Quando, na noite da primeira vitória de Cavaco Silva para a Presidência, em 2006, as televisões mostraram o recém-eleito na sua marquise, o humorista Ricardo Araújo Pereira não resistiu a comentar:
«Duvido que Bush alguma vez tenha posto os pés numa marquise, quanto mais ter-se deixado filmar nela. Suspeito que a rainha de Inglaterra não saiba, sequer, o que é uma marquise. Quando penso em Cavaco Silva, só me ocorre a imagem do novo Presidente a falar ao telefone na marquise. Nem eu nem o país merecemos isto. Até porque, se havia coisa de que Portugal não estava precisado era de um incentivo à construção de marquises. Como é evidente, as poucas pessoas que ainda não têm a varanda fechada (em Lisboa, acho que são sete), viram Cavaco a passear na sua marquise e não puderam deixar de pensar: "Eu também quero uma coisa daquelas". Aquilo que o povo português viu na noite das presidenciais (...) foi uma hora de publicidade gratuita ao comércio de caixilharias.»
O arquiteto, Manuel Graça Dias, que em 2009 lançou uma campanha contra as marquises em Portugal, disse:
«Mas estas marquises significam que, num sistema democrático, uma pessoa banal também pode ascender à Presidência da República. O uso das marquises banalizou-se de tal forma que até a família Cavaco as tem. Admito que hoje não as fizessem.»
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