sexta-feira, 12 de julho de 2019

A mente é ou será quântica?


Será que a inteligência artificial pode replicar ou ultrapassar a cognição humana? Ninguém sabe, mas estes acontecimentos já não parecem estar tão distantes das nossas capacidades. Mas o que importa aqui referir é a mente genial. O génio de um Einstein, ou Copérnico, ou Leonardo da Vinci. E todos aqueles génios que tiveram “momentos eureca”, que derrubaram de uma só penada vinda de um inconsciente, ou vá lá, subconsciente, toda uma mundivisão que era tida como certa e definitiva. Como acontecem essas coisas estranhas de um único foco de uma pessoa, ninguém sabe dizer. O fenómeno parece mais vasto, algo de coletivo acontece que faz despertar ideias que aceleram os feitos inovadores dos indivíduos. Provavelmente, Leonardo da Vinci só pode alcançar um novo ponto cimeiro porque, em parte, teve a boa sorte de crescer num momento e num lugar em que o património de conhecimento coletivo aumentou extraordinariamente. Digamos que a Toscana no tempo da Renascença se assemelha ao Vale do Silício da Califórnia no tempo do Digital.

Da mesma forma se poderia falar de Mainz, a cidade natal de Gutenberg. Este inventor da escrita impressa em papel estava no sítio certo para difundir a sua prensa. Vivia numa encruzilhada de dois domínios tão diferentes que dificilmente alguém os poderia juntar: a produção de vinho e a cunhagem de moeda. Mas tal aconteceu porque Gutenberg se lembrou de combinar no mesmo engenho a prensa de esmar as uvas e a capacidade de trabalhar o metal para fazer moldes. E assim surgiu a “imprensa” com as letras individuais feitas em tipos de liga metálica.

Em 2013 a Google anunciou a abertura do seu Laboratório Quântico de Inteligência Artificial em parceria com a NASA. O laboratório comprou um D-Wave Two, que funciona com 512 qubits e que pode resolver certo tipo de problemas três vezes mais depressa do que o mais rápido de todos os computadores clássicos de hoje. Em 2014 a IBM anunciou um investimento a cinco anos de três mil milhões de dólares em investigação e desenvolvimento, para levar ao fabrico de chips em grafeno e ao procedimento quântico.

Mas já na década de 1990 os físicos descobriram o teletransporte quântica, que significa passar uma quantidade minúscula de dados de um local para outro sem estes dados terem de passar através do espaço intermédio. A Agência Nacional de Segurança do Reino Unido suspendeu um protótipo dos seus projetos de encriptação por ter ficado demonstrado que era vulnerável a ataques quânticos.

Ora, os computadores quânticos podem vir a ser decisivos em esclarecer como emerge a consciência, e de uma vez por todas dar razão, ou não, a alguns autores que têm teorizado acerca da natureza quântica de determinados fenómenos mentais, como por exemplo a telepatia, bem como outros níveis de comunicação nos sistemas biológicos.

Uma abordagem prometedora é a imitação da biologia. A perspetiva mais abrangente a emergir até agora do mundo da nanotecnologia é a de que, quanto mais longe formos, mais nebulosa ficará a distinção entre a ciência da física inanimada e a vida. A natureza é afinal o maior engenheiro da escala do nanómetro. Veja-se o caso das bactérias, que tanta consumição nos têm dado, que só têm 200 nanómetros de comprimento.

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