segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Germânico e as tribos germânicas



Germânico Júlio César [15 a.C. – 19 d.C.] foi um dos mais importantes generais dos primeiros anos do Império Romano, especialmente por suas campanhas na Germânia. 
"Germânico" foi acrescentado ao seu nome em 9 a.C. por via do seu pai, ao qual esse nome havia sido dado depois das grandes vitórias que ele havia obtido na Germânia. Em 4 a.C., Germânico foi adotado por seu tio paterno - Tibério - o sucessor de Augusto como imperador uma década depois. Por causa disto, Germânico passou a fazer parte da gente Júlia, outra importante família da época da qual ele já era parente pelo lado de sua mãe. Sua ligação aos Júlios foi consolidada através de seu casamento com Agripina (a velha), que era neta de Augusto.


Agripina e Germânico, por Rubens

Segestes era um chefe de tribo germânica - queruscos - mas esteve envolvido nas campanhas do lado dos Romanos que estes levavam a cabo para a conquista da Germânia durante o reinado do imperador Augusto

Armínio era um nobre militar pertencente também à tribo dos queruscos, rival de Segestes. Armínio tinha casado com Tusnelda, que era filha de Segestes. Ora, este casamento, contra a vontade de Segestes, acabou por minar ainda mais a relação entre eles. 

Segestes, como era partidário dos Romanos, entretanto alerta o governador romano - Públio Quintílio Varo - que Armínio e outros nobres queruscos estavam a preparar uma conspiração no sentido de se revoltarem. Estávamos no ano 9 d.C. Mas o seu alerta não foi levado em grande consideração. O que se seguiu foi que Varo acabou por morrer numa batalha que ocorreu na floresta de Teutoburgo. Os queruscos continuaram com os seus planos, e Segestes, em trocas de correspondência com Germânico, continuava a reiterar os planos que os queruscos tinham em mira. 




Os queruscos, ao descobrirem a traição de Segestes, tentaram o seu assassinato em sua própria casa. Mas este atentado não foi bem sucedido uma vez que na hora certa foi salvo por um destacamento romano, ainda que com enormes dificuldades. Germânico concedeu a Segestes um refúgio em Narbo Márcio. Sigismundo, o filho de Segestes que havia participado na revolta, acabou por ser perdoado por Germânico. O filho não só tinha lutado contra Roma em 9 d.C., como também, segundo se dizia, havia desonrado o cadáver de Varo, porém, uma vez mais, a vantagem a ser obtida ao acolher desertores inimigos foi maior do que a cólera romana. Além dos preparativos práticos, Germânico dedicou atenção particular à saúde e ao moral dos seus homens, visitando os hospitais dos quartéis de inverno, conversando com os soldados e elogiando seus feitos de coragem.

A campanha diplomática para trazer chefes guerreiros germânicos para o lado de Roma continuou no tempo de Segimero, do irmão de Segestes. Na primavera de 16 d.C., o exército uniu-se à esquadra no território dos batavos, uma tribo que ocupava a “ilha” entre o Reno e o Waal e que forneceu muitos auxiliares para o exército romano. Os batavos eram uma ramificação dos catos que tinham atravessado o Reno e lá se estabelecido após uma disputa interna. Antes do início da campanha principal, Germânico enviou uma pequena coluna ligeira para atacar os catos. Ao mesmo tempo, chegaram notícias de que um forte romano construído perto do local do desastre de Varo estava sob ataque. Grande parte do exército foi incumbida da tarefa de construir quase mil barcos para serem adicionados à frota já estacionada no Reno. O exército seria transportado até ao local mais longe possível por água, navegando ao longo da costa do mar do Norte e passando pelas Ilhas Frísias para aportar já no interior do território inimigo.



Ilhas Frísias Orientais

Sem comentários:

Enviar um comentário