quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Um vinho do porto pelo Natal




Muito pouco, um dedo...

Célebre em todo o mundo, os ingleses que o digam, pertence às grandes famílias dos vinhos doces naturais ou vinhos de licor, que conservam os seus aromas de frutos frescos mediante o contributo da aguardente que suspende a fermentação da uva.

O porto branco é destinado a aperitivo, mas é o tinto que é servido em portos de honra. Os rubis são portos jovens com menos de três anos. Os tawnys são envelhecidos em cascos de carvalho e há-os de várias idades a parir dos dez. E os vintages também são datados, mas o envelhecimento faz-se na garrafa.

Não é boa ideia, depois de aberta a garrafa, ser guardado por muito tempo, como era antigamente hábito em muitas casas portuguesas. Ouvia-se às vezes esta frase pelo Natal: "Esta ainda é do Natal do ano passado". Ora, como a música de fundo à refeição, o fundo da garrafa do porto também deve ser evitado.

Por isso um porto é um bom pretexto para no Natal se brindar à paz e saúde da família, numa ou duas rodadas servido em copos pequenos, não mais que um dedo ou dedal, para rimar com Natal.

A cada soçobrar das provas o poeta responde com uma salva de porvir. 

René Char

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