"E disse Deus: Haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus o firmamento, e fez separação entre as águas que estavam debaixo do firmamento e as águas que estavam sobre o firmamento; e assim foi. E chamou Deus o firmamento Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo." Génesis 1:6-8.
O mais famoso elogio da loucura é o de Erasmo de Roterdão, dizem escrito numa semana para divertimento de um amigo: Thomas More, autor da também famosa Utopia. A linguagem é alternadamente irónica e cómica, ou sábia e severa, e nem sempre a lição é fácil de entender. Criticando as nossas vaidades e fraquezas, esta obra celebra a simplicidade através da exaltação da fé dos primeiros cristãos.
Ora bem, a ética para ser assimilada pelo povo tem de vir de cima. Mas estamos em tempos em que o que vem de cima, e o que chega aos cidadãos através da televisão, deixa muito a desejar. O que está a dar não é dar ao povo o que ele precisa de receber, mas é dar ao povo o que ele quer. E o que ele quer é o que ele gosta. Não se cumpre a missão de enfrentar as dificuldades que agora temos pela frente com modelos de vida fácil. E aplico aqui a palavra fácil no sentido de ceder à demagogia. É maléfico para a Democracia a prática de comportamentos que facilitam promiscuidades. A cultura de leviandades, ou facilitismos, não é adequada para o que nos espera, muito menos para as novas gerações. As novas gerações não podem ser alimentadas só a papas.
Em nossos dias, o Relativismo tem assumido várias formas distintas. Nas versões mais radicais, entende-se que quaisquer opiniões são igualmente justificáveis. Mas o Relativismo não é uma corrente de pensamento monolítica. Em Filosofia é mais o relativismo cognitivo que está em causa. E o que muitas vezes se discute é o relativismo cultural e o relativismo moral.
O relativismo cultural é um processo de observar o conhecimento de sistemas culturais sem uma visão etnocêntrica em relação à sociedade. Consiste em registar que diferentes pessoas têm crenças diferentes; que as opiniões variam de comunidade para comunidade, e de uma época para outra. Nesse caso, não se afirma que tais crenças ou opiniões sejam verdadeiras ou justificadas, e, portanto, não se trata de relativismo cognitivo (epistemológico). Tal diversidade de crenças não se submete a uma visão absolutista ou objetivista do conhecimento. Realizar a observação relativista de uma sociedade é realizá-la sem usar qualquer meio ou parâmetro preconcebido e, assim, estudar o sistema cultural em questão sem nenhum preconceito. E, com isso, realizar a avaliação sem privilegiar os valores de um só ponto de vista, e estruturar o corpo social a partir de suas próprias características. As culturas estudadas adquirem, assim, os seus próprios sistemas de valores e a sua própria integridade cultural.
E, portanto, que é Relativista não tem de decidir entre opiniões rivais, nunca se sentindo obrigado a substituir uma crença por outra. Nesse caso, um crítico do Relativismo argumenta que o Relativista, assim, não consegue mostrar, mas deveria mostrar, que a sua posição é melhor que a do seu oponente. Uma alternativa seria seguir algumas regras de evidência. Mas para isso os factos deveriam estar a salvo de perspetivas, o que nem sempre acontece.
Numa crítica suave ao Relativismo, poderemos argumentar que numa sociedade relativista só os valores, e não os factos, são atendíveis ao Relativismo. Porque quanto aos factos, as coisas mudam de figura. O facto de a Terra ser redonda, e não plana, e girar como um pião à volta do Sol ad eternum, e não estar fixa, não é uma questão de opinião, não é uma ideia relativa à sociedade. Ou é redonda, ou não é. Para um relativista social, que não implica que tenha de ser um relativista cognitivo (epistémico), os juízos de valor são uma coisa, e os juízos de facto são outra. Um Relativista assim, que não é radical, defende que apenas os juízos de valor são aceitáveis como preferências sociais arbitrárias. O que difere de um não-relativista, que tende a defender valores com vínculo etnocêntrico, com a justificação de que o relativismo torna impossível um avanço científico nas ciências da cultura na medida em que coloca todos os tipos de análise, absurdas ou não, em igualdade de veracidade.
