No início deste ano cerca de cem instituições científicas internacionais, incluindo quatro portuguesas, reuniram-se no Centro Champalimaud sob a presidência da investigadora desse Centro – Megan Carey, onde subscreveram uma declaração com o objetivo de promover uma comunidade de investigação mais justa e inclusiva na área das Neurociências. A declaração é uma iniciativa da rede ALBA, criada em 2018 por cientistas de diversos países para promover a igualdade e a diversidade na investigação das Neurociências, através da partilha de boas práticas. Uma iniciativa para dar mais visibilidade e oportunidades de trabalho em rede. A declaração descreve ações concretas que indivíduos e organizações podem implementar, a fim de tornar os seus ambientes de trabalho mais equitativos e inclusivos.
“Os princípios e as ações que a Declaração adota podem conduzir-nos a ambientes facilitadores de um conhecimento livre de pré-juízos, equitativo para todos e mais favoráveis ao pleno desenvolvimento das capacidades e da realização de todos os cientistas”, salientou Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, num comunicado divulgado pela Fundação a propósito da declaração internacional.
O trabalho de Carey tem-se concentrado na análise quantitativa do movimento, usando comportamento, genética e fisiologia para dissecar a locomoção. Ela está interessada em entender como o cerebelo controla o movimento coordenado. O seu grupo de pesquisa está focado na criação de metodologia quantitativa para estudar movimento coordenado. Ela desenvolveu um sistema automatizado de rastreamento de movimentos, chamado "LocoMouse" para capturar e analisar os movimentos de patas, nariz e cauda de ratinhos normais e de ratinhos afetados por movimentos de ataxia. E assim, descobriram novas ligações relacionadas com a aprendizagem dos movimentos. Mantendo todos os animais a andar ao mesmo ritmo sobre rodas motorizadas, a variabilidade diminuía e os animais aprendiam a tarefa num ritmo semelhante. Carey estudou as mudanças na caminhada verificando que eram aprendidas através de circuitos cerebelares. Para estudar isso, o seu grupo construiu uma esteira especial "split-belt" para ratos. Usando este dispositivo, os ratos aprendem a modular a sua caminhada de modo que as suas patas dianteiras e patas traseiras pousam ao mesmo tempo, mesmo que cada lado esteja se movendo numa velocidade diferente. Era a inibição dos circuitos neuronais no cerebelo, e não no córtex cerebral, que prejudicava a aprendizagem da locomoção.
Foram subscritores da Declaração ALBA instituições como a University College de Londres, a International Brain Research Organization, o European Brain Council, a FENS-Kavli Network of Excellence, o Black in Neuro e o Carney Institute for Brain Science da Universidade de Brown, Fundação Champalimaud, Instituto Gulbenkian de Ciência, Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes e Sociedade Portuguesa de Neurociência. Os promotores da iniciativa consideram que o documento representa um “importante passo no sentido da promoção de uma comunidade de investigação justa”, tendo em conta que prevê um “conjunto de ações concretas com as quais indivíduos e instituições podem comprometer-se a fim de tornar as suas organizações, e a comunidade das neurociências, mais inclusivas”.
A rede ALBA está sediada na Federação das Sociedades Europeias de Neurociência (FENS), membro fundador juntamente com a International Brain Research Organization (IBRO) e a Society for Neuroscience (SfN). A FENS foi fundada em 1998 e representa atualmente 43 sociedades nacionais de neurociência, com cerca de 22 mil cientistas membros provenientes de 33 países europeus.
A rede ALBA está sediada na Federação das Sociedades Europeias de Neurociência (FENS), membro fundador juntamente com a International Brain Research Organization (IBRO) e a Society for Neuroscience (SfN). A FENS foi fundada em 1998 e representa atualmente 43 sociedades nacionais de neurociência, com cerca de 22 mil cientistas membros provenientes de 33 países europeus.
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O trabalho de Carey tem-se concentrado na análise quantitativa do movimento, usando comportamento, genética e fisiologia para dissecar a locomoção. Ela está interessada em entender como o cerebelo controla o movimento coordenado. O seu grupo de pesquisa está focado na criação de metodologia quantitativa para estudar movimento coordenado. Ela desenvolveu um sistema automatizado de rastreamento de movimentos, chamado "LocoMouse" para capturar e analisar os movimentos de patas, nariz e cauda de ratinhos normais e de ratinhos afetados por movimentos de ataxia. E assim, descobriram novas ligações relacionadas com a aprendizagem dos movimentos. Mantendo todos os animais a andar ao mesmo ritmo sobre rodas motorizadas, a variabilidade diminuía e os animais aprendiam a tarefa num ritmo semelhante. Carey estudou as mudanças na caminhada verificando que eram aprendidas através de circuitos cerebelares. Para estudar isso, o seu grupo construiu uma esteira especial "split-belt" para ratos. Usando este dispositivo, os ratos aprendem a modular a sua caminhada de modo que as suas patas dianteiras e patas traseiras pousam ao mesmo tempo, mesmo que cada lado esteja se movendo numa velocidade diferente. Era a inibição dos circuitos neuronais no cerebelo, e não no córtex cerebral, que prejudicava a aprendizagem da locomoção.
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