sábado, 18 de maio de 2024

Bom senso e senso comum


O senso comum, de preferência bom, em si mesmo não tem conotações políticas, mas é algo de bom que qualquer pessoa deva ter no seu intelecto. E por maioria de razão é o que se deve esperar de um qualquer agente político.

Mas temos de considerar que não há bomsensó-metros, assim como há termó-metros. E antes que alguém me pergunte o que quero dizer com o jargão "bom senso", recomendo a leitura deste livrinho com 160 páginas de Marc De Smedt - "Elogio do Bom Senso".



É, por exemplo, a capacidade de discernir e julgar as situações da vida em sociedade, levando em consideração a diversidade hexagonal (eu, tu, ele, nós, vós, eles); a especificidade sincrónica (não anacrónica) do pensamento em cada tempo histórico. E que tudo o que se diz, e faz, pode ter muitas vezes más consequências ou efeitos devastadores.




É muito bom termos a capacidade de tomar decisões e agir de maneira prática e sensata, considerando as circunstâncias e as consequências de maneira equilibrada e racional. Trata-se de uma forma de sabedoria prática, onde as pessoas avaliam situações com base em experiências passadas, conhecimento comum e uma compreensão intuitiva das implicações de suas ações. Podemos entender o senso comum como um conjunto de crenças, opiniões, atitudes e valores que são amplamente compartilhados por uma comunidade ou sociedade. Geralmente é aceite como válido, sem a necessidade de uma análise rigorosa ou científica. O senso comum é formado e transmitido através da cultura, tradições, experiências diárias e socialização. Isto significa que resulta da interação social e é reforçado pela comunicação e pelos costumes dentro de um grupo ou sociedade.

De qualquer modo, o que é considerado senso comum pode variar de uma cultura para outra, já que é fortemente influenciado por contextos culturais e históricos. Em princípio, está assente naquilo a que chamamos: intuição. Inclui ideias amplamente aceites, não sendo facilmente questionadas ou analisadas criticamente pela maioria das pessoas. E o senso comum é atribuído no nosso dia-a-dia para as soluções práticas e imediatas de problemas que se nos deparam a toda a hora. Para isso não precisamos de rebuscar teorias ou análises profundas. Mas de um modo geral o senso comum é corroborado por ditos populares ou provérbios. Tais como: "não se devem colocar todos os ovos no mesmo cesto"; "devagar se vai ao longe, porque depressa e bem não há quem".

Embora o senso comum seja útil em muitas situações diárias, ele pode ser limitante ou inadequado em contextos que exigem uma análise mais profunda, científica ou técnica. Em algumas situações, o senso comum pode perpetuar mitos ou mal-entendidos que não resistem a uma investigação crítica ou científica.

Agora, o bom senso apresenta outras subtilezas, não apenas de semântica, mas também de racionalidade. Implica fazer escolhas baseadas em lógica e razão, evitando decisões impulsivas ou irracionais. E carece de avaliação, quer em relação à viabilidade prática das propostas, quer em relação ao balanço entre prós e os contras, ou seja, a razão custo/benefício. E nunca dispensa a revisão do histórico da experiência já adquirida. É o conhecimento adquirido ao longo do tempo que consolida a justeza das decisões e das ações subsequentes. Um outro aspeto a ter em mente é que os extremismos raramente são bons. Deve-se evitar os extremos, adotando uma abordagem equilibrada e ponderada. E devemos considerar sempre o impacto das nossas ações nos outros, agindo de maneira que não cause dano desnecessário ou desconforto. A isto se dá pelo nome de empatia.

Por fim, o bom senso é frequentemente associado à sabedoria popular, sendo uma forma de julgamento que não requer especialização técnica, mas sim uma visão clara e prática das situações quotidianas. É um recurso valioso nas interações humanas, na resolução de problemas diários e na tomada de decisões em ambientes diversos.

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