segunda-feira, 13 de maio de 2024

Golda Meir e a Guerra do Yom Kippur





Golda Meir [1898-1978] enquanto era a Primeira-Ministra de Israel [1969-1974] Anwar Sadat [1918-1981] presidente do Egito [1971-1981] e Hafez al-Assad [1930-2000] presidente da Síria [1971-2000] preparavam em Alexandria um ataque a Israel que se veio a dar inesperadamente para Golda Meir aparentemente apanhada desprevenida. Foi o resultado de uma guerra que decorreu entre 6 e 26 de Outubro de 1973, conhecida pela Guerra do Yom Kippur, cujo desfecho redundou numa pequena vitória militar de Israel, mas ganhos políticos para o Egito. O Ministro da Defesa de Israel era Moshe Dayan, um veterano de todas as outras guerras desde a Revolta Árabe entre 1936 e 1939. 




Enquanto o Egito atacava as posições israelitas desprotegidas na península do Sinai, as forças sírias atacaram os baluartes dos Montes Golã. Nessa investida, graves perdas foram infligidas ao exército de Israel. Após três semanas de luta, as tropas árabes foram forçadas a retroceder. Mas as fronteiras iniciais tiveram de se reconfigurar. Guerra do Yom Kippur foi um momento crítico na história do Médio Oriente, em que Golda Meir saiu muito desgastada, e as consequências para  resto do mundo foram significativas e com muitas implicações.

Foi uma espécie de sentimento de vingança por parte dos árabes depois da humilhante derrota da Guerra dos Seis Dias. A seguir vieram os Acordos de Camp David que normalizaram as relações do Egito com Israel. 
O Egito, que já se vinha afastando da União Soviética, cortou completamente de vez.Mas uma das consequências desta guerra para o Mundo foi a crise do petróleo. Os estados árabes, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) boicotaram os Estados Unidos e os países europeus que apoiavam a sobrevivência de Israel. Se a curto prazo a medida agravou a crise económica mundial, a longo prazo a comunidade internacional aprendeu a usar fontes alternativas de energia, e inclusive outras áreas do planeta começaram a aumentar a exploração de petróleo, como foi o caso da região do Mar do Norte, na Europa, do Alasca, nos Estados Unidos, da Venezuela, do México, e tantos outros.

Havia o antecedente de no ano anterior, a 6 de setembro de 1972, terroristas palestinos capturaram 11 atletas israelitas durante os Jogos Olímpicos de Verão em Munique, na Alemanha. Um grupo de terroristas palestinos do grupo "Setembro Negro" invadiu a Vila Olímpica e capturou 11 membros da equipa olímpica de Israel. O evento ficou conhecido como o Massacre de Munique. Após horas de negociações malsucedidas, um resgate mal planeado resultou na morte dos 11 atletas israelitas, além de um polícia alemão e cinco dos oito sequestradores palestinos. Este trágico acontecimento teve um impacto significativo nas relações internacionais e na perceção global do terrorismo.

Erro fatal de Golda Meir e Moshe Dayan, Ministro da Defesa de Israel, que não acreditaram no ataque. Não levaram a sério os sinais de um ataque iminente. Houve informações de inteligência indicando que o Egito e a Síria estavam a preparar-se para uma ofensiva, mas esses sinais foram subestimados ou ignorados. Esse erro de avaliação teve consequências graves para Israel.

Após a Guerra do Yom Kippur, o rei Faisal da Arábia Saudita e outros líderes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) aproveitaram a oportunidade para orquestrar um aumento nos preços do petróleo. Eles implementaram um embargo ao petróleo contra os países que apoiaram Israel durante a guerra, incluindo os Estados Unidos e vários países europeus. Além disso, a OPEP reduziu a produção de petróleo, aumentando assim os preços. Esse aumento repentino nos preços do petróleo teve um impacto significativo na economia global e nas relações geopolíticas, marcando o início de uma crise energética. 

Uma curiosidade: Ashraf Marwan, genro do ex-presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, era suspeito de ser um agente duplo, trabalhando tanto para Israel quanto para o Egito durante o período que antecedeu a Guerra do Yom Kippur. Ora, acontece que em 2007 foi encontrado morto em Londres. Sua morte permanece envolta em mistério e especulação, com algumas fontes sugerindo que ele foi assassinado, enquanto outras alegam que foi um acidente ou suicídio. O caso de Ashraf Marwan continua a ser objeto de debate e investigação.

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