Quando cheguei ao número da porta que me haviam indicado, toquei três vezes. Do intercomunicador ouviu-se uma voz velha: "quem é?" E eu disse: "Cá está outra vez um epígono de Hipócrates, um seu imitador de pouco mérito."
É tão difícil ficar velho sem um motivo. Enquanto jovens deitamo-nos ao sol e parecemos diamantes. E diamantes, como são para sempre, fazemos dos sonhos realidade, e vamos para a guerra como tantas aventuras. É a tal frase batida: “não sei para onde vou, sei que não vou por aqui”. As tais coligações pela negativa, ou seja, não há nada como um inimigo para cooperar. É Darwin no seu melhor: "salve-se quem puder– sempre!" Exceto quando há um inimigo por perto – "Um por todos e todos por um!" (E pluribus uno; In God We Trust). Aqui, o inimigo, chama-se: Hipócrita. Vencer a hipocrisia é mandar deitar o lobo que temos em casa com as ovelhas, é a metáfora para dizer que o castigo a dar aos "bully boy/bully girlfriend" – é mandá-los para uma escola de judo. A sério!
Ele não quer parecer como um cavalo moribundo. Ele tinha cavalos brancos e “ladies” como prémio, por ter ido lutar na guerra pelo seu país. Senhoritas com quem se deitava na cama feita de penas, e coberta a ouro e rendas brancas. E ele dançava com elas, com elegância, dizendo: “O paraíso pode esperar, vamos observar a Estrela Polar”. E parafraseava António Gramsci: "Atenta o presente, se o queres transformar. Deseja o melhor com o otimismo da vontade; mas espera o pior com o pessimismo da razão."Ele era daqueles que não queria morrer jovem. Mas também não queria viver para sempre. Ele sabia que não tinha esse poder, mas nunca disse nunca. Em vez de atirar a granada, sentou-se numa duna, que a vida é curta. Em vez de louvar os seus heróis, pois a corrida ainda não estava ganha, deitou-se ao sol. Aquela música do viver para sempre, ou de ser eternamente jovem, era música de homens loucos de água e de calor - alguns a dar o ritmo; outros a melodia.Mais cedo ou tarde todos temos de partir. O Povo cantou a sua glória. A Sorte saudou-o com honrarias. Mas num dia de insurreição, uma bala perdida de um insurgente, perfurou-lhe o coração. Então as Senhoritas recolheram-no e deitaram-no no colchão feito de penas. E enquanto os insurgentes deitavam dinheiro pelo chão, o seu sangue derramado corria no colchão. E ele chorou. E depois morreu.
Personalidades como Elon Musk defendem a terraformação de Marte: transformar o clima e outras características do planeta Marte para o tornar habitável pelos humanos. Mas isso é uma loucura, peço desculpa, porque é na Terra que ele se deveria concentrar para resolver o problema do aquecimento e da crise climática da Terra.
Marte é um sítio pior para se viver do que o topo do Evereste, o Pólo Sul ou o fundo do Oceano. Lidar com as alterações climáticas na Terra, apesar de ser um desafio titânico, acaba por ser menos impossível, comparado com a transformação de Marte para a espécie humana ir para lá viver. É uma ilusão perigosa pensar que podemos escapar dos nossos problemas emigrando em massa para Marte. Não há planeta B, ponto final. Elon Musk disse que queria morrer em Marte. Que não me me diga pelo impacto da queda ao chegar lá.
A questão central é: O que pode fazer o Ocidente – perante regimes autoritários e ditatoriais mais ou menos poderosos (China e Rússia), que desafiam abertamente a ordem internacional – sem medo de represálias? Nada! Historicamente, as pandemias acabam por dar lugar a períodos de euforia, social e económica. Não há nenhuma razão para se pensar que desta vez seja diferente, mesmo que essa euforia esteja errada, tenha pés de barro. A natureza humana conduzirá uma larga maioria a um acerto de contas com o confinamento.
