É para todos os efeitos, tal como acontece com corridas de cavalos, ou de camelas, noutros sítios, é um jogo de apostas. Homens poderosos entre o público apostam milhões de afeganis em cada partida. Quanto mais dinheiro em jogo, mais selvagem a luta se torna. Além disto, o buzkashi é um jogo de grande importância política, jogado geralmente às sextas-feiras. Um líder local deve ser ele próprio um bom lutador de buzkashi, ou possuir um estábulo com bons cavalos e uma equipa de bons cavaleiros. A vitória impõe respeito. É uma paixão no Afeganistão, atraindo milhares de fãs. Era tradição os jogos durarem vários dias. Hoje, porém, é melhor regulamentado com tempos fixos durante um dia.
Desde os anos 1950 que as autoridades afegãs vêm regulamentando as lutas. Se bem que os participantes fazem pouco caso, eles sabem que seria impossível seguir certas regras. Mesmo após a invasão russa, os torneios continuaram, apesar do caos reinante no país; muitos participantes não conseguiam chegar a tempo, pois tinham que atravessar zonas de combate. Os comunistas, que em geral tentavam acabar com a maioria das enraizadas tradições afegãs, nunca ousaram mexer no buzkashi. Ao contrário, tentaram ganhar popularidade promovendo torneios. E os chefes iam-se sucedendo nas tribunas. Mesmo assim, acabaram com grande parte dos fundamentos do buzkashi. Quando a coletivização teve início, poucos podiam manter estábulos com cavalos bem treinados. No tempo do comunismo os cavalos dos buzkashi foram dispersos e usados na agricultura. Quando os donos de terras fugiram, os cavaleiros e os cavalos também foram com eles.
Os Talibã proibiram as lutas porque não se adequava aos princípios do islamismo. A luta buzkashi, após a queda dos Talibã em 2001, voltou. O povo afegão gosta mesmo de assistir, e os mais ferrenhos colocam-se bem à frente, às vezes precisando de recuar rapidamente para não serem atingidos pelos cavalos que levantam uma poeira desgraçada.
Os Talibã proibiram as lutas porque não se adequava aos princípios do islamismo. A luta buzkashi, após a queda dos Talibã em 2001, voltou. O povo afegão gosta mesmo de assistir, e os mais ferrenhos colocam-se bem à frente, às vezes precisando de recuar rapidamente para não serem atingidos pelos cavalos que levantam uma poeira desgraçada.
Quando o sol se põe, e os raios vermelhos do poente se espalham pelo campo poeirento, é hora de acabar. E então os afegãos da assistência, cobertos de poeira e exaustos, desandam numa corrida para apanharem os melhores lugares, porque a fome já aperta, e não há nada como comer no melhor lugar em que o ar é límpido e fresco. Estendem o tapete no chão, sentam-se no tapete, e comem em silêncio. Sopa, arroz, carne de carneiro, e cebola crua.
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