Antes do aparecimento da Inteligência Artificial, "inteligência" definia-se como: aptidão, qualidade, propriedade -- atributo do ser humano e de outros animais. Mas agora, com a inteligência artificial, qualquer professor que queira explicar a um aluno de 10 anos de idade o que é "inteligência", tem de pensar duas vezes. Nos seres humanos e nos animais, isso coloca-se quando, por exemplo, se coloca uma criança de 6 anos na Escola, ou a pomos a andar de bicicleta. E nunca pensamos que a mesma questão se coloca quando antes disso a ensinamos a saber defender-se de um intruso.
Posto isto, “inteligência” é a capacidade que nos permite aprender coisas novas, resolver problemas e nos adaptarmos às situações que se nos colocam enfrentar. Já na inteligência artificial, a inteligência não vem de um cérebro de carne, mas de muitos cálculos e regras criadas por cérebros vivos. Os computadores não ‘sentem’ nem têm experiências próprias, mas conseguem reconhecer padrões, aprender com exemplos e dar respostas. Portanto, a um aluno de 10 anos de idade, a resposta pode ser satisfatória se disser que: “Inteligência é saber aprender e encontrar soluções. Nós temos a nossa, os animais têm a deles, e agora os computadores conseguem ter um tipo diferente de inteligência, feita de números e programas.”
Agora vamos entrar na camada profunda da questão. Em ciência cognitiva e filosofia da mente, costuma-se considerar a inteligência não como algo único e simples, mas como uma propriedade multifatorial, feita de várias dimensões ou tipos de aptidões. A mais conhecida é a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, que propôs pelo menos oito dimensões. Mas há modelos ainda mais complexos. Vejamos em esquema esses fatores:
Leonardo da Vinci tinha um perfil polímata: forte em inteligência espacial (desenho, pintura, invenções). Forte em inteligência corporal-cinestésica (engenharia prática, anatomia). Boa dose de inteligência naturalista (observação da natureza, anatomia, hidráulica). Misturava isso com curiosidade intrapessoal (autodescoberta, notas pessoais). Era alguém com uma inteligência ampla, integrativa e estética, voltada para unir ciência e arte. Leonardo da Vinci tinha uma mente distribuída e sinestésica. O seu pensamento não ficava preso a um único canal cognitivo. Ele unia percepção visual, tátil, motora e estética. Era quase um exemplo vivo do que hoje chamamos de cognição incorporada (embodied cognition): o corpo, os sentidos e a experiência prática eram centrais no seu processo criativo. Leonardo é o arquétipo do “homem universal” – múltiplos fatores bem equilibrados.
Agora vamos entrar na camada profunda da questão. Em ciência cognitiva e filosofia da mente, costuma-se considerar a inteligência não como algo único e simples, mas como uma propriedade multifatorial, feita de várias dimensões ou tipos de aptidões. A mais conhecida é a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, que propôs pelo menos oito dimensões. Mas há modelos ainda mais complexos. Vejamos em esquema esses fatores:
Leonardo da Vinci tinha um perfil polímata: forte em inteligência espacial (desenho, pintura, invenções). Forte em inteligência corporal-cinestésica (engenharia prática, anatomia). Boa dose de inteligência naturalista (observação da natureza, anatomia, hidráulica). Misturava isso com curiosidade intrapessoal (autodescoberta, notas pessoais). Era alguém com uma inteligência ampla, integrativa e estética, voltada para unir ciência e arte. Leonardo da Vinci tinha uma mente distribuída e sinestésica. O seu pensamento não ficava preso a um único canal cognitivo. Ele unia percepção visual, tátil, motora e estética. Era quase um exemplo vivo do que hoje chamamos de cognição incorporada (embodied cognition): o corpo, os sentidos e a experiência prática eram centrais no seu processo criativo. Leonardo é o arquétipo do “homem universal” – múltiplos fatores bem equilibrados.
Einstein tinha um perfil mais concentrado em certos domínios: Inteligência lógica e matemática no mais alto grau (teoria da relatividade, equações complexas). Einstein também tinha inteligência espacial extraordinária (capacidade de imaginar viagens à velocidade da luz. E dobrar a quarta dimensão: espaço-tempo. Boa inteligência intrapessoal (reflexão filosófica sobre ciência e limites humanos). Menos voltado para a diversidade de campos artísticos ou motores. Era alguém com uma inteligência mais abstrata, teórica e filosófica, voltada para compreender as leis fundamentais do cosmos. Einstein tinha uma mente abstrata e simbólica. Seu foco estava em manipular símbolos e modelos mentais altamente abstratos. Ele mesmo dizia que pensava em imagens e não em palavras -- mas eram imagens altamente matematizadas, representações do espaço e do tempo. Exemplo típico da chamada cognição simbólica: pensamento desligado da experiência sensorial imediata, operando em níveis altos de abstração. Einstein é o arquétipo do génio focalizado -- alguns fatores em nível estratosférico, mas não necessariamente distribuídos em todas as áreas.


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