A realidade não é o que parece. Sabem-se algumas coisas sobre o trabalho de Demócrito, mas é pena não se saber mais. Em todo o caso, já se sabe mais sobre Aristóteles. Definitivamente. Depois Newton; e Einstein. Este mudou a forma de Newton pensar o espaço-tempo. Mas agora precisamos de modificar a forma de pensar de Einstein para estudar a gravidade quântica. Portanto, continua a ser útil saber o que Aristóteles tem a dizer, porque dá-nos uma perspetiva do espaço que pode ser usada hoje. As pessoas foram mais inteligentes no passado do que hoje. Não se pode aceitar? Claro que sabemos muito mais coisas hoje, mas não sobre as coisas mais essenciais, mais fundamentais. Há um texto antigo que inclui uma lista de 30 livros sobre muitos assuntos atribuídos a Demócrito: Sobre os Planetas; Sobre as Cores; Sobre as Diferentes Trajetórias dos Átomos; Descrição do Céu. Todos perdidos. Pensemos na influência que tiveram Platão & Aristóteles na cultura moderna. E se não tivéssemos perdido a obra de Demócrito, a sua influência seria igualmente enorme. O pouco que sabemos da física de Demócrito está no - De Rerum Natura (Da Natureza das Coisas), de Lucrécio - poeta e filósofo romano do século I a.C. Ele diz-nos em verso a Física de Demócrito: fala de átomos, de espaço vazio, de espaço infinito, de partículas que se mexem no espaço. O livro de Lucrécio foi descoberto no século XV num mosteiro alemão. As ideias de Demócrito tiveram muita influência na ciência moderna. Ideias sobre as quais outros se penduraram.
Quando o Império Romano se cristianizou e o pensamento religioso se tornou dominante, o trabalho e pensamento de todos esses Sábios tornou-se incompatível com o pensamento religioso. Aristóteles & Platão podiam ser adaptados, reinterpretados, mas Demócrito não: era muito materialista, muito racionalista. Foi ativamente suprimido e isso não foi bom. A razão da grande noite, a que se chama a Idade Média, um intervalo de tempo imenso que vai da ciência antiga à ciência moderna, deve-se precisamente ao monopólio da religião sobre o pensamento. A dominação da Igreja Cristã de Roma. Chegado o Renascimento, tudo mudou com o reaparecimento dos documentos escritos deixados por esses sábios clássicos. Isso não significa que tenham estado totalmente escondidos, pois na parte oriental do Império Bizantino, e depois o Mundo Árabe, essa ciência antiga era conhecida. De qualquer modo nada que se compare com o que se passou na época do Renascimento, em que os portugueses também deram o seu contributo no campo da ciência náutica. Tudo isso abriu o mundo à mente dos europeus.
Uma questão sempre muito interessante, e que de tempos a tempos ocupa a mente dos cientistas do Espaço Astronómico é a de saber se há vida fora da Terra. E ainda não sabemos. E não sabemos porque, para começar, também ainda não compreendemos a origem da vida na Terra. Compreendemos a evolução darwiniana, da primeira vida até à vida atual, mas ainda não compreendemos a transição entre a química da não-vida e a química complexa das primeiras entidades com metabolismo e reprodução, a que chamamos vida. Por isso, não podemos ainda dizer se é algo incrivelmente raro e que apenas aconteceu aqui na Terra, ou se é algo que esperamos ter acontecido em qualquer ambiente parecido com o da Terra enquanto era jovem. No nosso próprio Sistema Solar, sabemos que não há vida avançada noutro sítio, mas pode ter havido. Ainda não se perdeu a esperança de encontrar vestígios de vida passada em Marte. E há quem pense que pode haver alguma vida debaixo do gelo de Europa, uma lua de Júpiter, e Encélado, uma lua de Saturno. A haver evidência de que a vida emergiu duas vezes no nosso Sistema Solar, então seria lógico que a vida deve existir em literalmente milhões de sítios da nossa galáxia, tendo em conta os seus milhares de milhões de planetas. De momento, quanto à origem do Universo, continua pacífica a teoria do Big Bang entre a maioria dos astrofísicos. Mas quanto à origem da vida no Universo, é uma questão que continua a revelar-se obscura. Mas uma coisa é certa: poucos cientistas acreditam que seja uma exclusividade do planeta Terra. Depois virá outra interrogação: e vida inteligente, pelo menos parecida com a inteligência humana. Ou a sua derivada inteligência artificial ou eletrónica. Haverá?
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