sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Persépolis – num raide pela Pérsia




Persépolis é (foi) um sumptuoso complexo encetado por Dario I em 512 a.C., e ampliada posteriormente pelo filho Xerxes I e neto Artaxerxes I. Era destinada a eventos cerimoniais, onde se celebrava a festa do ano novo. As capitais administrativas da Pérsia no tempo dos aqueménidas não era aqui, mas sim em Susa, Ecbátana ou BabilóniaAo contrário de outras construções monumentais antigas, gregas e romanas, a construção de Persépolis não teve mão de obra escrava, sendo que trabalharam nela construtores provenientes de todos os países do império: Babilónia, Cária, Jónia e Egito. 



Construída numa região remota e montanhosa, não era apropriada para capital de um dos maiores impérios da Antiguidade. Ainda assim, em 330 a.C., não foi poupada ao grande raide de Alexandre Magno, na sua campanha pelo oriente. Persépolis depois de Alexandre, foi decaindo gradualmente, desde o Império Selêucida até ao século III, quando foi Estancar, uma cidade próxima, que se converteu no centro do Império Sassânida. Hoje a cidade mia próxima é Xiraz, com cerca de milhão e meio de habitantes, e situada a 1580 metros de altitude. Fundada no século VII, capital do Império Zand entre 1750 e 1794, altura em que os Qajars transferiram a capital para Teerão.

Protegida pela sua localização no coração do Império Aqueménida, Persépolis não contava com defesas sólidas. Ademais, a posição no pé de Kuh-e Ramât representava um ponto fraco graças a um débil desnível no leste, entre o terraço e o solo. Este lado estava protegido por uma muralha e por torres. A informação sobre a conquista e destruição de Persépolis por Alexandre Magno procede principalmente dos textos dos historiadores antigos, especialmente Plutarco, Diodoro Sículo e Quinto Cúrcio Rufo. 



A Porta de Todas as Nações, é também denominado Palácio Inacabado, dado que ainda não tinha sido terminado quando Alexandre irrompeu por ali dentro a destruir e a incendiar tudo. A da imagem supra encontra-se no lado nordeste do terraço, e é formada por quatro colunas. Termina num pátio que dá entrada para o Palácio das 100 colunas. O que predomina é o baixo relevo e menos a perspetiva. As proporções, entre os personagens, animais e árvores, não são respeitadas. Os temas representam desfiles de representantes dos povos do império - nobres persas, guardas, cenas de audiência. Representações de figuras em combate - heróis, touros e leões, grifos, reais ou imaginários. Baixos-relevos notáveis pela qualidade de execução, com detalhes ao mais ínfimo pormenor, nas portas e nos capitéis. 

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Os Persas, desde Ciro II, eram dotados de construções monumentais. A princípio, inspirados nos povos conquistados, os arquitetos aqueménidas integraram as influências de fora, particularmente as gregas, mas rapidamente desenvolveram uma arte própria, original. Se em Pasárgada, (a primeira capital da Pérsia Aqueménida no tempo de Ciro II, a 87 quilómetros nordeste de Persépolis) os traços arquitetónicos mostravam uma influência nómada com os seus edifícios esguios, dispersos num imenso parque, passaram apenas cinquenta anos para que em Persépolis se erguessem colunas num equilíbrio milimétrico de distâncias.

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De facto, com a anexação da Jónia às satrapias persas, os aqueménidas também anexaram a arquitetura jónica com a suas colunas magistrais particularmente visível nos hipostilo e pórticos dos palácios de Persépolis. Encontrando-se o estilo jónico no seu apogeu na Ásia Menor, depois da invasão persa parou aqui para se expressar de maneira brilhante e exclusiva em Persépolis. Os Persas não deixaram na Jónia nenhum arquiteto para amostra. Tudo o que havia de arquiteto lídio e jónio foi contratado e levado para a Pérsia, inicialmente para Parságada e depois para Susa Persépolis. Deve dizer-se em abono da justiça que a influência da Mesopotâmia está também muito presente, em particular as associadas a dois palácios, um para audiência pública e o outro para a audiência privada. É o caso, por exemplo, da Porta das Nações com aqueles homens touros alados em guarda, que são de estilo assírio.

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