T.E. Lawrence (também conhecido como Lawrence da Arábia) desempenhou um papel significativo na Revolta Árabe contra o Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial, o que contribuiu para a queda do domínio otomano na região. Ora, Lawrence era amigo de Faiçal I [1885 – 1933]. E de início contribuiu que ele fosse o Rei do Reino Árabe da Síria. Mas tal situação durou pouco tempo, entre março e julho de 1920. Só depois, em 1921, é que se tornou Rei do Iraque, e assim se manteve até 1933, altura e que morreu.
O rei Huceine ibne Ali, líder da Revolta Árabe contra o Império Otomano, sentia uma mistura de sentimentos em relação aos britânicos. Embora tenha cooperado com T.E. Lawrence e os britânicos durante a revolta, ele também ficou desiludido com o Tratado de Versalhes e com as negociações subsequentes que pareciam não cumprir as promessas feitas aos árabes em relação à independência e ao controlo sobre seus territórios. Isso o deixou frustrado e levou a tensões com os britânicos. Além disso, as rivalidades e disputas entre os filhos de Huceine ibne Ali, incluindo Faiçal e Abdullah, também contribuíram para a complexidade das relações dentro da família e da região em geral.
Daí que tenha resultado a ascensão da Casa de Saud na Península Arábica, uma mudança significativa no equilíbrio de poder na região. Enquanto o Império Otomano enfraquecia e os mandatos coloniais estavam sendo estabelecidos, os sauditas conseguiram consolidar o seu poder e estabelecer o Reino da Arábia Saudita. Isso foi em parte devido à habilidade política e militar de líderes como Abdulaziz Ibn Saud. A ascensão dos sauditas também contribuiu para a diminuição da influência da família Hachemita, liderada por Huceine ibne Ali, que buscava liderança e unificação na região. Essa mudança no poder teve um impacto significativo nas dinâmicas políticas e na configuração do Médio Oriente moderno.
Após a Primeira Guerra Mundial, os britânicos estabeleceram o Mandato Britânico da Mesopotâmia (que mais tarde se tornaria o Iraque) e foram eles que escolheram Faiçal, como rei do novo estado. Essa decisão deixou o irmão Abdullah furioso, pois era ele, segundo a promessa de Lawrence, que esperava governar o Iraque. Essa situação criou tensões dentro da família Hachemita e entre os líderes árabes, e contribuiu para as divisões políticas na região durante esse período.
Abdulaziz Ibn Saud foi proclamado rei do Nadj (ou Najd) e sultão do Hejaz após suas forças conquistarem essas regiões durante sua campanha para unificar a Península Arábica. Ele consolidou seu poder sobre várias partes da Arábia e eventualmente fundou o Reino da Arábia Saudita em 1932, unindo o Nadj e o Hejaz sob sua autoridade.
Na Arábia havia duas poderosas famílias rivais: os Haxemitas e os Sauditas. Os Haxemitas diziam-se descendentes do Profeta Maomé e governavam a região de Hejaz, com destaque para a cidade sagrada de Meca. Enquanto isso, os Sauditas controlavam a região central da Arábia, incluindo a cidade de Riade. Ao longo da história, essas duas famílias frequentemente competiam pelo controlo e influência na região, uma dinâmica que continuou até a formação do moderno Reino da Arábia Saudita em 1932.
Os sauditas professavam a seita wahhabita, também conhecida como salafismo, uma interpretação puritana do Islã sunita. Esta seita foi fundada por Muhammad ibn Abd al-Wahhab no século XVIII, e sua aliança com a família Saudita foi fundamental para o estabelecimento do primeiro Estado saudita. A doutrina wahhabita enfatiza um retorno às práticas religiosas puras do Islão, rejeitando muitas tradições que considera inovadoras ou desviantes. A aliança entre os Sauditas e os wahhabitas tem sido uma característica importante da história política e religiosa da Arábia Saudita.
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