O navio Oseberg é o mais detalhado no Museu dos Navios Vikings
Museu em Oslo
Museu em Oslo
Os barcos vikings causaram espanto em sua época e, ainda hoje, mil anos depois, são considerados verdadeiras obras-primas da tecnologia desenvolvida pelos antigos navegadores e artesãos escandinavos. Com cerca de 20 a 30 metros de comprimento, 3 e 5 metros de largura e um calado (distância entre o ponto mais profundo da quilha e a linha de água) extremamente baixo, parece incrível que 30 a 50 marinheiros – ainda por cima, armados – conseguiam atravessar alguns dos mares mais revoltos do mundo, o mar do Norte, e um oceano escuro e glacial. As formas elegantes do barco Oseberg, que serviu de túmulo para duas poderosas damas norueguesas, refletem a técnica avançada de construção e a velocidade que fizeram a fama das embarcações vikings de ataque.
O navio Oseberg é um magnífico exemplar da técnica e da arte no período viking e conta uma história diferente. Quem o mandou construir não economizou em trabalho de ornamentação, desde a quilha, abaixo da linha d’água, até a proa, que se termina numa curva em espiral, à maneira da cabeça de uma serpente. Para surpresa dos arqueólogos, dentro desse enorme túmulo não foi encontrado nenhum chefe de clã ou famoso guerreiro viking. Ao contrário, o barco serviu de túmulo para duas mulheres, falecidas, no ano 834, aos 70 e 50 anos respectivamente. Junto a seus esqueletos, foram encontrados vestidos, sapatos, pentes, utensílios domésticos, ferramentas agrícolas, 3 trenós ricamente decorados, 1 carroça, 5 cabeças de animais esculpidas, 5 camas e 2 tendas. Ao redor, foram desenterrados os restos de 15 cavalos, 6 cães e 2 vacas. Quem eram essas mulheres? Esposas ou sacerdotisas? Teriam sido sacrificadas após a morte de um líder poderoso? Ou uma das duas terá sido, ela mesma, uma autoridade suprema? Não se sabe.
O navio longo (langskip) – embarcação típica de assalto – tinha a elegante forma curva e simétrica, da proa à popa, ambas bastante elevadas e decoradas com entalhes na madeira de animais e seres mitológicos entrelaçados. A técnica de construção conferia leveza ao casco: pranchas longas e finas de carvalho eram vergadas e sobrepostas umas sobre as outras. Os espaços estreitos entre cada tira de madeira eram calafetados com lã embebida em alcatrão. O formato suave do casco reduzia a resistência no contacto com a água e permitia manobras mais ágeis em baías e golfos estreitos.
As características naturais de velocidade e de maneabilidade, indispensáveis à estratégia de ataques rápidos e furtivos, eram ampliadas mediante o uso da vela ou de remos, na mesma embarcação. O mastro podia ser desmontado quando o barco se aproximava de um povoamento costeiro a ser saqueado. Em seguida, praticamente invisíveis e protegidos pelos escudos pendurados no lado exterior do convés, os homens passavam a remar em direção ao alvo. A conjunção das técnicas do mastro desmontável e dos remos embarcados traduz bem a engenhosidade dos construtores nórdicos.
Com as invasões ao redor da Europa (principalmente Inglaterra e norte da França), ao longo dos séculos os Vikings começaram a se converter ao Cristianismo. Por volta do ano 1000, o poder real dinamarquês passou a ser concentrado em Roskilde, a nova capital monárquica e eclesiástica. Como centro do poder real, legislativo, religioso e comercial, a cidade se tornou uma das cidades mais importantes na Dinamarca da Era Viking — e, consequentemente, alvo óbvio de ataque.
Fontes do período, como o poema épico anglo-saxão Beowulf, cujo manuscrito data do século XI, dão indicações dos ritos observados pelos vikings nos funerais dos seus líderes. Quando um chefe viking morria, alguns dos seus escravos e servos, homens ou mulheres, se voluntariavam para serem sacrificados. No dia do funeral, a embarcação do chefe era içada à terra firme e as pessoas do clã caminhavam em torno dele recitando em voz alta. Uma anciã encarregada das preparações do túmulo colocava almofadas, mantas e cobertores sobre o convés do navio. O corpo do chefe morto era vestido com roupas especialmente feitas para a ocasião e, em seguida, depositado, em posição sentada, na parte do navio coberta por uma tenda, em meio a jarros com bebida alcoólica, pratos com alimentos, ervas aromáticas e todas as suas armas. Os corpos dos escravos e servos imolados eram distribuídos pela embarcação, junto com cavalos, cães, vacas e aves.
O navio longo (langskip) – embarcação típica de assalto – tinha a elegante forma curva e simétrica, da proa à popa, ambas bastante elevadas e decoradas com entalhes na madeira de animais e seres mitológicos entrelaçados. A técnica de construção conferia leveza ao casco: pranchas longas e finas de carvalho eram vergadas e sobrepostas umas sobre as outras. Os espaços estreitos entre cada tira de madeira eram calafetados com lã embebida em alcatrão. O formato suave do casco reduzia a resistência no contacto com a água e permitia manobras mais ágeis em baías e golfos estreitos.
