quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Missing Migrants Project

Desde janeiro, contam-se mais de 105 mil pessoas que tentaram atravessar o Mediterrâneo. Só 73 696 chegaram à Europa, segundo dados do Missing Migrants Project http://missingmigrants.iom.int/

Todas as outras, para além das que morreram, foram intercetadas no caminho e, possivelmente, devolvidas aos países de onde partiram, quase sempre a Líbia. O desembarque de navios de ONG em Itália estão a ser dificultados pelas autoridades. Como os navios não têm onde atracar, o número de missões diminuiu. No entanto, no Mediterrâneo, todos os dias centenas de pessoas continuam a fazer a travessia. Assim, é esperado que o número de mortes aumente drasticamente.

Ficar dias à espera que lhes seja atribuído um porto seguro tornou-se quase regra para os navios das ONG, após o regate de migrantes. O mais mediático dos casos, e por ter sido o primeiro, foi o do Aquarius (com mais de 600 pessoas a bordo). Seguiram-se outros casos, incluindo o navio Lifeline – do qual Portugal recebeu também 30 pessoas, que chegaram a 29 de julho a Lisboa e foram acolhidos pelo Conselho Português para os Refugiados, no Centro de Acolhimento da Bobadela.

Um dos problemas apontados pelas autoridades é o dos traficantes e contrabandistas que se aproveitam de um negócio que explora a miséria humana. O Conselho Europeu e os líderes de todos os Estados-membros apelam a todos os navios que respeitem a lei internacional e não interfiram com as operações da Guarda Costeira Líbia. Mas sem ONG, e com as águas patrulhadas pela Guarda Costeira Líbia, as pessoas são intercetadas e transportadas novamente para a Líbia, onde são sujeitas a tortura e abusos. A última vez que não houve qualquer navio de resgate operado por uma ONG no Mediterrâneo, mais de 300 pessoas morreram no mar. Foram 11 dias sem ninguém para acorrer a eventuais salvamentos. O último caso reportado pelos Médicos Sem Fronteiras é de um naufrágio no Mediterrâneo onde terão morrido 100 pessoas. No dia 1 de setembro dois barcos de borracha deixaram a costa da Líbia, cada um com cerca de 160 pessoas oriundas de vários países entre os quais: Sudão, Gana, Camarões, Nigéria e Mali.

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