Biblioteca - Maria Helena Vieira da Silva
Centro Georges Pompidou - Paris
Maria Helena Vieira da Silva, ao regressar do Brasil, onde ela e o marido, o pintor húngaro Arpad Szenes, se tinham refugiado durante a guerra, pintou Biblioteca. Não participa nos debates da cena parisiense sobre abstração e figuração, tendo-se dedicado à elaboração do seu mundo pictórico interior, continuando a sua investigação sobre a composição através de um novo tipo de conceção espacial. O tema da biblioteca, perseguido entre 1949 e 1984, em paralelo com os do estúdio, da floresta, da água e, sobretudo, da cidade, permite-lhe imaginar um espaço instável, labiríntico, um universo borgesiano que recorda também as visões delirantes das prisões de Piranesi. Um jogo de diagonais dividindo o espaço e criando uma sensação de descontinuidade e vertigem, reforçado pela repetição de uma simples unidade colorida. A biblioteca evoca não só o "sentido do labirinto" (René Char), tão particular da artista, mas também a conivência entre perspetiva e perceção. Biblioteca, em 1949, foi o início de um novo tipo de concepção espacial, recriando a perspectiva clássica numa multiplicação de pontos de fuga.
Biblioteca em Fogo
A Biblioteca em Fogo é uma pintura a óleo sobre tela criada em 1974 pela pintora portuguesa da moderna escola de Paris Helena Vieira da Silva (1908-1992) e que pertence à coleção do Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
A obra integra-se na temática das bibliotecas que Vieira da Silva periodicamente tratou, mas sem uma preocupação de série, antes desenvolvendo ou reelaborando as obras em várias direcções. Noutra pesquisa da definição do espaço e numa fase mais matura do percurso da Artista, A Biblioteca em fogo (La Bibliothèque en feu) constitui outro exemplo notável de estruturação do espaço, tendendo a grelha a suplantar a perspectiva.





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