As características naturais de velocidade e de maneabilidade, indispensáveis à estratégia de ataques rápidos e furtivos, eram ampliadas mediante o uso da vela ou de remos, na mesma embarcação. O mastro podia ser desmontado quando o barco se aproximava de um povoamento costeiro a ser saqueado. Em seguida, praticamente invisíveis e protegidos pelos escudos pendurados no lado exterior do convés, os homens passavam a remar em direção ao alvo. A conjunção das técnicas do mastro desmontável e dos remos embarcados traduz bem a engenhosidade dos construtores nórdicos.
Navio Viking no Museu de Roskild, Dinamarca
Com as invasões ao redor da Europa (principalmente Inglaterra e norte da França), ao longo dos séculos os Vikings começaram a se converter ao Cristianismo. Por volta do ano 1000, o poder real dinamarquês passou a ser concentrado em Roskilde, a nova capital monárquica e eclesiástica. Como centro do poder real, legislativo, religioso e comercial, a cidade se tornou uma das cidades mais importantes na Dinamarca da Era Viking — e, consequentemente, alvo óbvio de ataque.
Os navios mercantes tinham construção semelhante, mas eram inferiores em qualidade aos langskipene. Mais robustos, suportavam viagens mais longas, em mares tempestuosos como, por exemplo, entre a Noruega e a Islândia. Pelo menos dez tipos de embarcações vikings foram catalogados pelos arqueólogos, umas mais adaptadas à navegação fluvial, outras à pesca ou ainda ao comércio litorâneo.
A óbvia dificuldade de preservação da madeira em água salgada limita a descoberta de navios relativamente bem conservados. Nessas condições, os principais achados, hoje muito bem restaurados e expostos nos belíssimos Museus de Embarcações Vikings de Bygdøy, Oslo, na Noruega, e de Roskilde, na Dinamarca, se referem a embarcações utilizadas em cerimónias fúnebres, em terra firme.
Uma embarcação descoberta na região de Gokstad, Noruega, serviu de túmulo para um chefe viking de 40 anos e cerca de 1,80 m, que faleceu de ferimentos recebidos em uma batalha por volta do ano 900. A escavação do barco Gokstad expôs muitas das características associadas ao povo viking. Construído por volta do ano 850, foi usado como câmara funerária de um homem rico e poderoso, falecido cerca do ano 900. A bordo, os arqueólogos encontraram restos de tapeçarias de seda com fios de ouro, peças feitas de chifre, anzóis de ferro, arneses de ferro e bronze, seis camas, uma tenda e um trenó. Trinta e dois escudos estavam fixados em cada lado do navio, pintados de amarelo e de preto, alternadamente. Ao redor, foram encontrados os esqueletos de 12 cavalos, 8 cães e 2 pavões, além de outros 3 barcos menores. O esqueleto do morto, na casa dos 40 anos, mostra sinais de golpes de espada em ambas as pernas. É provável que tenha sido abatido no coração de uma batalha.
A óbvia dificuldade de preservação da madeira em água salgada limita a descoberta de navios relativamente bem conservados. Nessas condições, os principais achados, hoje muito bem restaurados e expostos nos belíssimos Museus de Embarcações Vikings de Bygdøy, Oslo, na Noruega, e de Roskilde, na Dinamarca, se referem a embarcações utilizadas em cerimónias fúnebres, em terra firme.
Uma embarcação descoberta na região de Gokstad, Noruega, serviu de túmulo para um chefe viking de 40 anos e cerca de 1,80 m, que faleceu de ferimentos recebidos em uma batalha por volta do ano 900. A escavação do barco Gokstad expôs muitas das características associadas ao povo viking. Construído por volta do ano 850, foi usado como câmara funerária de um homem rico e poderoso, falecido cerca do ano 900. A bordo, os arqueólogos encontraram restos de tapeçarias de seda com fios de ouro, peças feitas de chifre, anzóis de ferro, arneses de ferro e bronze, seis camas, uma tenda e um trenó. Trinta e dois escudos estavam fixados em cada lado do navio, pintados de amarelo e de preto, alternadamente. Ao redor, foram encontrados os esqueletos de 12 cavalos, 8 cães e 2 pavões, além de outros 3 barcos menores. O esqueleto do morto, na casa dos 40 anos, mostra sinais de golpes de espada em ambas as pernas. É provável que tenha sido abatido no coração de uma batalha.
Fontes do período, como o poema épico anglo-saxão Beowulf, cujo manuscrito data do século XI, dão indicações dos ritos observados pelos vikings nos funerais dos seus líderes. Quando um chefe viking morria, alguns dos seus escravos e servos, homens ou mulheres, se voluntariavam para serem sacrificados. No dia do funeral, a embarcação do chefe era içada à terra firme e as pessoas do clã caminhavam em torno dele recitando em voz alta. Uma anciã encarregada das preparações do túmulo colocava almofadas, mantas e cobertores sobre o convés do navio. O corpo do chefe morto era vestido com roupas especialmente feitas para a ocasião e, em seguida, depositado, em posição sentada, na parte do navio coberta por uma tenda, em meio a jarros com bebida alcoólica, pratos com alimentos, ervas aromáticas e todas as suas armas. Os corpos dos escravos e servos imolados eram distribuídos pela embarcação, junto com cavalos, cães, vacas e aves.
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