romance - Notre-Dame de Paris -, concedeu um espaço importante da sua estória às gárgulas. Elas fazem referência, por causa da sua feiura aparente e função de salvação, ao corcunda Quasimodo.



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