Quando há menos de meio ano todo o mundo se focava no problema da emergência climática, eis que surge uma outra emergência que ninguém estava a contar, a não ser um reduzido número de especialistas.
Recordemos que o ponto de partida era o impacto negativo que a população humana estava a exercer no mundo: número de seres humanos acima das possibilidades da Terra – 7,7 a 8 mil milhões; consumo de recursos; produção de desperdícios ou lixo.
Ora, para além do imenso lixo, o desperdício importante que mais dores de cabeça estava a provocar era o dióxido de carbono produzido e libertado para a atmosfera devido à combustão de combustíveis fósseis por parte dos seres humanos. Depois viria por acréscimo o outro gás importante para as alterações climáticas: o metano.
O efeito mais debatido tem sido o aquecimento global. Mas o problema é ainda mais complexo do que isso. Daí ser melhor falar em alteração climática global. Muitos efeitos parecem paradoxais, com os extremos climáticos a predominarem, ora situações de picos de calor cada vez mais altos, e picos de frio ainda mais baixos. E ao mesmo tempo as tempestades e as inundações a serem cada vez mais frequentes. E têm sido estas complexidades paradoxais que têm levado certos políticos ignorantes demasiadamente arrogantes e imbecis a porem em causa a realidade do problema climático causado pela atividade humana.
Existem grandes potenciais amplificadores não lineares que podem fazer com que o mundo aqueça muito mais depressa do que aquilo que as projeções lineares mais conservadoras apontam. Mesmo que, por absurdo, toda a atividade humana atual regressasse ao tempo da era Paleolítica, a atmosfera continuaria a aquecer durante mais algumas décadas. Por isso, diminuir a queima de combustíveis fósseis, por si só, não vai resolver o problema. Vão ser necessárias outras medidas tecnológicas muito sofisticadas, se é que se vai conseguir, e se a humanidade quiser, pelo menos para estancar a progressão das alterações climáticas.
E agora estamos a debater-nos com outras consequências que até há muito pouco tempo não se falava: para além da migração de certas doenças endémicas das regiões tropicais que estavam a progredir para as zonas temperadas, eis que nos bate à porta uma nova pandemia provocada por um novo coronavírus, cujo epílogo ainda nenhum profeta ousou escrever.
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