quinta-feira, 30 de maio de 2024

As falácias por razões ideológicas



Ontem foi notícia em toda a Europa, pelo menos, que o Parlamento Europeu foi alvo de buscas por suspeitas de interferência russa. A investigação centra-se nas alegações de que eurodeputados foram pagos para promover propaganda russa através do site Voz da Europa.

De acordo com a notícia avançada pela Associated Press, esta quarta-feira, as buscas realizadas estarão relacionadas com o caso Russiagate, em que deputados europeus foram abordados e pagos para promover propaganda russa através do site Voz da Europa.

As redes sociais têm sido uma ferramenta poderosa para a disseminação de informações e o engajamento cívico, mas também apresentam desafios significativos para as democracias. As redes sociais facilitam a rápida disseminação de informações, muitas vezes sem verificação de factos adequada, o que pode levar à propagação de notícias falsas e desinformação, minando a confiança nas instituições democráticas e distorcendo a percepção da realidade. Os algoritmos das redes sociais tendem a mostrar aos utilizadores conteúdos que confirmam suas visões preexistentes, criando bolhas de filtro que reforçam a polarização e dificultam o diálogo construtivo entre diferentes grupos políticos.

As redes sociais podem ser alvo de manipulação por parte de atores externos, como governos estrangeiros ou grupos extremistas, que buscam influenciar eleições, disseminar propaganda ou semear a discórdia social. O uso indiscriminado de dados pessoais pelos gigantes da tecnologia levanta preocupações sobre privacidade e segurança dos cidadãos, com potencial para serem explorados por terceiros mal-intencionados. Enfrentar esses desafios requer uma abordagem multifacetada, envolvendo regulação governamental, transparência das plataformas, alfabetização midiática e digital, além do engajamento ativo dos cibernautas para discernir informações confiáveis das falsas.

Desde a década de 1960 que os sociólogos americanos têm reduzido a ciência biológica a enormes falácias por razões ideológicas. O debate entre o papel do inato (biológico) e do adquirido (ambiental) na formação do comportamento humano tem sido um tema de intensa discussão e, em alguns casos, tem gerado conflitos ideológicos. Esta "guerra cultural" reflete diferenças filosóficas e políticas sobre questões como natureza versus criação, determinismo biológico versus influência ambiental, e liberdade individual versus determinismo genético. Essas discussões têm impacto não apenas nas ciências sociais, como na sociologia e psicologia, mas também em políticas públicas e debates sobre igualdade, justiça e oportunidades.

A instabilidade social provocada pelo medo dos grupos mais competitivos no preenchimento dos lugares no emprego acaba por gerar ressentimentos e hostilidades. E isso é adubo para os partidos de extrema-direita medrarem. Não adianta escamotear, sendo certo que são depois esses partidos que levantam as lebres da insegurança. E é assim que se entra na espiral da xenofobia e da intolerância. E a cibernética das famigeradas redes sociais da internet, também amplifica o discurso de ódio pelo Outro, e da propaganda racista nessas ditas plataformas. Também existe o ódio de si próprio, mas isso é problema de algumas pessoas, com a sua boa ou má consciência, se sentirem os privilegiados deste mundo.

Então o que se pode fazer para combater esta grave crise? Não adianta ser otimista ingénuo, ou dramalhão sentimental, ninguém tem a receita. Nem as esquerdas com a retórica do ativismo utópico. É crucial implementar políticas e práticas que promovam a inclusão, a diversidade e o respeito pelos direitos humanos. Isso inclui educação de combate à discriminação, medidas para combater a desigualdade social e económica, e o fortalecimento das leis e instituições que protegem os direitos das minorias étnicas e culturais.

Sem comentários:

Enviar um comentário