quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Creso e a história da morte do filho Átis




Creso foi o último rei da Lídia, da dinastia Mermnada, (560 a.C.–546 a.C.). Submeteu as principais cidades da Anatólia exceto Mileto. O nome de Creso não foi atestado em inscrições contemporâneas na língua lídia. De acordo com J.M. Kearns, o verdadeiro nome pessoal de Creso teria sido Karoś, enquanto Krowiśaś teria sido um nome honorífico que significa "O nobre Karoś".

Creso aparece na História de Heródoto. A conversa com Sólon; a tragédia do filho Átis; Xenofonte em vida de Ciro (Ciropédia), em parte ficcionada. Creso, sobre a morte de seu pai Alyattes, enfrentou um candidato rival ao trono em Pantaleon, filho de Alyattes por uma mãe diferente. Creso prevaleceu, e vários da fação opositora foram executados, e suas propriedades confiscadas.

Enquanto a pira estava a arder, diz-se que uma nuvem passou sob Hércules e com um raio de trovão o levou para o céu. Depois disso, obteve a imortalidade... por Omphale ele tinha Agelaus, de quem a família de Creso era descendente.


Creso é creditado com as primeiras moedas de ouro verdadeiras. Com uma pureza padronizada para circulação geral. Além disso, as primeiras moedas eram bastante brutas e feitas de electrum, uma linha amarela pálida natural de ouro e prata. Encontradas em assoreamentos do rio Pactolus. Há referências ao rei Midas, famoso pela lenda de que em tudo o que pusesse a mão se transformava em ouro.

Nas culturas grega e persa, o nome de Creso tornou-se sinónimo de um homem rico. Ele herdou grande riqueza de seu pai que andava ligado à mitologia do rei Midas. No rio Pactoluso rei Midas supostamente lavou a sua habilidade de transformar tudo em que ele tocava se transformava em ouro.

Não se sabe quando exatamente Creso morreu, embora pudesse estar alinhado com a data tradicional para a conquista da Lídia em 546 a.C. por Ciro. Na Crónica de Nabonido diz-se que Ciro marchou sobre o país e matou o seu rei. Tendo colocado lá uma guarnição própria. Tudo o que resta do nome do país são traços da primeira escrita cuneiforme. Há muito se presume que LU deveria ser Lídia. E o rei que foi morto ser o Creso de Heródoto. A queda de Sardes, por assim dizer a capital da Lídia,
teoricamente pode até ter ocorrido após a queda da Babilónia em 539 a.C. Bem, o que aconteceu após o episódio na pira assinalada em ânforas? Nem gregos nem babilónios sabiam o que realmente aconteceu com Creso. 



“Notado em mim nem covardia nem fraqueza, quando eu for à praça pública ou dali voltar, com que olhos me verão? Que opinião farão de mim os nossos concidadãos? Que ideia formulará a jovem princesa que acabo de desposar? A que homem se julgará ela unida? Permiti-me, pois, ir a essa caçada com os Mísios, ou provai ser mais conveniente fazer o que desejais”. [em História de Heródoto]
Creso
, em sonho, teve uma visão da morte do filho – Átis, por uma arma de ferro. Entretanto Átis é convidado, por um estrangeiro chamado Adrasto, para uma caçada ao javali. Por esse motivo e influenciado pelo sonho, Creso apressou-se a casá-lo. Mas o filho sossega-o dizendo que não vai para a guerra, mas apenas a uma caça ao javali. Então Creso achou que o filho estava a ser mais sensato que ele. E assim lhe deu permissão para que partisse para a caçada. Logo em seguida Creso mandou chamar o frígio Adrasto, a quem se dirigiu nestes termos: 
“Estavas sob o signo da desgraça, Adrasto, que o céu me preserve de censurar-te; eu te purifiquei, eu te recebi no meu palácio, onde tens vivido confortavelmente. Creio, pois, que sou, pelos meus benefícios, merecedor de uma retribuição tua. Meu filho parte para a caça. Confio-te a guarda de sua pessoa; protege-o dos bandidos que poderão atacá-lo pelo caminho. Aliás, cumpre-te buscar uma ocasião para te distinguires; teus pais te prepararam para isso, e o vigor de tua idade o permite”.
Adrasto, a quem Creso pediu que protegesse o filho, respondeu que ficasse descansado. O filho voltaria são e salvo se isso dependesse dele. Após essa breve despedida, o príncipe e Adrasto partem com um grupo de jovens de elite e a matilha do rei, para a caça ao javali. Chegados ao Monte Olimpo procuram o javali. Não tardam em encontrá-lo. Cercam-no em encetam o ataque. Então Adrasto, ao lançar um dardo, falha na pontaria e vai atingir mortalmente o filho de Creso. Realiza-se, assim, o tão temido sonho: Átis perece trespassado por um ferro aguçado lançado por Adrasto. Imediatamente um correio é despachado para Sardes, levando ao soberano a notícia do trágico desfecho da caçada.

Creso, atordoado por tão grande desgraça, sentiu-se ainda mais infeliz e culpado, por ter sido causado logo por aquele em quem ele havia depositado confiança. Abandonando-se à sua imensa dor, invocava Deus, tomando-o como testemunha do mal que lhe havia feito aquele estrangeiro; invocava-o como protetor da hospitalidade, porque, concedendo a Adrasto um abrigo em seu palácio, alimentava, sem saber, o assassino de seu filho; invocava-o como deus da amizade, porque havia encarregado Adrasto da guarda do filho e encontrara nele o pior inimigo. Algum tempo depois, chegaram os lídios trazendo o cadáver de Átis, seguido daquele que o matara. Adrasto, de pé diante do cadáver, com as mãos estendidas para Creso, roga-lhe que o sacrifique sobre o corpo inanimado do filho, uma vez que a vida se lhe tornara odiosa, desde que, ao seu primeiro crime, acrescentara um segundo, matando o filho de quem o tinha purificado. Apesar do luto que cobria a família, Creso não pôde ouvir o discurso de Adrasto sem sentir-se tocado de compaixão.
“Adrasto, condenando-te a ti mesmo à morte, satisfazes plenamente a minha vingança. Não te culpo desta morte, pois ela foi involuntária. Não acuso senão o deus que há tempos a previu”. 
Depois de cumprir os últimos deveres ao filho, Creso ordenou que os funerais fossem realizados de acordo com a sua categoria. Terminada a cerimónia, completo silêncio reinou em torno do túmulo. Então Adrasto, filho de Górdio, neto de Midas, assassino do próprio irmão, assassino involuntário do filho daquele que o havia purificado, sentindo-se o mais infeliz dos homens, pôs termo à vida sobre os restos mortais de Átis.



O local da acrópole de Sardes, a antiga capital da Lídia
possui inclinações quase perpendiculares com cerca de 457 metros de altura. No entanto, a sua composição não é de rocha sólida, mas sim de detritos - cascalho firmemente comprimido que se desfaz ao toquePodemos destacar em seu sítio arqueológico o Templo de Ártemis, o quarto maior do mundo antigo, e um dos mais bem preservados.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário