sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Arimaspos e Grifos


Um Arimaspo

Na Mitologia Grega, Arimaspos era um povo guerreiro com um só olho (o correspondente aos ciclopes de Homero na Odisseia), que viviam além das terras dos Isedones. Os Isedones eram um povo mítico que vivia ao norte do território dos CitasSegundo Heródoto, estes e os Masságetas entraram em guerra com a Cítia, deslocando os Citas para oeste causando pressão demográfica sobre os recursos naturais e os territórios dos Cimérios, na costa leste do Mar Euxino (Mar Negro), gerando uma guerra civil entre elitistas, que queriam fugir, e comuns que queriam lutar contra os Citas e morrer pelo solo ancestral sagrado. 

Os Masságetas venceram a guerra e bateram em retirada pela costa do mesmo mar indo parar ao Ponto. Os Citas foram parar ao coração da Média, através do Cáucaso. Os Medos, que já estavam enfraquecidos pelas guerras fronteiriças com os Persas, acabaram por capitular frente aos Citas. Estes passaram a controlar o centro geopolítico do mundo civilizado e conhecido na altura. Durante décadas ameaçaram invadir o Egipto, utilizando o corredor da Síria como passagem. A Pérsia, finalmente, pôde realizar o seu sonho, que foi dominar a geopolítica da região. Heródoto explica como a Pérsia chegou ao topo do mundo, quando os Persas decidiram atacar a Grécia entrando pelo norte da Trácia Oriental.


Pompeia

Os Grifos, por sua vez, na Mitologia Grega, eram criaturas lendárias de origem asiática. Um híbrido de águia e leão. Acabou por ser uma imagem comum numa ampla gama de civilizações do Oriente e do Ocidente, onde a sua representação e atributos variaram significativamente. No Oriente, no Egito e na Grécia arcaica - teve durante longos séculos uma forte ligação com o Sagrado, sendo representante de deuses e invocado em rituais e cerimónias associadas à justiça, à luz e às autoridades divinas, bem como ao ciclo da morte e renascimento.

Roma de Trajano

No Ocidente, os Grifos perduraram como um apreciado ícone, desde o seu aparecimento nos primórdios da civilização grega, embora já no período clássico havia quem duvidasse da sua existência. Permanece até hoje, porém, num lugar destacado entre os animais fabulosos do imaginário popular, na arte e no folclore, além de desempenhar um papel na cultura como alegoria e símbolo, aparecendo numa infinidade de representações visuais e obras literárias do mundo do esoterismo, geralmente associado a conceitos de poder, força, dignidade e proteção.


Veneza, São Marcos

Dizia-se que os Grifos eram inimigos mortais do basilisco – outra criatura fantástica. Em casos raros cruzavam-se com as éguas, de que resultava uma criatura fantástica chamada hipogrifo. Como aves normais, os grifos faziam ninhos, contudo, os ninhos tinham uma particularidade especial: a sua matéria-prima era feita de ouro. Surpreendentemente, em vez de ovos para chocar nos seus ninhos, de ouro, mas sim ágatas. A ágata é uma pedra de quartzo preciosa. No “mundo real”, os grifos são os abutres do Sul da Europa, que também aparecem no sudoeste da Ásia e no nordeste de África.

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