A tese de DiAngelo é que a sociedade é permeada pela supremacia branca e que qualquer desacordo com as suas ideias resulta e uma fraqueza que foi socializada em pessoas brancas através do seu privilégio. A recusa, consciente ou inconsciente, do branco em reconhecer o seu privilégio constitui aquilo a que ela chama de 'fragilidade branca', uma espécie de ignorância perniciosa. Os brancos são beneficiários e cúmplices de um racismo que os superioriza. Esta é a 'verdade', de acordo com a Justiça Social pós-moderna.
DiAngelo, uma mulher branca que acredita que todos os brancos são racistas. E que seria impossível não o ser, se tivermos em conta os sistemas de poder informados por discursos racistas, no contexto dos quais nascemos. Somos cúmplices, por defeito, e portanto, responsáveis por não confrontar esses sistemas. Não importa se os indivíduos brancos são boas pessoas. O racismo é um sistema de várias camadas embutidas na nossa cultura. Todos nós somos socializados neste sistema racista. E os brancos têm ângulos mortos em relação ao racismo. Ela própria diz que tem ângulos mortos em relação ao racismo. O racismo é complexo, e não é preciso entender todas as suas nuances para o validar. Os brancos estão, e ela também, consciente ou inconscientemente a contribuir para o racismo. O preconceito está imanente.
É impressionante como estas ideias mais do que quaisquer outras tenham superado o ecossistema da academia, entrado no mainstream. O livro fragilidade branca foi um best seller do New York Times por mais de 6 meses. DiAngelo e outras autoras congéneres não se limitam a meramente defender o princípio do conhecimento pós-moderno – que a verdade objetiva não existe e o conhecimento é socialmente construído e um produto da cultura – e o princípio político pós-moderno – que a sociedade é construída através do conhecimento pela linguagem e discursos, que se encarregam de manter os dominantes em posição de poder sobre os oprimidos. Isto reflete-se num desejo claro de alcançar ‘justiça epistémica’ e de investigação, afirmando que a produção rigorosa do conhecimento é apenas um produto da cultura branca masculina e ocidental e, portanto, não melhor do que as experiências vividas teoricamente interpretadas de membros de grupos marginalizados, que devem ser constantemente elevadas e colocadas em primeiro plano. É o pós-modernismo elevado a uma explicação grandiosa e abrangente para a sociedade – uma metanarrativa.
Ainda não se percebeu como foi possível o ceticismo e o relativismo cultural terem produzido uma contradição. Como é que a tese de ser impossível para os humanos obterem conhecimento confiável empregando evidências e razão, e agora ser possível produzir conhecimento confiável ouvindo a experiência vivida de membros de grupos marginalizados, depois de passarem pelo filtro da Teoria? Uma coisa é a subjetividade do sentimento da experiência vivida de pessoas marginalizadas. Outra coisa é afirmar que essas experiências vividas revelam verdades objetivas sobre a sociedade, e não apenas as crenças de algumas pessoas sobre as suas experiências. A fragilidade branca caracteriza-se por emoções como a raiva, o medo, e a culpa, e por comportamentos que incluem a argumentação e o silêncio, comportamentos estes que impedem qualquer diálogo inter-racial de relevo. A fragilidade branca segue, assim, um padrão de defesa face às sugestões de racismo através de reações pretensamente inócuas como negações absurdas do tipo Não vejo cores.
Mais do que um ensaio, esta obra é um manifesto para a tomada de consciência racial individual e coletiva da comunidade branca, que analisa a fundo de que modo a fragilidade branca se desenvolve, como protege a desigualdade racial e o que podemos fazer para nos envolvermos de forma mais construtiva. Nomear, definir e analisar a fragilidade branca aumenta a compreensão do racismo sistémico e perturba a forma como este é defendido, colocando em evidência o racismo que não vemos.
