segunda-feira, 4 de maio de 2020

Quem nos aconselha a jogar à Sueca?



É Johan Giesecke, nada mais nada menos que o epidemiologista sueco já na reforma, e que se mantém como consultor da agência estatal de saúde e do grupo técnico para as doenças infeciosas da Organização Mundial da Saúde. Pelo seu currículo não há dúvida que ele é um craque, embora pense fora da caixa. Tudo o que ele defende é ao arrepio do que tem sido feito não apenas em Portugal, mas na maior parte dos países civilizados. E arrepia. Diz que o confinamento é um risco para a democracia. E dá como exemplo a Hungria: Orbán é agora um ditador para toda a vida. A maior ameaça desta epidemia é os países ficarem menos democráticos.

A estratégia, que os suecos e as suecas adotaram, foi não ditar leis nem colocar polícias nas ruas. O confinamento foi deixado ao bom senso de cada um, porque as pessoas não são estúpidas: percebem e seguem os conselhos. E pensa que a mesma estratégia podia ter sido adotada pelos outros países civilizados, independentemente das diferenças culturais entre nórdicos e latinos. Na Suécia também há distanciamento social e não há apertos de mão.

Decidimos muito cedo tomar apenas decisões baseadas em provas científicas. Quando olhamos para as restrições, há apenas duas que têm apoio científico: lavar as mãos; e deixar alguma distância das outras pessoas. Estes são os aspectos principais da política. O resto, como fechar as fronteiras, sabemos que não funciona, porque a doença vai entrar na mesma. Alguns defendem o encerramento das escolas, mas também não é muito certo que ajude. Muitas das medidas que foram tomadas pelos países não têm base científica. 
Nenhum país europeu tinha uma estratégia de saída quando instalou as medidas de confinamento. As pessoas mais velhas foram infectadas muito cedo, especialmente em Itália. Tiveram a pouca sorte de a doença ter chegado a uma região com muita gente velha. Sabemos que as pessoas que morrem da infecção são os velhos e os mais vulneráveis – os grupos de risco. Isso também é verdade para Espanha e, até certo, ponto para o Reino Unido. A sua opinião é que não devemos contar os mortos agora, porque é demasiado cedo. Daqui a um ano, conseguimos começar a ver quantas pessoas morreram da infecção pela covid-19 e não pensa que vá haver grandes diferenças entre os países europeus. O número de mortes por covid-19 será quase o mesmo em todos os países europeus. Não é possível evitar que o vírus entre nos quartos das pessoas mais velhas.

Não arriscando falar de Portugal, muita gente mais velha na Suécia pensa que tem de ficar dentro de casa e nunca sair. Mas isso é muito estúpido. Por isso, também recomenda aos Portugueses que façam um passeio de uma hora todas as manhãs. Não se misturem com outras pessoas, mas passeiem no parque ou ao longo do Tejo. Não fiquem fechados em casa todo o dia. Perguntado se pensa que pelo caminho da luta contra o vírus vamos todos nos próximos meses ser como os suecos, ele responde: Sim, penso que vamos todos ser como a Suécia.


A origem do jogo da sueca, ou como e quando surgiu, é daquelas coisas que ninguém sabe. Uns dizem que surgiu no século XV em Espanha. Outros acreditam que foi em Portugal. Mas há quem diga que o jogo da sueca é uma criação turca. Quatro jogadores sentados frente a frente, em cruz. Um baralho de 40 cartas, sem 8,9 e 10. No início do jogo o carteador distribui 10 cartas por cada jogador, sendo primeiro por ele, em que a primeira carta é mostrada para definir o Trunfo, o naipe mais forte do jogo. Em cada rodada é obrigatório assistir ao naipe colocado na mesa pelo primeiro a jogar, a não ser que já não tenha. Neste caso pode colocar uma carta de Trunfo e assim ganha a rodada. O objetivo é obter a maior pontuação no fim de todas as rodadas.

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