domingo, 8 de setembro de 2019

Anti-semitismo - Um artigo no Jornal Público de hoje, por Maria João Guimarães


 Uma especialista em anti-semitismo, um rabino, um israelita e um judeu alemão falam com o P2 sobre o novo anti-semitismo alemão – ou será o velho?

«[...] Este mês, Teichtal foi atacado quando saía da sinagoga com um dos filhos – dois homens, árabes, cuspiram-lhe para cima e usaram a palavra “judeu” como insulto.

E depois há entre 15% a 20% de pessoas que “têm algum ressentimento contra os judeus, têm um anti-semitismo latente, que aqui ou ali se manifesta conforme a oportunidade, mas cujo anti-semitismo não é o principal foco para a sua percepção do mundo… mas também consideram que os judeus têm demasiado dinheiro, ou poder”.
No ataque contra si, os atacantes eram de origem árabe. Na entrevista, que foi feita antes do ataque (o rabino não respondeu a tentativas feitas depois), Teichtal falava de uma preocupação com os que chegaram recentemente à Alemanha e podem não partilhar das ideias democráticas do país. “Claro que os refugiados são bem-vindos, mas queremos ter a certeza de que quem chega também respeita quem vive aqui.”

Um exemplo recente: o caso em volta do então director do Museu Judaico de Berlim, Peter Schäfer, que foi muito criticado por uma exposição sobre Jerusalém que levou Israel a protestar veementemente junto do Governo alemão e pedir que parasse o seu financiamento ao museu, um ponto quase obrigatório para quem visita a cidade, com um edifício do arquitecto Daniel Libeskind (tem 700 mil visitantes por ano). 
A historiadora Schüler-Springorum considera positivo haver mais debate sobre o anti-semitismo na Alemanha, uma questão cada vez mais presente no espaço público. “Mas preferia que o debate fosse mais fruto de reflexão do que de obstinação.”[...]»

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