Em fevereiro de 2021, num curso ministrado online, ficou sob escrutínio após uma grande reação nas redes sociais contra a Coca Cola. O curso com o título "Confrontando o Racismo", apresentado na LinkedIn Learning atraiu publicidade negativa sobre a afirmação de DiAngelo de que "Ser menos branco é: ser menos opressivo, menos arrogante, menos certo, menos defensivo, menos ignorante, mais humilde". Pediu aos espectadores para "romperem com a solidariedade branca". Um porta-voz da Coca-Cola afirmou mais tarde que o curso não era uma parte obrigatória de seu programa de treinamento de funcionários, e especificou que "não é o foco do currículo da empresa", acrescentando que o curso era "parte de um plano de aprendizagem para ajudar a construir um local de trabalho inclusivo". O curso foi rapidamente removido das plataformas LinkedIn Learning e Microsoft Learning. De acordo com DiAngelo, os clipes contendo o seu conselho de "ser menos branco" vieram de uma entrevista de 2018 realizada com uma empresa diferente, onde estavam ao lado outras marcas como a Coca Cola, sem o seu conhecimento ou aprovação. Em junho de 2021, saiu um novo livro de DiAngelo sob o título
É impressionante como estas ideias mais do que quaisquer outras tenham superado o ecossistema da academia, entrado no mainstream. O livro fragilidade branca foi um best seller do New York Times por mais de 6 meses. DiAngelo e outras autoras congéneres não se limitam a meramente defender o princípio do conhecimento pós-moderno – que a verdade objetiva não existe e o conhecimento é socialmente construído e um produto da cultura – e o princípio político pós-moderno – que a sociedade é construída através do conhecimento pela linguagem e discursos, que se encarregam de manter os dominantes em posição de poder sobre os oprimidos. Isto reflete-se num desejo claro de alcançar ‘justiça epistémica’ e de investigação, afirmando que a produção rigorosa do conhecimento é apenas um produto da cultura branca masculina e ocidental e, portanto, não melhor do que as experiências vividas teoricamente interpretadas de membros de grupos marginalizados, que devem ser constantemente elevadas e colocadas em primeiro plano. É o pós-modernismo elevado a uma explicação grandiosa e abrangente para a sociedade – uma metanarrativa.
Ainda não se percebeu como foi possível o ceticismo e o relativismo cultural terem produzido uma contradição. Como é que a tese de ser impossível para os humanos obterem conhecimento confiável empregando evidências e razão, e agora ser possível produzir conhecimento confiável ouvindo a experiência vivida de membros de grupos marginalizados, depois de passarem pelo filtro da Teoria? Uma coisa é a subjetividade do sentimento da experiência vivida de pessoas marginalizadas. Outra coisa é afirmar que essas experiências vividas revelam verdades objetivas sobre a sociedade, e não apenas as crenças de algumas pessoas sobre as suas experiências. A fragilidade branca caracteriza-se por emoções como a raiva, o medo, e a culpa, e por comportamentos que incluem a argumentação e o silêncio, comportamentos estes que impedem qualquer diálogo inter-racial de relevo. A fragilidade branca segue, assim, um padrão de defesa face às sugestões de racismo através de reações pretensamente inócuas como negações absurdas do tipo Não vejo cores.
Mais do que um ensaio, esta obra é um manifesto para a tomada de consciência racial individual e coletiva da comunidade branca, que analisa a fundo de que modo a fragilidade branca se desenvolve, como protege a desigualdade racial e o que podemos fazer para nos envolvermos de forma mais construtiva. Nomear, definir e analisar a fragilidade branca aumenta a compreensão do racismo sistémico e perturba a forma como este é defendido, colocando em evidência o racismo que não vemos.
«O status quo racial é confortável para as pessoas brancas; e não faremos avanços nas relações raciais se nos mantivermos confortáveis. Este progresso será ditado por aquilo que fizermos com o nosso desconforto.»Quando Robin Jeanne DiAngelo tinha dois anos de idade os pais divorciaram-se. Passou a viver com a mãe, com mais duas irmãs. A família caiu na pobreza. Aos dez anos a mãe morreu de cancro. Depois disso ela e suas irmãs foram morar com o pai. Ela escreveu: “embora tenha sentido a opressão de classe, também beneficiei do privilégio racial”, que a sua "experiência de pobreza teria sido diferente se não fosse branca". Obteve uma licenciatura em Sociologia e História pela Universidade de Seattle em 1991. Professora titular de educação multicultural na Westfield State University chegou a professora associada de educação na Universidade de Washington.
Em fevereiro de 2021, num curso ministrado online, ficou sob escrutínio após uma grande reação nas redes sociais contra a Coca Cola. O curso com o título "Confrontando o Racismo", apresentado na LinkedIn Learning atraiu publicidade negativa sobre a afirmação de DiAngelo de que "Ser menos branco é: ser menos opressivo, menos arrogante, menos certo, menos defensivo, menos ignorante, mais humilde". Pediu aos espectadores para "romperem com a solidariedade branca". Um porta-voz da Coca-Cola afirmou mais tarde que o curso não era uma parte obrigatória de seu programa de treinamento de funcionários, e especificou que "não é o foco do currículo da empresa", acrescentando que o curso era "parte de um plano de aprendizagem para ajudar a construir um local de trabalho inclusivo". O curso foi rapidamente removido das plataformas LinkedIn Learning e Microsoft Learning. De acordo com DiAngelo, os clipes contendo o seu conselho de "ser menos branco" vieram de uma entrevista de 2018 realizada com uma empresa diferente, onde estavam ao lado outras marcas como a Coca Cola, sem o seu conhecimento ou aprovação. Em junho de 2021, saiu um novo livro de DiAngelo sob o título
"Nice Racism: How Progressive White People Perpetuar Racial Harm.
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