Na inauguração esteve lá Gago Coutinho. Depois passaram a ser frequentadores residentes: Teixeira de Pascoaes, José Régio, António Nobre, Leonardo Coimbra, e mais tarde os da Escola de Belas Artes do Porto. A partir da década de 1960, a transformação do ritmo de vida provocou o declínio destes estabelecimentos e o Majestic não escapou a essa sorte até aos primeiros anos da década de 1980. O processo de recuperação, apesar de longo, voltou a trazer aquele esplendor à luz do dia em 1994.
Reconfortados do café, vamos agora visitar a Livraria Lello, situada na rua das Carmelitas, 144, perto da Igreja dos Clérigos. É também uma referência internacional, mas esta já tem ocupado o 1º lugar nesses rankings que se fazem todos os anos e que aparecem nos guias de viagens. A empresa remonta à fundação da "Livraria Internacional de Ernesto Chardron", em 1869, na rua dos Clérigos, n.º 96-98, no Porto. Antigo empregado da Livraria Moré, o cidadão francês Ernesto Chardron alcançou projeção como editor, sendo o primeiro a publicar grande parte das obras de Camilo Castelo Branco e outras de relevo na época, como o Tesouro da Literatura Portuguesa, de Frei Domingos Vieira. Após o falecimento do fundador, aos 45 anos de idade, a casa-editora foi vendida à firma "Lugan & Genelioux, Sucessores" que, pouco depois, ficou com Mathieux Lugan como seu único proprietário. Em 1891, a Livraria Chardron adquiriu os fundos de três casas livreiras do Porto, pertencentes a A. R. da Cruz Coutinho, Francisco Gomes da Fonseca e Paulo Podestá. Em 1881 José Pinto de Sousa Lello havia aberto um estabelecimento, nos números 18-20 da rua do Almada, dedicando-se ao comércio e edição de livros. E foi a 30 de junho de 1894 que Mathieux Lugan vendeu a antiga Livraria Chardron a José Pinto de Sousa Lello que, associado ao seu irmão António Lello, manteve a Chardron com a razão social de "Sociedade José Pinto Sousa Lello & Irmão". Em 1898, entrou para a nova sociedade o fundo bibliográfico da Livraria Lemos & C.ª, fundada pelos irmãos Maximiliano e Manuel de Lemos.
Com projeto do engenheiro Francisco Xavier Esteves, no dia 13 de janeiro de 1906 inaugurou-se o novo edifício da Livraria Lello, no número 144 da rua das Carmelitas, causando grande impacto no meio cultural da época. De entre as diversas figuras presentes na inauguração, encontrava-se Guerra Junqueiro, José Leite de Vasconcelos e Afonso Costa.
Em 30 de julho de 2016, foi concluída a primeira fase do restauro que incluiu a fachada, o telhado e o vitral interior. A vidraça de oito metros de comprimento por 3,5 metros de largura, composta por 55 painéis de vidro e da autoria do arquiteto holandês Gerardus Samuel van Krieken, foi desmontada pela primeira vez desde a sua existência. Foi alvo de limpeza, restauro e correção de danos oferecendo agora uma luminosidade há muito esquecida. Os arcos quebrados apoiam-se nos pilares em que, sob baldaquinos rendilhados, avultam os bustos de Antero de Quental, Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Teófilo Braga, Tomás Ribeiro e Guerra Junqueiro. Os tetos trabalhados, o grande vitral que ostenta o monograma e a divisa da livraria "Decus in Labore" e a escadaria de grandes dimensões, de acesso ao primeiro piso, são as marcas mais significativas da livraria.
Depois de uma série de circulações de nomes da família Lello à frente da livraria durante todo o século XX, a partir de 1995, o estabelecimento voltou a designar-se simplesmente "Livraria Lello". Com o objetivo de se adaptar aos tempos presentes, em 1995, o serviço foi atualizado e informatizado, o interior da livraria foi restaurado, tendo também sido criado um espaço de galeria de arte e tertúlia, que se afirmou como um importante polo cultural da cidade do Porto. A partir de 23 julho de 2015 a entrada na livraria passou a estar sujeita a um pagamento inicial, descontado na compra de um livro. O pagamento deste valor destinou-se a conter o número elevado de turistas e também a custear obras de conservação e restauro. Em 2016, a livraria foi visitada por mais de um milhão de pessoas, o que perfaz uma média de quase três mil visitas diárias. Dos visitantes 40% foram espanhóis, 15,9% franceses, 15,2% portugueses. Seguem-se os brasileiros (6,6%), os alemães (4,6%) e os norte-americanos (3,1%).
Depois de uma série de circulações de nomes da família Lello à frente da livraria durante todo o século XX, a partir de 1995, o estabelecimento voltou a designar-se simplesmente "Livraria Lello". Com o objetivo de se adaptar aos tempos presentes, em 1995, o serviço foi atualizado e informatizado, o interior da livraria foi restaurado, tendo também sido criado um espaço de galeria de arte e tertúlia, que se afirmou como um importante polo cultural da cidade do Porto. A partir de 23 julho de 2015 a entrada na livraria passou a estar sujeita a um pagamento inicial, descontado na compra de um livro. O pagamento deste valor destinou-se a conter o número elevado de turistas e também a custear obras de conservação e restauro. Em 2016, a livraria foi visitada por mais de um milhão de pessoas, o que perfaz uma média de quase três mil visitas diárias. Dos visitantes 40% foram espanhóis, 15,9% franceses, 15,2% portugueses. Seguem-se os brasileiros (6,6%), os alemães (4,6%) e os norte-americanos (3,1%).
