sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Museu Alexandre Villedieu


Localizado em Loos-en-Gohelle, o Museu Alexandre Villedieu reúne uma coleção de objetos da Primeira Guerra Mundial encontrados em grande parte na zona à volta da cidade.



No Museu Alexandre Villedieu, em Loos-en-Gohelle, um cartaz avisa: "Visitante, lembre-se que por trás de cada objeto havia um homem". Gilles Payen, presidente da associação Loos, nas pegadas da Grande Guerra, que gere o museu, aproxima-se de uma vitrine: aquilo é a faca de abrir cartas do meu bisavô. O abridor de cartas é exibido no meio de centenas de armas, medalhas, cartões, uniformes, mas também colheres e garrafas. Todos os objetos estiveram nas mãos dos soldados: franceses, escoceses, canadianos. Gilles Payen e os voluntários da associação fazem com que os objetos falem para contar a história da Grande Guerra através deles.


A caneta Waterman de Alexandre Villedieu

Em 4 de agosto de 1908 a Waterman's Fountain Pen Company gravou a data de fabrico numa das suas novas canetas de tinta permanente com aparo de ouro. A caneta viria a tornar-se propriedade de um francês chamado Alexandre Villedieu. Entretanto Alexandre acabou por ser alistado na Frente Ocidental da Primeira Grande Guerra. Ora, Villedieu, enquanto combatia, levava no bolso a tal caneta, e ainda a tinha em maio de 1915. Mas foi morto em batalha e, o seu corpo, tal como o corpo de dezenas de milhar de outros, não foi encontrado até chegar à primavera de 1996, quando um agricultor o encontrou quando lavrava a terra para a nova sementeira. Foi assim que o corpo de Alexandre Villedieu voltou à luz do dia, bem como o seu cachimbo, um canivete suíço, o cinto militar, e a dita caneta Waterman.


O Museu Alexandre Villedieu, havia sido fundado por Duparcq em 1992. Depois passou a ter o nome do dono da caneta Waterman, que ainda funciona. Todos os objetos apresentados no museu foram encontrados de forma semelhante, ou proveniente de doações: "Muitas vezes, as pessoas trazem-nos de volta porque não conseguem deitar fora um pedaço da sua história. Em breve não teremos espaço suficiente!"

Os objetos às vezes vêm de muito longe: Loos foi palco de três batalhas. Aqui as forças alemãs lutaram contra os franceses, os britânicos e os canadenses. A associação mantém ligações em todo o mundo com os descendentes dos soldados. Nos dias 12 e 13 de outubro de 2019, o museu comemorou a Batalha de Loos, que começou em 25 de setembro de 1915. Uma oportunidade para mergulhar neste período da história através de um desfile musical. Não esquecendo o que aqui se passou, preservando e transmitindo a memória dos soldados, sensibilizando os mais novos. É isso que move Gilles Payen e todos os membros da associação.

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