sexta-feira, 9 de abril de 2021

No livro "Woke" Titania McGrath é Andrew Doyle





Andrew Doyle, travestido de Titania McGrath, alegadamente uma ativista de todas as causas, escreve agora este livro, com o título "Woke", como se fosse uma empenhada militante das lutas "arco-íris" e, sobretudo, da justiça social que os extremistas nos EUA referem como SocJus. Andrew Doyle é um comediante, dramaturgo, jornalista e um sátiro político irlandês da Irlanda do Norte, que já anteriormente havia criado o personagem fictício Jonathan Pie em coautoria. 
Doyle é de origem católica irlandesa, e nasceu em Derry, Irlanda do Norte. Ele é formado em inglês e doutor em poesia renascentista pela Universidade de Oxford. Ele apareceu na Sky News como membro do painel em The Moral Maze na BBC Radio 4. Foi palestrante no Battle of Ideas Festival, em Londres, evento anual organizado pelo Instituto de Ideias. Ele se considera de esquerda, mas é crítico de elementos da política de esquerda, em particular do politicamente correto e da política identitária. Mas, por outro lado, foi a favor do Brexit e apoiou Jeremy Corbyn durante as eleições gerais do Reino Unido e 2017.

Woke, uma sátira do ativismo destes dias, é o retrato do delírio que invadiu uma legião de ativistas com pretensões de se baterem pela justiça social. Titania McGrath é uma «ativista interseccional», seja lá o que isso for, de 24 anos de idade. Ela jura-nos que a justiça social se conquista juntando uma bandeira "arco-íris" no perfil do Facebook, ou intimidando quem diga desconhecer o significado de «não binário», ou chamando nazi a quem pense votar num partido conservador. Em suma: os que defendem a liberdade de expressão são "criptofascistas". A loucura do fundamentalismo está presente em várias colorações da direita, como se viu com Trump, mas também tingiu fortemente uma certa visão da esquerda progressista que distorce o que é o progresso.

Woke é um termo que se refere a uma perceção e consciência das questões relativas à justiça social e racial. O termo deriva da expressão do inglês vernáculo afro-americano "stay woke" (mantém-te acordado). No final da década de 2010, Woke foi adotado como uma gíria mais genérica, amplamente associada às causas protagonizadas pela esquerda, que inclui o feminismo e o ativismo LGBT. Teve recentemente o seu apogeu resultante do movimento Black Lives Matter. Tendo sido usado mais lá para trás, nos tempos mais recentes o termo aparece na música "Master Teacher" do álbum New Amerykah Part One (4th World War), 2008, da cantora de soul Erykah Badu. Ao longo da música, Badu canta a frase: "I stay woke". Embora a frase ainda não tivesse qualquer conexão com questões de justiça, a canção de Badu é creditada posteriormente para simbolizar estas questões. "Stay woke" em essência, estar sempre acordada, desperta ou sempre vigilante, entrou na cultura popular, com a ideia de que essa consciência deve ser conquistada. Em 2012, os utilizadores do Twitter, incluindo Erykah Badu, começaram a usar "woke" e "stay woke" em relação a questões de justiça social e racial e #StayWoke surgiu como uma hashtag amplamente usada. 

A melhor forma de desconstruir o perigo do radicalismo é a sátira. Em Woke assistimos à irrisão por absurdo das loucuras identitárias: do radicalismo feminista; das extravagâncias de género; do apeamento de estátuas e do cancelamento da cultura. 
As frases (verdadeiras) em epígrafe de cada capítulo são tão delirantes como as do humorista. Como esta de Munroe Bergdorf, modelo transgénero: “Podes ser um sem-abrigo e desfrutar dos privilégios dos brancos". Ou, em relação ao Daesh: “Pelo menos não pode ser acusado de islamofobia.” Woke passou a ser levada pelos humoristas como uma "paranoia saudável, especialmente sobre questões de justiça racial e política". Assim, tanto a palavra como o conceito de cultura política Woke foram sujeitos a paródias e críticas de ambos os lados do espetro político. Barack Obama, expressou comentários que foram interpretados como uma crítica à cultura Woke, afirmando que "essa ideia de pureza e de que você nunca se compromete e está politicamente acordado, e todas essas coisas devem ser rapidamente ultrapassadas. O mundo é uma coisa muito complicada e cheia de ambiguidades, em que até não, também, as boas pessoas cometem erros. 

Em entrevista ao The Spectator, a personagem revelou que foi criada por pais que a "esbanjaram" com "presentes e dinheiro" para distraí-la da sua "opressão". Ela foi acordada através da passagem bíblica da Limpeza do Templo. Frequentou os Estudos Culturais da Universidade de Oxford antes de concluir um mestrado em Estudos de Género. Defendeu tese com uma dissertação inovadora sobre o tecnopaganismo e a natureza corrosiva da futuridade cis-masculina. Descreve-se como uma vegan militante. Além do mais, uma poeta melhor do que Shakespeare. A personagem fictícia de Titania McGrath foi criada em abril de 2018 através de uma conta anónima no Twitter para a personagem. A conta é uma paródia do Twitter que foi, segundo Doyle, projetada para gozar com a cultura Woke.

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