Mikhail Lermontov [1814-1841]no romance “Herói do Nosso Tempo” - um escritor, poeta e pintor romântico russo, conhecido por "o poeta do Cáucaso", o poeta russo mais importante após a morte de Alexander Pushkin em 1837, e a maior figura do romantismo russo - é dos primeiros escritores a introduzir o tema na literatura. A sua influência na literatura russa continuou a fazer-se sentir nos tempos modernos, não apenas através da sua poesia, mas também através da sua prosa, uma espécie de fundação do romance psicológico na tradição da literatura russa.
Existem várias versões e lendas que explicam a origem deste jogo: uma versão diz que os oficiais do exército russo jogaram este jogo mais com o intuito de impressionar o inimigo com a sua bravura. Em 1917, quando tudo se precipitava para o fim, os oficiais russos acreditavam que estavam a perder não apenas o país, a família e dinheiro, mas também a honra e o prestígio perante os seus aliados. Sentados em qualquer lugar à volta de uma mesa entre amigos, era frequente, de repente, um dos oficiais pegar no revólver, colocar apenas uma bala no tambor, rodar o tambor, e depois encostar o cano à têmpora e puxar o gatilho. A probabilidade de o cérebro do oficial ir pelos ares era de um em sete. Às vezes era o que acontecia. O revólver mais utilizado pelo exército russo no início do século XX era o revólver Nagan M 1895. Há descrições de armas de seis tiros, mas a deles era de sete. Nos contos e romances a referência era a de seis tiros.
Bem, no fim de contas, a "roleta russa" é mais um produto da ficção que se estendeu também ao mundo cinematográfico. Incontáveis tramas foram criadas em torno desta peculiar faceta humana. Até chegou a correr a versão de que tinha sido o escritor norte-americano Georges Arthur Surdez quem cunhou o termo "roleta russa" . Ele havia publicado um conto homónimo na revista “Collier”, em 1937. No conto, o protagonista é um soldado francês que narra o seu testemunho: oficiais russos a jogar à roleta russa com toda a banalidade, chegando algumas vezes a acontecer à mesa dos cafés. Mas a verdade é que nenhum escritor russo do período anterior à Revolução Bolchevique de 1917 aflora sequer o vocábulo “roleta-russa”, seja em obras biográficas ou históricas, seja em obras de ficção. Até mesmo o trecho de Lermontov descreve uma situação em que se usava uma arma de tiro único, carregada ou não, e não um revólver.
Mike, finalmente consegue entrar no antro do jogo da roleta-russa. Vê Nick na mesa de jogo. Mal consegue sentar-se à sua frente, enfrenta-o, tentando a via da persuasão. Nada consegue. Nick havia-se tornado um profissional daquele jogo macabro. Nick nem sequer reconhece Mike. Mike insiste desesperadamente tentando trazer Nick de volta à razão. Mas Nick, que agora é um viciado em heroína, mantém-se indiferente. Mike entra no jogo disparando contra a sua cabeça, e ao mesmo tempo vai evocando memórias dos tempos em que eles iam à caça na sua terra. Nick finalmente sorri, mas já é tarde demais. Puxa o gatilho e Mike começa a ver o sangue a jorrar da cabeça de Nick, morrendo à sua frente.
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