Recusar-se a usar uma máscara para reduzir a probabilidade de transmissão do SARS-CoV-2 provoca a fúria de muitas pessoas em todo o mundo. Num caso extremo, recente, oito pessoas em East Java, Indonésia, que se recusaram a usar máscara em público, foram punidas com a ordem de cavar sepulturas para outras pessoas que morreram de Covid -19. O presidente da autarquia mandou distribuir por cada sepultura duas pessoas dessas – uma para cavar a sepultura e a outra para colocar tábuas de madeira dentro da cova para sustentar o cadáver. “Oxalá isso possa criar um efeito dissuasor contra os infratores”, disse o autarca.
Muitos opinantes nas redes sociais alertaram para as implicações de não usar máscara: “deveriam ser negados tratamentos a um doente que se infetou por não ter usado máscara." Um comentador a esta opinião chamou-lhe “punição médica”. Mas os médicos dizem que quando veem um doente com infeção por Covid -19, não lhe perguntam se desrespeitou as recomendações de saúde pública, como recusar-se a usar máscara ou manter a distância social: “Negamos cirurgia a um assassino condenado com apendicite aguda? Claro que não, porque, independentemente de quais sejam os nossos sentimentos pessoais sobre essa pessoa, a nossa responsabilidade como profissionais de saúde é tratar e cuidar de todos os pacientes como iguais, sem discriminação por qualquer motivo”.
António Vaz Carneiro, especialista em medicina interna e diretor do Instituto de Saúde Baseada na Evidência, defende que esta recomendação da DGS não se justifica e lembra que não existem estudos científicos que comprovem que o uso de máscaras ao ar livre proteja as pessoas do vírus. “Acredito que o risco é tão pequeno que é completamente inútil usar máscaras em espaços abertos”, diz. O médico defende que primeiro é preciso saber cientificamente quantas pessoas se infetam nos parques, à entrada das escolas, ou nas filas para os supermercados. “Sem isso estamos a adivinhar.” E deixa uma pergunta: “Vale a pena viver numa sociedade de mascarados? Além disso, é preciso ter em conta o incómodo que a máscara representa.” António Vaz Carneiro acredita que 99,9% da população usa mal a máscara. “Basta tocar numa com os dedos para ela ficar inutilizada”. O especialista salienta que as autoridades de saúde devem usar “o senso comum” e deixar que sejam as pessoas a decidirem se querem ou não usar máscara na rua. E não entrar em atitudes mais fundamentalistas. “Já agora, porque não meter de 5 em 5 metros uma garrafa de álcool/gel nos parques nacionais?”.
Mas ouve quem especificamente disse que queria ver se quem não usou máscara e adoeceu de Covid-19 tinha coragem de escolher voluntariamente ir até ao “fim da linha”, e autopenalizar-se ficando em casa a assumir as consequências da sua escolha. “A responsabilidade é o que é necessário”, enfatizou um clínico. As manifestações são um duplo perigo, porque as manifestações em si têm à partida de respeitar a necessidade de se tomarem precauções contra os riscos para a saúde pública durante as próprias manifestações.
António Vaz Carneiro, especialista em medicina interna e diretor do Instituto de Saúde Baseada na Evidência, defende que esta recomendação da DGS não se justifica e lembra que não existem estudos científicos que comprovem que o uso de máscaras ao ar livre proteja as pessoas do vírus. “Acredito que o risco é tão pequeno que é completamente inútil usar máscaras em espaços abertos”, diz. O médico defende que primeiro é preciso saber cientificamente quantas pessoas se infetam nos parques, à entrada das escolas, ou nas filas para os supermercados. “Sem isso estamos a adivinhar.” E deixa uma pergunta: “Vale a pena viver numa sociedade de mascarados? Além disso, é preciso ter em conta o incómodo que a máscara representa.” António Vaz Carneiro acredita que 99,9% da população usa mal a máscara. “Basta tocar numa com os dedos para ela ficar inutilizada”. O especialista salienta que as autoridades de saúde devem usar “o senso comum” e deixar que sejam as pessoas a decidirem se querem ou não usar máscara na rua. E não entrar em atitudes mais fundamentalistas. “Já agora, porque não meter de 5 em 5 metros uma garrafa de álcool/gel nos parques nacionais?”.
Mas ouve quem especificamente disse que queria ver se quem não usou máscara e adoeceu de Covid-19 tinha coragem de escolher voluntariamente ir até ao “fim da linha”, e autopenalizar-se ficando em casa a assumir as consequências da sua escolha. “A responsabilidade é o que é necessário”, enfatizou um clínico. As manifestações são um duplo perigo, porque as manifestações em si têm à partida de respeitar a necessidade de se tomarem precauções contra os riscos para a saúde pública durante as próprias manifestações.
Um clínico, no entanto, foi mais longe: "Na medida em que o sistema de saúde dos EUA está sobrecarregado por pessoas que não estão a cuidar de si próprias de forma adequada, essas pessoas que ignoram as recomendações de saúde pública deveriam assinar uma renúncia, ao não quererem usar máscara nos sítios onde ela é obrigatória. E então, se mais tarde tiverem que ser tratadas da Covid-19 num hospital, as despesas deviam-lhe ser imputadas."
Para o virologista Pedro Simas, a recomendação da DGS é válida. “Vivemos num período de grande incerteza. O comportamento de cada cidadão vai ser importante para evitarmos uma segunda vaga descontrolada.” Este investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa defende que quanto mais pessoas usarem máscara em espaços abertos mais dificilmente o vírus se espalhará. Pedro Simas esteve há poucas semanas na Feira do Livro, em Lisboa, e dá como bom exemplo o que se passou naquele evento que juntou milhares de pessoas em poucos dias no Parque Eduardo VII: “Toda a gente usava máscara”. Acredita que as autoridades fizeram bem em não obrigar os portugueses ao uso de equipamentos de proteção individual na rua e apenas em fazer uma recomendação. “A medida da DGS não fere a liberdade individual. É uma sugestão baseada numa evidência científica. Usar máscara em espaços abertos partilhados com mais pessoas é uma responsabilidade civil de cada um. Não se deve impor uma coisa destas numa democracia.”
Para o virologista Pedro Simas, a recomendação da DGS é válida. “Vivemos num período de grande incerteza. O comportamento de cada cidadão vai ser importante para evitarmos uma segunda vaga descontrolada.” Este investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa defende que quanto mais pessoas usarem máscara em espaços abertos mais dificilmente o vírus se espalhará. Pedro Simas esteve há poucas semanas na Feira do Livro, em Lisboa, e dá como bom exemplo o que se passou naquele evento que juntou milhares de pessoas em poucos dias no Parque Eduardo VII: “Toda a gente usava máscara”. Acredita que as autoridades fizeram bem em não obrigar os portugueses ao uso de equipamentos de proteção individual na rua e apenas em fazer uma recomendação. “A medida da DGS não fere a liberdade individual. É uma sugestão baseada numa evidência científica. Usar máscara em espaços abertos partilhados com mais pessoas é uma responsabilidade civil de cada um. Não se deve impor uma coisa destas numa democracia.”
Tal como preconizam as autoridades de saúde, Simas defende que só não faz sentido colocar-se a máscara num parque vazio. Aí o risco de contágio é mínimo: “Vai sempre haver fações da população que não concordam com estas medidas. Há movimentos antimáscaras, tal como há, por exemplo, movimentos muito fortes antivacinas. É importante usar máscaras para conquistar a liberdade, proteger os grupos de risco e evitar a segunda vaga.”
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