Em muitos países, o uso deliberado do discurso de ódio, que leva a incitação de violência ou agressão, é um crime protegido por legislação. Muitas vezes se alega que a criminalização do discurso de ódio pode ser usada para desencorajar a discussão legítima de aspetos negativos do comportamento voluntário, seja como persuasão política, fidelidade partidária ou sectária, seja como manobra persuasiva para prender os adeptos de uma religião sectária. Há também alguma dúvida sobre se o discurso de ódio está ou não sob a proteção da liberdade de expressão.
Aristóteles via o ódio como distinto da raiva, um desejo de aniquilar um objeto, um sentimento incurável pelo tempo. Davis Hume também escreveu sobre isso, afirmando que o ódio é um sentimento irredutível que não é definível. Como emoção ou sentimento, o ódio pode ser de curta duração ou duradouro. Pode ser de baixa intensidade: "Eu odeio brócolos" - ou de alta intensidade: "Eu odeio o mundo inteiro". Em alguns casos, o ódio pode ser uma resposta a partir de influências externas, como a de ser abusado sexualmente, enganado ou manipulado. Como regra geral, o ódio é uma resposta psicológica inconsciente, quando se é incapaz de encaixar certos fenómenos que fazem parte da hipocrisia social. Uma negação da intimidade, criando distância quando a proximidade se tinha tornado ameaçadora; uma infusão de paixão, como medo ou raiva; uma decisão de desvalorizar um objeto previamente valorizado.
A importante função de autoproteção, encontrada no ódio, pode ser ilustrada pelo ódio 'amotinado', pelo qual uma relação dependente é repudiada em busca de autonomia. Freud definiu o ódio como um estado de ego que deseja destruir a fonte de sua infelicidade, salientando que ele estava ligado à questão da própria preservação.
Tudo isto tem provocado debates, com contra-argumentos. Uma dificuldade em distinguir motivo e intenção criminosa. É o debate filosófico sobre a validade da valorização do ódio direcionado como um crime maior do que a misantropia geral e o desprezo pela humanidade. Um crime potencialmente igualitário em si mesmo. Hoje em dia a neurociência estuda tudo e mais alguma coisa. Assim, neurocientistas também têm estudado as corelações neurológicas do ódio. Até agora, os mais conhecidos foram realizados com o recurso à Ressonância Magnética funcional e pessoas a quem faziam passar imagens de pessoas que odiavam. Há um aumento da atividade do giro frontal médio, do putâmen direito, e bilateralmente no córtex insular medial.
O conceito de ódio coletivo, baseado na religião, tem sido aplicado aos terroristas jihadistas que se tem espalhado quase por todo o mundo. Portanto, um fenómeno de origem cultural. A palavra hebraica que descreve o "ódio perfeito" de David (KJV) significa que ele "traz um processo para a conclusão". Há também fontes que explicam como o Islão se desenvolveu em torno do ódio pela incredulidade, uma vez que é considerado a fonte do mal e que os adeptos se esforçam para espalhar a fé no alcorão como o veículo para sua erradicação. Explica-se que a religião visa converter novos adeptos e que o discurso extremo feito contra outras religiões ou seus adeptos é considerado uma ferramenta para que a mudança das crenças dos outros seja eficaz.
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