terça-feira, 17 de outubro de 2023

Palestina




Os palestinianos atualmente são árabes, quer do ponto de vista cultural, quer linguístico. Do ponto de vista histórico e étnico são um povo descendente de pessoas que começaram a habitar este território, a que hoje se chama Palestina, há mais de três mil anos.

Em 1919, depois da Primeira Guerra Mundial, e quando começou uma onda migratória judaica sob mandato britânico, 90% dos habitantes da Palestina era constituída por muçulmanos e cristãos, e apenas 10% eram judeus. E foi a partir dessa data que começou a verificar-se a oposição à imigração judaica, e a formar-se a consciência da identidade nacional palestiniana. Apesar de várias guerras e êxodos, cerca de metade da população palestiniana mundial continua a residir nesse antigo território que hoje abrange a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, e também no território que hoje é Israel. A outra metade da população palestina que vive no exterior são refugiados palestinianos apátridas sem cidadania legal em nenhum país.




A dissolução do Império Otomano, e a subsequente criação de um mandato britânico individual para a região, levou a que a cidadania otomana fosse substituída pela cidadania palestiniana, solidificando uma identidade nacional.

Na sequência dos Acordos de Oslo, em 1993, foi criada, em 1994, a Autoridade Nacional Palestiniana, com sede na Cisjordânia, mas também oficialmente responsável pela Faixa de Gaza, apesar de esta estar sob o domínio exclusivo do Hamas.

O topónimo grego Palaistínē (Παλαιστίνη), que é a origem do árabe Filasṭīn (فلسطين), ocorre pela primeira vez na obra de Heródoto, o historiador grego, referindo-se à terra costeira entre a Fenícia e o Egito. Por outro lado, vinha já de trás como um topónimo ligado ao etnónimo dos filisteus, que era a designação dada ao movimento migratório dos Povos do Mar a partir de 1300 a.C. na zona do Mediterrâneo Oriental.



Quando o Império Romano tomou conta da região no século I a.C., os romanos deram o nome de Judeia à província que abrangia esse território. Ao mesmo tempo, o nome Síria Palestina era o que os historiadores e geógrafos usavam para se referir à área entre o Mar Mediterrâneo e o rio Jordão.

Desde a época dos primeiros geógrafos árabes medievais que a palavra árabe Filastin é usada para se referir à região da Palestina. Após a Revolução dos Jovens Turcos, em 1908, que aliviou as leis de censura à imprensa no Império Otomano, dezenas de jornais e periódicos foram fundados na Palestina, e o termo "palestino" expandiu seu uso. Entre eles estavam os jornais Al-Quds, Al-Munadi, Falastin, Al-Kamil e Al-Nafir, que usaram o termo “Filastini” mais de 170 vezes em 110 artigos de 1908 a 1914. Eles também faziam referência a uma "sociedade palestiniana", "nação palestina" e uma "diáspora palestina". Os autores incluíam na designação: palestinos árabes; cristãos; muçulmanos; árabes não palestinos. A notação que o termo Palestina tem hoje, só começou a ser relevante depois do estabelecimento do Estado de Israel, em 1948.

Oficialmente, o Hamas [Movimento de Resistência], é uma organização política, religiosa sunita, e militar, que não de jure, mas de facto, governa a Faixa de Gaza. Em 1987, logo após a eclosão da Primeira Intifada contra Israel, o Hamas foi fundado pelo imã e ativista palestino Ahmed Yassin. Surgiu de seu Mujama al-Islamiya, que havia sido estabelecido em Gaza em 1973 como uma instituição de caridade religiosa derivada da Irmandade Religiosa sediada no Egito. O Hamas não reconheceu os Acordos de Oslo celebrados pela Fatah ou OLP, e continuou a defender a resistência armada palestina não reconhecendo a existência de um estado judeu – o Estado de Israel. Em eleições realizadas em 2006, o Hamas venceu as eleições.

O Hamas começou a aceitar negociações com Israel e as fronteiras de 1967 nos acordos que assinou com a Fatah de 2005 a 2007. Uma carta do Hamas de 2017, pelo menos em princípio, aceitava um Estado palestino dentro das fronteiras de 1967. Sob os princípios ideológicos do islamismo, promove o nacionalismo palestiniano numa política de jihad contra Israel. Tem uma ala de serviço social, Dawah, e uma ala militar, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. Os atentados suicidas contra alvos civis, e os ataques periódicos a Israel com roquetes a partir da Faixa de Gaza conferiram-lhe o caráter de uma organização terrorista.

Em 7 de outubro deste ano o Hamas desencadeou um ataque surpresa no Sul de Israel visando principalmente um massacre a civis para além de ter também atacado bases militares com foguetes. Fez duas centenas de reféns, entre civis de várias nacionalidades e também soldados. Israel declarou guerra ao Hamas e neste momento estão a decorrer operações militares nesse sentido, para além de uma série de conversações políticas e diplomáticas a nível internacional sob a coordenação dos Estados Unidos da América protagonizada pelo seu Secretario Geral Antony Blinken.



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