A Crimeia e territórios adjacentes foram unidos no Canato da Crimeia entre os séculos XV e XVIII. Em 1783, a Crimeia foi anexada pelo Império Russo. Após a Revolução Russa de 1917, a península tornou-se uma república autónoma dentro da União Soviética.
Em 1954, o Oblast da Crimeia foi transferido para a Ucrânia por Khrushchev a fim de reforçar a "unidade entre russos e ucranianos" e a "grande e indissolúvel amizade" entre os dois povos. A região então transformou-se na República Autónoma da Crimeia dentro da Ucrânia independente em 1991, sendo que Sebastopol manteve a sua própria administração, dentro de Ucrânia, mas fora da república autónoma. Desde 1997, após o tratado de paz e amizade assinado pela Rússia e Ucrânia, a Crimeia abriga a base da Frota do Mar Negro da Rússia em Sebastopol.
A antiga frota soviética do mar Negro e suas instalações foram divididas entre a Frota Russa do Mar Negro e as Forças navais ucranianas. As duas marinhas compartilhavam alguns dos portos e cais da cidade, enquanto outros eram desmilitarizados ou usados por qualquer um dos dois países. Sebastopol permaneceu como a sede da Frota Russa do Mar Negro, assim como a sede das Forças Navais da Ucrânia, também sediada na cidade. Em 27 de abril de 2010, a Rússia e a Ucrânia ratificaram a base naval ucraniana para o tratado de gás, estendendo o arrendamento à Marinha Russa de instalações da Crimeia por 25 anos após 2017 (até 2042) com uma opção para prolongar o contrato de arrendamento por cinco anos.
Os Homens Verdes, sem insígnias, no Aeroporto de Simferopol, 28 de fevereiro 2014
Algumas semanas antes dos acontecimentos – a entrada dos “homens verdes” na Crimeia – já estava tudo decidido por Putin. Decisão apenas partilhada a quatro pessoas de confiança – dois amigos do FSB; o ministro da defesa; o chefe de gabinete. Soldados encapuçados "pequenos homens verdes" da Federação Russa, mas sem identificação, ocuparam e bloquearam o Aeroporto Internacional de Simferopol e o parlamento, bem como a maioria das bases militares ucranianas na Crimeia. Tropas com uniforme idêntico ao usado pelos separatistas pró-russos do Donbas.
A Federação Russa inicialmente negou que fossem forças militares russas, mas em 17 de abril de 2014 Vladimir Putin finalmente confirmou a presença dos militares russos. Além disso, várias fontes, incluindo a televisão estatal russa, confirmaram que os "homenzinhos verdes" eram uma mistura de agentes das Forças de Operações Especiais e várias outras unidades. Provavelmente também incluiu paraquedistas da 45ª Brigada de Guardas Spetsnaz do VDV e mercenários do Grupo Wagner.
Inicialmente, Putin afirmou que os homens de verde não faziam parte das Forças Armadas russas, mas de grupos de milícias locais. O Comandante Supremo Aliado na Europa do Comando da NATO, General Philip Breedlove, disse que esses "homens verdes" eram de facto tropas russas. Em março de 2014, Putin continuou a sustentar que não havia intervenção planeada, mas que "os grupos fortemente armados e fortemente coordenados que assumiram os aeroportos e portos da Crimeia no início da incursão - eles eram meramente 'grupos de autodefesa' espontâneos que podem ter adquirido seus uniformes de aparência russa em lojas militares locais. De acordo com a Associação Ucraniana de Proprietários de Armas, a lei ucraniana não permite a venda ou o porte de armas de fogo, exceto para caça.
Em 17 de abril de 2014, o presidente Putin admitiu publicamente pela primeira vez que forças especiais russas estiveram envolvidas nos assaltos da Crimeia, com o objetivo de proteger a população local e criar condições para um referendo. Mais tarde, ele admitiu que as Forças Armadas russas bloquearam as Forças Armadas da Ucrânia na Crimeia durante esse período.
Em 17 de abril de 2014, o presidente Putin admitiu publicamente pela primeira vez que forças especiais russas estiveram envolvidas nos assaltos da Crimeia, com o objetivo de proteger a população local e criar condições para um referendo. Mais tarde, ele admitiu que as Forças Armadas russas bloquearam as Forças Armadas da Ucrânia na Crimeia durante esse período.
Ainda que a Rússia argumentasse que a ação visava proteger seus cidadãos em meio à crise, a forte ligação histórica da Rússia com a Crimeia, em adição à presença da frota russa no Mar Negro, na estratégica posição próxima ao Mar de Azov, motivou um rápido movimento para oficializar a anexação, o que ocorreu em 21 de março. Ainda antes, no dia 16, a população da Crimeia aprovou massivamente a adesão à Rússia por meio de um referendo. Entre o início da crise ucraniana e o seu fim havia-se passado somente cinco meses.
A Tomada da Crimeia pela Rússia colocou a região como um todo em um limbo geopolítico, uma vez que a anexação não é reconhecida por diversos países. A Rússia enfrenta um considerável isolamento internacional, sofrendo inclusive sanções económicas.
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