Hoje políticos e empresários industriais não se cansam de falar em inovação como ingrediente fundamental do desenvolvimento de um país na era da globalização. Mas o desenvolvimento propriamente dito assenta em várias etapas da atividade humana. A primeira é a atividade criativa ligada às ciências básicas. E a segunda é a sua aplicação às necessidades da vida das pessoas no seu dia-a-dia. E a última será a inovação na atividade comercial, a etapa da divulgação e difusão dos produtos.
Diz-se em "economês" que não há inovação sem investimento de capital (cerebral e financeiro). Mas o investimento precisa de uma estratégia, que não passa apenas pelo mero lucro a curto prazo. Uma das estratégias é a patente de um invento, que consiste em dar-lhe um nome de marca, e proteger a marca por forma a fazer dela um exclusivo. E só depois é que se entra no domínio do mercado. A estratégia pode ser ofensiva (hard), mas também pode ser defensiva (soft). Opta-se por uma estratégia defensiva quando não se dispõe de todos os recursos que permitam correr riscos. Um exemplo de estratégia defensiva é a introdução de pequenos aperfeiçoamentos nas tecnologias existentes, permitidos no âmbito das restrições da patente. E há também a estratégia reativa, que foi a adotada pela China nos anos 1980. É sabotar a competição e a concorrência através da cópia e de eventuais outras vantagens, como por exemplo a da mão de obra barata.
Edison era um inovador total. Além de desenvolver produtos novos, era também quem os fabricava e depois, ainda era ele que tratava da sua distribuição. Em 1882 construiu a primeira central de energia elétrica no bairro financeiro de Manhattan. E foi assim porque, sem uma central elétrica, não vendia as suas lâmpadas. Por aqui se pode ver que Edison não era flor que se cheirasse. De facto Edison não era pêra doce para os seus concorrentes. Envolveu-se várias vezes em litígio com o seu rival, George Westinghouse. Em abono da verdade, temos um Thomas Edison I e um Thomas Edison II. O primeiro foi mais inventor do que o segundo. Depois tornou-se um empresário implacável. Neste capítulo pode dizer-se que foi mais inovador do que inventor. Pegava em ideias já existentes e tentava melhorá-las apenas com o fito de as explorar comercialmente. O telefone, o telégrafo e a lâmpada incandescente tal como os conhecemos, foram aperfeiçoados por ele a fim de serem mais apelativos aos utilizadores, e assim vende-los muito melhor.
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