quinta-feira, 22 de abril de 2021

Do que a Terra precisa é de mais “estufas frias”


Hoje assinala-se o "Dia da Terra" que é devido ao senador norte-americano Gaylord Nelson. Inspirado pelos protestos da década de 1960, 
Gaylord Nelson lembrou-se do Dia da Terra em 22 de abril de 1970 quando teve a iniciativa de uma ação pedagógica sobre os estudantes nas universidades para os alertar para a importância de proteger o meio ambiente da poluição. Ao promover a consciencialização pública dos efeitos da poluição sobre a Terra Mãe, Gaylord Nelson tinha consciência das implicações do despertar dos jovens para as causas ambientais.

Em Portugal, as zonas da costa com ocupação humana são as mais atingidas pelos efeitos da erosão, uma situação que vai agravar-se, apesar das medidas que têm sido tomadas e que custam anualmente milhões ao Estado. Na seguinte imagem de satélite da costa em Portugal, na zona da Apúlia/Esposende, é flagrantemente visível a diferença do aspeto dessa parte de costa entre o ano de 1984 e o ano de 2020.




A situação não é exclusiva de Portugal e deve-se a vários fatores, dos quais se destaca a intervenção humana nos leitos dos rios, nomeadamente barragens que impedem os sedimentos de se deslocarem para a zona costeira, os erros do ordenamento da faixa costeira cometidos ao longo de décadas e a retirada de areia dos rios para a construção. Daqui a alguns anos, as praias portuguesas poderão deixar de existir, por força da falta de sedimentos que reponham a areia necessária. E ainda falta perceber exatamente como é que a projetada subida do nível do mar, causada pelas alterações climáticas, irá pesar nesta mudança. Por enquanto, o que já se perdeu fica claro nestas imagens.

A imagem a seguir é da Estufa Fria em Lisboa, onde os fetos ou samambaias ocupam um lugar de destaque por direito próprio.



E as samambaias vêm a propósito dado que é delas que uma boa parte do carvão fóssil foi formado. Ficaram soterradas especialmente durante os períodos Carbonífero e Permiano. As alterações geológicas registadas na Terra, e também as alterações climáticas registadas ao longo de milhões de anos, explicam porque o carvão ocorre em todos os continentes, mesmo na Antártida. Os depósitos carboníferos formaram-se de restos de plantas acumuladas em pântanos, que se decompuseram, fazendo surgir as camadas de turfa. A elevação do nível das águas do mar ou o rebaixamento da terra provocaram o afundamento dessas camadas sob sedimentos marinhos, cujo peso comprimiu a turfa, transformando-a, sob elevadas temperaturas, em carvão. Apenas o carvão “linhitos” tem origem estritamente a partir de plantas. Na escala do tempo geológico o Carbonífero ou Carbónico é o período da era Paleozoica do éon Fanerozoico. O período Carbonífero sucede ao período Devoniano. E este precede o período Permiano.

Os fetos ou samambaias apareceram pela primeira vez há 416 milhões de anos: período Devoniano, era Paleozoica, éon Fanerozoico. Mas a grande expansão das samambaias ocorreu no final do período Cretáceo, de cujas famílias muitas delas ainda hoje são as mesmas. Elas foram essenciais na ocupação dos ambientes terrestres pelos animais, fornecendo habitat e alimento além de serem importantes na formação do solo rico em nutrientes que viria a propiciar a formação das grandes florestas do Carbonífero. Neste período as samambaias eram as principais representantes vegetais da Terra. O período Cretáceo, que remonta a +/- 145 milhões de anos, já pertence à era Mesozoica, que começou no Triássico há 251 milhões de anos; a que se seguiu o Jurássico há +/- 200 milhões de anos; e depois o Cretáceo. O nome 'Mesozoico' deriva do grego, e refere-se a 'meio animal' sendo também interpretado como "a idade medieval da vida na Terra". Esta era é especialmente conhecida pelo aparecimento, domínio e desaparecimento dos dinossauros, belemnites e amonites.

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