quinta-feira, 21 de outubro de 2021

O Campo Prisão Solovki nas ilhas Solovetski





O Campo de prisioneiros de Solovki, posteriormente denominado Prisão Solovki, começou por ser um grande campo de trabalhos forçados destinado a presos políticos no tempo do Império Russo dos czares, localizado nas Ilhas Solovetsky no Mar Branco, e que depois continuou no tempo da União Soviética.

As ilhas Solovetsky fazem parte de um arquipélago no golfo de Onega no Mar Branco no Norte da Rússia. Integram o oblast (província) de Arkangelsk, e distrito de Solovetsky. As ilhas dispõem de um aeroporto em Solovki. Este arquipélago começou a ser habitado há cinco mil anos. Foram encontrados restos arqueológicos dessa data. Foi um lugar de grande atividade monástica desde o século XV, com várias igrejas que datam dos séculos XVI a XIX. É 
famoso complexo Mosteiro de Solovetsky. A Igreja Ortodoxa restabeleceu o mosteiro em 1992, ano em que o conjunto foi incluído na Lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO.




O número exato de prisioneiros que passaram pelo campo durante o período de 1923 a 1939 ainda é desconhecido, mas as estimativas variam entre dezenas a centenas de milhares de pessoas. Aleksandr Solzhenitsyn chamou-lhe a mãe do Gulag. Por um decreto de Lenine, os edifícios do Mosteiro foram transformados numa prisão especial. Em 1921 o campo recebeu centenas de marinheiros presos durante a Revolta de Kronstadt. Durante o início da década de 1930 muitos dos prisioneiros do campo trabalharam na construção do famoso Canal que liga o Mar Branco ao Mar Báltico. De 11 de agosto de 1937 a 24 de dezembro de 1938 mais de 9.500 vítimas de repressão foram executadas por fuzilamento e sepultadas na vizinha Sandarmokh. Mais de 1.100 deles foram retirados da prisão Solovki. A prisão foi fechada em 1939 devido à Segunda Guerra Mundial. Não está muito distante da fronteira com a Finlândia. Os edifícios foram, então, transformados numa base naval.

O Mosteiro de Solovetsky, fundado em 1436 pelo monge Zózimo, foi a maior fortaleza do cristianismo no norte da Rússia, antes de ser transformada em prisão e protótipo do sistema Gulag
No entanto, os monges German (Herman) e Savvatiy (Sabbatius) de mosteiro de Kirillo-Belozersky que viveram na ilha de 1429 a 1436, são considerados também como fundadores. O mosteiro sofreu muitas mudanças e cercos militares. Suas estruturas mais importantes datam do século XVI, no tempo de Filip Kolychev. No final do século XVI, a abadia era uma das mais ricas proprietárias de terras e um dos mais influentes centros religiosos na Rússia. A fortaleza existente e as suas maiores igrejas foram construídas em pedra no início do reinado de Ivan o Terrível, influenciado pelo bispo de Moscovo, Filippo II. Em pleno cisma da Igreja Russa, os monges expulsaram os representantes do czar no mosteiro, precipitando um cerco de oito anos às ilhas pelas forças de Aleixo I. 

Durante os séculos XV e XVI, o mosteiro ampliou a sua atividade de produção e comercial, tornando-se um centro económico e político da região do Mar Branco. Atividades de negócio que incluíam salinas (na década de 1660, possuía 54). E a produção de frutos do mar, caça com armadilhas, pesca, obras em mica, ferragens, trabalhos com pérolas e outros, que empregava uma grande população na região. Pedro o Grande visitou a ilha em 1694. Por volta do século XVII, o mosteiro já tinha cerca de 350 monges, de 600 a 700 servos, artesãos e camponeses. Na década 1650/60, o mosteiro foi um dos baluartes da Raskol. Após a Revolução Bolchevique, as autoridades soviéticas fecharam o Mosteiro e incorporaram muitos dos edifícios na Prisão Solovki, um dos primeiros campos de trabalhos forçados do Gulag durante os anos 1920 e 1930.

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