A seis meses das eleições presidenciais francesas de 2022, uma pesquisa de opinião mostra o atual presidente da França, Emmanuel Macron, com a maioria das intenções de voto na primeira volta, 24%. Atrás dele, chegam dois representantes da extrema direita, que continua progredindo nas sondagens - Éric Zemmour e Marine Le Pen.
Éric Zemmour, é um escritor ensaísta, jornalista e comentador político da extrema-direita francesa. Autointitula-se como gaullista e bonapartista, enquanto defensor de um Estado francês centralizador e liderado por um poder executivo conservador e unificador de todos os franceses. De origem judaica, da Argélia, fala da iminência de uma “guerra civil ou de civilizações” contra os muçulmanos, que, segundo ele, querem ocupar toda a França, promovendo “a substituição de um povo”; Marine Le Pen, que quer "retribuir aos franceses o seu país". Marine Le Pen lembra aos seus eleitores que a luta contra a imigração e a defesa da soberania sempre foi prerrogativa de seu partido. Ela também frequentemente acusa o polemista, Éric Zemmour, defensor da tese da grande substituição, de retomar as suas ideias sobre o assunto.
Ameaçado de morte, vive sob proteção policial permanente desde há vários anos. Quer fazer aos muçulmanos aquilo que os nazis fizeram aos judeus. Os ventos são-lhe atualmente, inegavelmente, favoráveis. A França virou muito à direita nos últimos anos, o racismo é uma realidade banal no dia a dia do país, e ele parece estar em alta por exprimir considerações frontais. Quer pôr o exército nas periferias, deseja expulsar todos os ilegais e os desempregados muçulmanos. Desde a crise de 2008, a introdução por Nicolas Sarkozy do debate sobre a Identidade Nacional no país, a anulação do resultado do referendo sobre a União Europeia e dos diversos atentados que se seguiram, a França mudou; verificou-se que os partidos conservadores mudaram e os extremistas de direita vão hoje sacar votos à direita clássica.
Zemmour não é gaullista, mas inspira-se numa ideia gaullista, beneficia do facto de o tal ‘cordão sanitário’, que impedia a direita de se aproximar da extrema-direita, já não existir. Se concorresse e se a tendência das sondagens atuais se confirmasse, Éric Zemmour faria muitos “estragos”. Poderia acabar com a carreira de Marine Le Pen e dinamitaria a direita tradicional (do partido Os Republicanos, sucessor dos gaullistas RPR e da UMP, que levou Nicolas Sarkozy à presidência), sector ainda indeciso, com divisões e guerras intestinas acentuadas, e no qual alguns quadros decidiram apoiar Macron, outros Zemmour e outros ainda Marine. Em Paris, já se veem um pouco por todo o lado cartazes com a fotografia dele e a menção “Zemmour Presidente”. Quase todos foram vandalizados (sobretudo rasgados). Um bom ou um mau sinal?
Zemmour não é gaullista, mas inspira-se numa ideia gaullista, beneficia do facto de o tal ‘cordão sanitário’, que impedia a direita de se aproximar da extrema-direita, já não existir. Se concorresse e se a tendência das sondagens atuais se confirmasse, Éric Zemmour faria muitos “estragos”. Poderia acabar com a carreira de Marine Le Pen e dinamitaria a direita tradicional (do partido Os Republicanos, sucessor dos gaullistas RPR e da UMP, que levou Nicolas Sarkozy à presidência), sector ainda indeciso, com divisões e guerras intestinas acentuadas, e no qual alguns quadros decidiram apoiar Macron, outros Zemmour e outros ainda Marine. Em Paris, já se veem um pouco por todo o lado cartazes com a fotografia dele e a menção “Zemmour Presidente”. Quase todos foram vandalizados (sobretudo rasgados). Um bom ou um mau sinal?
Retribuir aos franceses o seu país e o seu dinheiro é o que a Frente Nacional vem dizendo há 30 anos, e o que Marine Le Pen vem dizendo há 10 anos. "Queridas Liberdades", num cartaz, era apenas outra maneira de declinar Zemmour. Se havia um aceno à vacinação, ela estava a falar sobre a liberdade da França, a independência da França. Se pessoas como Eric Ciotti e Eric Zemmour pensam como Marine Le Pen, tanto melhor. Mas ela nunca deixou de dizer sempre a mesma coisa.
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