sábado, 24 de agosto de 2019

Göbekli Tepe


Göbekli Tepe é um sítio arqueológico na região sudeste da Anatólia (Turquia) com data que remonta a 8 a 10 mil anos a.C. Segundo Klaus Schmidt, o arqueólogo responsável pela descoberta, é formado pelos megálitos mais antigos do mundo. Mais de 200 pilares em cerca de 20 círculos são conhecidos atualmente. Cada pilar tem uma altura de até 6 metros e pesa até 10 toneladas. Os detalhes da função da estrutura permanecem um mistério. As escavações estão em andamento desde 1996 pelo Instituto Arqueológico Alemão. Em 2018, o local foi designado Património Mundial da UNESCO.

É dos locais de culto mais antigos até agora descobertos, do tempo dos caçadores-coletores do décimo milénio a.C. Está a revolucionar as teorias sobre o início da civilização neolítica. São monólitos decorados com baixos relevos de animais [leões, touros, raposas, serpentes e outros répteis, insetos, pássaros, particularmente abutres e aves aquáticas] e pictogramas abstratos. São símbolos sagrados. Já se vê aqui a cultura dos mortos do sudeste da Anatólia em que antes da sepultura os cadáveres eram expostos para serem devorados por abutres. As casas ou templos são edifícios megalíticos redondos. As paredes são de pedra tosca, com 12 pilares monolíticos em forma de T. 

Como não se encontraram lareiras, nem poços de lixo que sugiram terem sido habitações permanentes, tudo indica tratar-se de um templo de cariz religioso. Mas isso não deve surpreender se considerarmos que eram povos nómadas caçadores, ainda antes da agricultura. A estratigrafia de Göbekli Tepe é imponente.

Ainda vai ser preciso mais investigação, e ainda mais escavações na medida em que até agora só foi escavada uma parte, para termos uma noção mais aproximada como tudo isto aconteceu. Mas a opinião de Scmidt é que Göbekli Tepe é um santuário de montanha da idade que precede imediatamente o Neolítico. Schmidt considerou Göbekli Tepe um local central para um culto aos mortos, e que os animais esculpidos estão lá para proteger os mortos. Embora não tenham sido encontrados túmulos ou sepulturas até agora, Schmidt acredita que eles seriam descobertos em nichos localizados atrás das paredes dos círculos sagrados. Schmidt também se envolveu em especulações sobre os sistemas de crenças dos grupos que criaram Göbekli Tepe, baseados em comparações com outros santuários e assentamentos. Ele presumiu práticas xamânicas e sugeriu que os pilares em forma de T representam formas humanas. Alguns pesquisadores acreditam que a construção de Göbekli Tepe pode ter contribuído para o desenvolvimento posterior da civilização urbana, ou, como disse Klaus Schmidt, "Primeiro veio o templo, depois a cidade". 

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