A partir daqui vamos descer à Ribeira, passando pelo Jardim da Cordoaria, e fazer uma breve visita ao Palácio da Bolsa e à Igreja de São Francisco. O Jardim de João Chagas, popularmente conhecido como Jardim da Cordoaria, localiza-se no Campo dos Mártires da Pátria. O Jardim encontra-se nas proximidades da Torre dos Clérigos, do Centro Português de Fotografia, do Café “Piolho”, e do Hospital de Santo António. O Jardim foi fundado pelo Visconde de Vilar d’Allen em 1865, que em 1941 sofreu muito da sua aparência inicial de jardim romântico, devido a um ciclone.
Na sequência das obras de remodelação urbana da Capital Europeia da Cultura Porto 2001, o jardim foi alvo de uma intervenção coordenada pelo arquiteto Camilo Cortesão. Esta obra foi muito contestada por algumas personalidades e associações do Porto pois implicou uma grande modificação do espaço onde se encontram esculturas: "Rapto de Ganimedes" (1898); "Flora" (1904); “Ramalho Ortigão” (1909); “António Nobre” (1926); e "Treze a rir uns dos outros" (2001), de Juan Muñoz.
O Palácio da Bolsa, ou Palácio da Associação Comercial do Porto, começou a ser construído em outubro de 1842, em virtude do encerramento da Casa da Bolsa do Comércio, o que obrigou temporariamente os comerciantes portuenses a discutirem os seus negócios na Rua dos Ingleses, em pleno ar livre. Com uma mistura de estilos arquitetónicos o edifício apresenta em todo o seu esplendor, traços do neoclássico oitocentista, arquitetura toscana, assim como o neo-paladiano inglês.
O Salão Árabe detém o maior destaque de todas as salas do palácio devido, como o nome indica, a estuques do século XIX legendados a ouro com caracteres arábicos que preenchem as paredes e teto da sala. É neste salão que tem lugar as homenagens a chefes-de-estado que visitam a cidade. Na Sala dos Retratos encontra-se uma famosa mesa do entalhador Zeferino José Pinto que levou três anos a ser construída, revelando-se um "exemplar altamente qualificado em todas as exposições internacionais a que concorreu".
A Igreja de São Francisco é uma igreja gótica. A construção iniciou-se no século XIV como parte de um convento Franciscano. É notável pelo seu conjunto de talha dourada barroca do século XVIII. Anexa à sua entrada frontal, situa-se a Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco. Os frades Franciscanos estabeleceram-se no Porto no início do século XIII. Iniciadas as obras em 1383, impulsionadas por decreto de Dom Fernando, especial protector dos Franciscanos, foram concluídas em 1410. O modelo planimétrico adoptado é similar ao já ensaiado em inúmeros templos portugueses a partir do gótico mendicante do século XII. Uma característica regional importante é a presença de motivos lacrimais decorados com esferas na parte superior da capela-mor, de influência galega. A estrutura da igreja não sofreu alterações significativas, sendo o melhor exemplo de arquitetura gótica no Porto. A principal campanha artística foi levada a cabo na primeira metade do século XVIII, quando a maior parte das superfícies interiores, incluindo paredes, colunas, capelas laterais e telhado, foram revestidas com talha dourada barroca.
Na Ribeira propriamente dita, podemos ver as lanchas, os “ferries”, que vão subir o Douro com turistas. Os barcos rabelos servem para colorir a paisagem. E os turistas, ou os pintores dão um gosto especial às “vistinhas”. Se estiver um dia limpo de sol, até pode ser que a cor a mais estrague um "porto sentido" nas caves ali do outro lado, em Gaia, que tem fama. Em certos dias de nevoeiro o Porto é escuro e taciturno, como tem de ser.
Situada bem no centro histórico do Porto, a Praça da Ribeira, junto ao Cais com o mesmo nome, é das praças mais antigas da cidade, já mencionada em cartas régias em 1389, embora com uma traça diferente da de hoje em dia. Foi nesta zona da Ribeira e na sua ligação comercial com o Rio Douro que a cidade começou o seu franco desenvolvimento e se voltou para o rio. Daqui se tinha acesso à famigerada Ponte das Barcas, onde em 1809 mais de 4 mil pessoas morreram, aquando de uma investida das tropas francesas. Hoje, um baixo-relevo em bronze atesta este momento.
Na Ribeira propriamente dita, podemos ver as lanchas, os “ferries”, que vão subir o Douro com turistas. Os barcos rabelos servem para colorir a paisagem. E os turistas, ou os pintores dão um gosto especial às “vistinhas”. Se estiver um dia limpo de sol, até pode ser que a cor a mais estrague um "porto sentido" nas caves ali do outro lado, em Gaia, que tem fama. Em certos dias de nevoeiro o Porto é escuro e taciturno, como tem de ser.
No Cais é possível observar-se a existência de uma porta denominada de Postigo do Carvão. Das 18 portas ou postigos da Muralha Fernandina construída no século XIV, este é o único que se manteve até aos nossos dias. As ruas estreitas e sinuosas, com vista para Gaia, as arcadas sombrias, casas típicas com fachadas coloridas de outros tempos, a sua arquitetura urbano-ribeirinha, rodeada de cafés e lojas fazem desta uma das principais zonas turísticas da cidade. Animação diurna e noturna, e um cosmopolita movimento conferem ao Cais da Ribeira e a toda a zona envolvente um ambiente único de história, tradição, animação e beleza.
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