terça-feira, 12 de maio de 2020

Eles disseram “ouvisto”. E eu acho que está certo



 Isto passou-se ontem, na “Cá se vai andando” da TVI – reportagem de Paulo Salvador e Ricardo Ferreira, "a avaliar a retoma no Alentejo", desta vez pelo Monte dos Tendeiros – Estremoz. No decorrer da conversa que Paulo Salvador estava a ter com o o Sr. Joaquim José Borrego, 81 anos, e a esposa Florentina Maria Prates - habitantes do Monte do Outeiro, tanto um como o outro disseram que sabiam o que se estava a passar com este novo “bicho” que andava no ar, porque tinham ouvisto

Ele disse que não estava preocupado porque só se morre uma vez. E tanto mais dado que ele já não andava cá a fazer nada. Sem medo de um fim que está próximo.

Não estou preocupado porque tenho ouvisto que uma pessoa só morre uma vez, só morro uma vez é o que eu estou a dizer! Temos que morrer um dia, tanto faz hoje, amanhã, ou qualquer dia. Ao fim de 60 anos já dissemos tudo o que tínhamos a dizer.


Por acaso não tenho usado máscara, mas tenho ouvisto que é obrigatório.Como é que se leva a vida?Devagar … devagar se vai ao longe.

 Quanto à palavra “ouver”, eu sempre achei que era uma palavra que fazia falta para nos referirmos ao acto de assistir aos programas da televisão, e até mesmo no cinema. Porque trata-se de facto de ouvir e ver. E também ler os rodapés omnipresentes, para o caso de o aparelho estar longe, como num café, ou mesmo sem som para não incomodar os outros. Então, vemos, lemos e ouvimos televisão. Antes de haver televisão as pessoas diziam que ouviam o relato ou as notícias na rádio ou telefonia; e liam as notícias no jornal ou periódico; e ouviam dizer “diz-se por aí … dizem”

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