sábado, 2 de novembro de 2019

Ispaão




Ispaão fica a 340 quilómetros a sul de Teerão, terceira maior cidade do Irão. Cidade antiquíssima, foi conhecida na Antiguidade por Aspadana, tendo sido à época uma das maiores cidades do mundo.  Acolhe mais de 2000 empresas e contém uma refinaria de petróleo e uma base aérea de grandes dimensões. Além de forte nos têxteis e artesanato, produzindo finos tapetes persas, é também uma das maiores produtoras de aço em toda a região, bem como de ligas espaciais.

A Praça de Naqsh-e Jahan (ou Meidan Emam) – Património da Humanidade pela UNESCO – situa-se no centro da cidade e é uma das maiores praças do mundo. A praça está rodeada por importantes edifícios da era safávida. A Mesquita Shah situa-se no lado sul desta praça. No lado oeste encontra-se o Palácio de Ali Qapu. A Mesquita de Sheikh Lotf Allah situa-se no lado este da praça e o lado norte abre através do Grande Bazar de Ispaão.




Mesquita Shah

É costume dizer-se que Ispaão fica no meio de todos os desertos do mundo. Foi a capital da dinastia dos Sefévidas durante mais de duzentos anos. Quando Marco Polo visitou a cidade, ficou encantado com os trabalhos em esmalte, os azulejos e o trabalho manual nas cúpulas das enormes mesquitas da praça de Nagshe-Jahan, onde fica o bazar. 

Ladeando o rio estende-se agora uma cidade com mais de três milhões de habitantes. Em Ispaão há uma comunidade cristã de Jolfa, e as suas várias igrejas continuam a ser amplamente visitadas e utilizadas. Entre elas, a mais importante, é a velha catedral vulgarmente conhecida por Vank. 


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Catedral Vank

Slligapoo, o magnífico palácio de vários pisos dos Sefévidas dispõe de uma estranha e única sala de música que embora pequena tem a sonoridade de um estúdio de gravação moderno. O monar jonban é mais um monumento complexo, um notável feito de engenharia. O povo de Ispaão, o mais rico do Irão, é um paradoxo vivo. Fazem arte à mão e dominam quase todas as formas de artesanato com talento e habilidade. 

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 Mesquita de Sheikh Lotf Allah

Pouco é conhecido sobre a história antiga de Ispaão. Na Antiguidade foi parte dos impérios elamita e parta e na época sassânida era chamada Jay, (Gabai em grego), um nome que persistiu até após a conquista islâmica. Jay possuía quatro portas, uma das quais era chamada "Porta dos Judeus". De facto, a parte principal da cidade, onde vivia a comunidade judia, era chamada Yahudyya ou Yahoudieh ("cidade dos judeus"). 


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Monar Jonban

Em 640 ou 644, dependendo da fonte historiográfica consultada, Ispaão foi conquistada pelos árabes do califado omíada juntamente com o resto da Pérsia, passando a ser parte da província de Jibal. A partir de 747, com a revolta dos abássidas, a cidade passou a ser governada por esta dinastia quase continuamente até ao século X, quando passou ao domínio da dinastia buída de origem iraniana. O célebre filósofo Avicena um protegido do governador Ala al-Dawla, viveu e ensinou em Ispaão desde 1024 até à morte em 1037. Durante o turbulento período buída, Ispaão passou por grandes melhorias, com a construção de mesquitas, palácios, jardins, banhos públicos, bazares e uma muralha.

Em 1051, Ispaão foi definitivamente conquistada por Togrul Begue (c. 990-1063), da dinastia seljúcida. Um cronista descreve que em 1052 a cidade era a mais populosa e pujante das terras persas, com uma grande mesquita e muitos bazares. Toghrul Beg transformou Ispaão em capital e viveu ali os últimos doze anos do seu reinado, dotando-a de grandes riquezas e melhorias. No reinado do seljúcida Malique Xá I (1072–1092) Ispaão continuou a prosperar e tornou-se um importante centro religioso sunita. Muitos edifícios foram levantados ou expandidos, como a Grande Mesquita da cidade. Com a morte de Malique, em 1092, este período dourado de Ispaão terminou.

Em 1387, Ispaão foi tomada por Tamerlão (1336-1405). Inicialmente tratada com misericórdia, a cidade revoltou-se contra os impostos punitivos de Tamerlão, matando os cobradores de impostos e alguns soldados do turco-mongol. Como represália, Tamerlão ordenou um massacre em que morreram mais de 70.000 cidadãos. O período sob domínio do Império Timúrida não foi particularmente brilhante para a cidade.

A Grande Mesquita de Ispaão é a maior mesquita congregacional (jameh) da cidade de Ispaão. A mesquita é o resultado de uma construção contínua com reconstruções, adições e renovações que duraram desde 771 até o final do século XX. O Grande Bazar de Ispaão encontra-se a sudeste da mesquita.

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