A realidade das coisas tal como elas são é problemática quando temos de a descrever por palavras enquadradas por conceitos. É ao nível da descrição que residem os problemas no que respeita à evidência da verdade. Fazemos as nossas representações do mundo, mas toda a estrutura daquilo que podemos conceber reside nas nossas representações.
Uma evidência científica é uma prova empírica de acordo com o método científico em vigor num dado momento histórico, a que Thomas Kuhn chamou paradigma. Os padrões de evidência científica variam de acordo com o campo da investigação. Por exemplo, a aparente falta de movimento da Terra pode ser tomada como evidência para uma cosmologia geocêntrica. No entanto, após a apresentação de evidências suficientes, e explicada a aparente falta de movimento, vingou a cosmologia heliocêntrica. Assim, o paradigma inicial foi descartado, e por essa via caiu por terra a evidência que anteriormente era apresentada.
Um método mais formal para caracterizar o efeito das crenças de fundo é a inferência bayesiana. Na inferência bayesiana, as crenças são expressas estatisticamente. Começa a partir de uma probabilidade inicial, e então atualiza essa probabilidade usando o teorema de Bayes, após a observação. Como resultado, dois observadores independentes do mesmo evento poderão chegar racionalmente a conclusões diferentes, se as observações anteriores forem ambas relevantes para a conclusão, ainda que diferentes. No entanto, é através de trocas de pontos de vista interpares, que por fim se pode chegar a uma conclusão consensual: Teorema do Acordo de Aumann.
A importância das crenças de fundo na determinação de quais observações são evidências pode ser ilustrada usando o raciocínio dedutivo. Este raciocínio é um pilar da Lógica: uma conclusão tem de ser verdadeira se derivar de premissas verdadeiras; se qualquer das proposições não for aceite como verdadeira, a conclusão também não será aceite como verdadeira.
Karl Popper foi um filósofo que muito contribuiu com teorias para a evidência do método científico. Um cientista desenvolve criativamente uma teoria que pode ser falsificada se a testar com as evidências, ou os factos conhecidos. Uma teoria pode ser contestada se as evidências a contrariarem. Mas nenhuma evidência é definitiva para provar que uma teoria está certa, porque podem sempre aparecer novas evidências que a contrariem. Popper deu o exemplo dos cisnes. Durante muito tempo estava certa a teoria que dizia que todos os cisnes eram brancos, porque até aí nunca ninguém tinha visto um cisne de cor diferente. Mas um dia essa contestação chegou, porque afinal existiam cisnes pretos numa região do mundo que ninguém do resto do mundo tinha conhecimento.
A comunidade filosófica investigou os requisitos lógicos para a evidência científica por meio do exame da relação entre evidências e hipóteses, em contraste com abordagens científicas que se concentram nos factos candidatos e em seu contexto. E, efetivamente, há uma variedade de abordagens filosóficas para decidir se uma observação pode ser considerada evidência.
Um critério matemático para avaliação de evidências foi desenhado segundo a velha ideia da Navalha de Ockham: a descrição mais abrangente das evidências, e mais simples, é provavelmente a mais correta. O princípio ideal estabelece que a probabilidade anterior associada à hipótese deve ser dada pela probabilidade universal algorítmica. Testar hipóteses e teorias está no centro do processo da ciência. Essa crença filosófica no "teste de hipóteses" como essência da ciência é predominante entre cientistas e filósofos. É importante ressaltar que tal princípio não leva em conta todas as atividades ou objetivos científicos de todos os cientistas. Quando Geiger e Marsden espalharam partículas alfa através de uma folha de ouro muito fina, por exemplo, os dados resultantes permitiram que o seu conselheiro experimental, Ernest Rutherford, calculasse com muita precisão a massa e o tamanho de um núcleo atómico pela primeira vez. Nenhuma hipótese foi necessária.
A comunidade filosófica investigou os requisitos lógicos para a evidência científica por meio do exame da relação entre evidências e hipóteses, em contraste com abordagens científicas que se concentram nos factos candidatos e em seu contexto. E, efetivamente, há uma variedade de abordagens filosóficas para decidir se uma observação pode ser considerada evidência.
Um critério matemático para avaliação de evidências foi desenhado segundo a velha ideia da Navalha de Ockham: a descrição mais abrangente das evidências, e mais simples, é provavelmente a mais correta. O princípio ideal estabelece que a probabilidade anterior associada à hipótese deve ser dada pela probabilidade universal algorítmica. Testar hipóteses e teorias está no centro do processo da ciência. Essa crença filosófica no "teste de hipóteses" como essência da ciência é predominante entre cientistas e filósofos. É importante ressaltar que tal princípio não leva em conta todas as atividades ou objetivos científicos de todos os cientistas. Quando Geiger e Marsden espalharam partículas alfa através de uma folha de ouro muito fina, por exemplo, os dados resultantes permitiram que o seu conselheiro experimental, Ernest Rutherford, calculasse com muita precisão a massa e o tamanho de um núcleo atómico pela primeira vez. Nenhuma hipótese foi necessária.
Embora a frase "prova científica" seja frequentemente usada, todavia, muitos cientistas têm argumentado que realmente não existe tal coisa. E Karl Popper foi dos primeiros a afirmar isso: "Nas ciências empíricas, que sozinhas podem nos fornecer informações sobre o mundo em que vivemos, as provas não ocorrem, se quisermos dizer por 'prova' um argumento que estabelece de uma vez por todas a verdade de uma teoria”. E Einstein chegou a afirmar: "A Natureza nunca diz 'sim' a uma teoria; nos casos mais favoráveis diz 'talvez'; e na grande maioria dos casos simplesmente diz 'não'."
Sem comentários:
Enviar um comentário