Para todos os efeitos a Rainha Vitória era uma espécie de um nó em toda esta rede. Casou com o seu primo príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota (filho de Ernesto I, irmão de Leopoldo I). A sua descendência espalhou-se por toda a Europa, sendo chamada de "a avó da Europa". Dos nove filhos:
- Eduardo VII → Pai de Jorge V do Reino Unido.
- Alice → Mãe da czarina Alexandra Feodorovna, esposa de Nicolau II da Rússia.
- Alfredo → Duque de Edimburgo e de Saxe-Coburgo-Gota.
- Helena → Casada com o príncipe Cristiano de Schleswig-Holstein.
- Luísa → Casada com o marquês de Lorne, Canadá.
- Artur → Duque de Connaught, governador-geral do Canadá.
- Leopoldo → Duque de Albany.
- Beatriz → Mãe de Vitória Eugénia, rainha de Espanha (casada com Afonso XIII).
- Lisboa: Com D. Fernando II, pai da linhagem real portuguesa final.
- Londres: O centro da expansão com Vitória e Alberto.
- Bruxelas: Leopoldo I e depois Leopoldo II, influenciando o colonialismo.
- Madrid: Com Vitória Eugénia, esposa de Afonso XIII (e neta de Vitória).
- Berlim: Vários casamentos entre Coburgos e Hohenzollern.
- São Petersburgo: Alexandra Feodorovna, czarina russa, neta de Vitória.
Há um contraste entre a longevidade da influência britânica e belga - e o encurtamento progressivo dos reinados portugueses até à república (1910). A presença pontual mas significativa na Rússia, Espanha, Bulgária e México. Como os ramos colapsam todos praticamente entre 1910 e 1945, marcam o fim do ciclo da monarquia europeia tradicional que inclui outras casas rivais, como os Habsburgo, Hohenzollern, Romanov ou Orleães. Para entender o peso da Casa de Saxe-Coburgo-Gota, é fundamental contrastá-la com as outras grandes casas reais europeias do século XIX e início do século XX, que formavam uma espécie de concerto dinástico das potências imperiais. Aqui está uma síntese clara das principais casas rivais, suas características e os tronos que ocuparam.
O ramo Habsburgo-Lorena formou-se com o casamento de Maria Teresa da Áustria e Francisco de Lorena. Tiveram um papel central na diplomacia europeia e foram rivais tanto dos Bourbon como dos Hohenzollern. Figuras centrais: Francisco José I (1848–1916): imperador austro-húngaro por quase 70 anos. Maximiliano do México: irmão de Francisco José, casado com Carlota (de Saxe-Coburgo).
A Casa de Hohenzollern [Prússia, Alemanha (Império Alemão)] -- Séculos XV–XX. Surgida como eleitores da Brandemburgo, tornaram-se reis da Prússia e, depois, imperadores da Alemanha.
Protagonistas da unificação alemã sob Bismarck e da rivalidade com os Habsburgos. Militarismo, nacionalismo e protestantismo foram marcas identitárias. Figuras centrais: Guilherme I (imperador de 1871 a 1888); Guilherme II (último imperador alemão, 1888–1918), neto da rainha Vitória.
A Casa de Romanov [Rússia] 1613–1917 -- Reinaram desde a saída dos Rurik até à Revolução Russa.
Promoveram um império vastíssimo e centralizado. Casaram-se com princesas de origem germânica, como a neta de Vitória (Alexandra). Figuras centrais: Alexandre II (libertador dos servos); Nicolau II, o último czar, executado com toda a sua família em 1918.
A Casa de Bourbon [França, Espanha, Nápoles-Sicília, Parma] Séculos XVI–XX -- Um dos ramos dos Capetos, esteve no trono de França até a Revolução. Em Espanha, voltou ao poder após a queda de Napoleão e continua até hoje. Em Nápoles e Parma, o ramo secundário Bourbon / Duas Sicílias perdeu espaço com a unificação italiana. Figuras centrais: Luís XVI (executado em 1793); Carlos IV, Fernando VII de Espanha; Afonso XIII (espanhol, casado com Vitória Eugénia).
A Casa de Orleães [França (Monarquia de Julho)] 1830–1848 -- Ramo liberal dos Bourbon que reinou com Luís Filipe I. Expulsos pela revolução de 1848. Estreitamente ligados à casa de Saxe-Coburgo pela aliança de Carlota com Leopoldo I da Bélgica.
A Casa de Savóia [Sardenha, depois Itália unificada] Até 1946. Foram reis do Piemonte / Sardenha e lideraram a unificação italiana. Tornaram-se reis de Itália em 1861. Figuras centrais: Vítor Emanuel II (primeiro rei da Itália unificada). Umberto I e Vítor Emanuel III.
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