Logo a seguir, essas regiões tornam-se os núcleos de galáxias, agrupando-se pela gravidade, em espirais, elipses ou aglomerados irregulares. As galáxias crescem e evoluem por fusões umas com as outras — canibalizam-se, colidem, reorganizam-se. Como funciona uma galáxia? Uma galáxia é um sistema gigantesco mantido unido pela gravidade. Contém Estrelas (como o Sol) — centenas de milhares de milhões. Planetas, luas, asteroides — incontáveis. Gás e poeira interestelar — matéria-prima para novas estrelas. Matéria escura — invisível, mas crucial para manter a estrutura. E quase sempre, no centro: um buraco negro muito maciço (como Sagitário A* no centro da Via Láctea). As galáxias giram, mas não como discos sólidos — as partes exteriores rodam a velocidades inesperadas, o que levou à descoberta da matéria escura (pois só com mais massa invisível essas velocidades fazem sentido).
Pelo menos desde Leibniz que se pergunta porque é que tudo isto existe em vez de não existir? “Porque há algo em vez de nada?” é a formulação básica — desde Leibniz — de um problema da metafísica: a questão, se é que tem sentido, consiste em descobrir uma razão de ser para a própria existência de um mundo repleto de coisas que o compõem, em vez de um puro vazio, a ausência de universo, o nada. E porque há tantas galáxias? Estima-se que existam mais de 1012 galáxias no universo observável = 1000 000 000 000 (um milhão de milhões ou um bilião). A explicação está na flutuação primordial do Big Bang: o universo inicial tinha pequenas irregularidades — mais denso aqui, menos denso ali. A gravidade amplificou essas variações, criando poços gravitacionais onde o gás caiu e formou estruturas. Cada região onde a densidade era um pouco maior atraiu matéria, formou estrelas, depois galáxias… e assim nasceu o universo em rede, como uma teia cósmica com galáxias nos nós e imensos vazios no meio. Dizem que a Via Láctea, a galáxia onde está o Sol e os planetas a que a Terra pertence, tem cerca 100 a 400 mil milhões de estrelas. E mede cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro. O Sol gira em torno do centro da galáxia a cerca de 800.000 km/h e demora 230 milhões de anos a dar uma volta completa. Está a caminho de colidir com a galáxia vizinha de Andrómeda — mas calma: só daqui a cerca de 4 mil milhões de anos.
Andrómeda acorrentada ao rochedo numa pintura de Gustave Doré.
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