Relativistas moderados como Richard Rorty ou Thomas Kuhn sugerem, a partir de evidências históricas, que as preferências por certos padrões de investigação, por certos objetivos cognitivos variam com o tempo e dependem do contexto considerado. E mais do que isso: a sua validade e autoridade dependem da prática estabelecida no interior de uma comunidade. Eles questionam as tentativas de codificar a racionalidade científica mediante um certo conjunto de regras metodológicas que guiam a atividade científica; mas não apenas isso, questionam também a tese de que a racionalidade científica permaneça em grande parte estável e invariante com o passar do tempo, apesar das novas descobertas e das mudanças sociais e culturais. Eles criticam o essencialismo – a suposição de que as marcas características da racionalidade científica não estão elas próprias sujeitas a mudanças e revisões. Eles reconhecem que as normas do que conta como "boa ciência" também se transformam ao longo da história e não devem ser consideradas como uma estrutura rígida que não sofre mudanças substanciais.
Certos valores são relativos às sociedades. Veja-se o exemplo da escravatura. Hoje não há nenhuma sociedade que aceite a escravatura. Mas noutros tempos era uma coisa natural, praticamente em todas as sociedades. Mas podemos defender que, apesar de todas essas justificações, há valores, como o valor da vida, não estão sujeitos à relatividade social. Assim como o roubo não pode ser subscrito por nenhuma sociedade. O homicídio e o roubo não podem ser relativizados.
Ao longo do tempo abandonámos várias tradições e costumes porque prejudicavam algumas pessoas da nossa sociedade. Digamos que a procura da “Verdade” é um processo natural na evolução das sociedades humanas. E aqui podemos diferenciar a verdade dos factos da verdade lógica. Um exemplo de verdade lógica é considerar que quem defenda que é tolerante com o intolerante está a ser incoerente com a verdade lógica. É um erro lógico dizer: “Por ser para mim a tolerância um imperativo categórico tenho de ser tolerante em relação ao intolerante”. Esta afirmação em si é um paradoxo, é incoerente, porque ao partir de uma premissa que considera a tolerância um imperativo, está ao mesmo tempo a contradizer-se ao deixar entrar a intolerância pela porta das traseiras: um oxímoro.
Uma das fraquezas argumentativas do não-relativista forte prende-se com a exigência da imparcialidade. E na prática verifica-se que um não-relativista só consegue a imparcialidade apenas em relação a alguns valores, mas não em relação a todos. A vida humana seria inviável se todos fossem imparciais: rigorosamente imparciais. Se assim fosse, cairiam por terra certos valores como: a família; o amor; a amizade. Em relação a esses valores fundamentais numa sociedade humana, nem sempre seria desejável agir de maneira imparcial.
Ora bem, a ética para ser assimilada pelo povo tem de vir de cima. Mas estamos em tempos em que o que vem de cima, e o que chega aos cidadãos através da televisão, deixa muito a desejar. O que está a dar não é dar ao povo o que ele precisa de receber, mas é dar ao povo o que ele quer. E o que ele quer é o que ele gosta. Não se cumpre a missão de enfrentar as dificuldades que agora temos pela frente com modelos de vida fácil. E aplico aqui a palavra fácil no sentido de ceder à demagogia. É maléfico para a Democracia a prática de comportamentos que facilitam promiscuidades. A cultura de leviandades, ou facilitismos, não é adequada para o que nos espera, muito menos para as novas gerações. As novas gerações não podem ser alimentadas só a papas.
Em nossos dias, o Relativismo tem assumido várias formas distintas. Nas versões mais radicais, entende-se que quaisquer opiniões são igualmente justificáveis. Mas o Relativismo não é uma corrente de pensamento monolítica. Em Filosofia é mais o relativismo cognitivo que está em causa. E o que muitas vezes se discute é o relativismo cultural e o relativismo moral.
O relativismo cultural é um processo de observar o conhecimento de sistemas culturais sem uma visão etnocêntrica em relação à sociedade. Consiste em registar que diferentes pessoas têm crenças diferentes; que as opiniões variam de comunidade para comunidade, e de uma época para outra. Nesse caso, não se afirma que tais crenças ou opiniões sejam verdadeiras ou justificadas, e, portanto, não se trata de relativismo cognitivo (epistemológico). Tal diversidade de crenças não se submete a uma visão absolutista ou objetivista do conhecimento. Realizar a observação relativista de uma sociedade é realizá-la sem usar qualquer meio ou parâmetro preconcebido e, assim, estudar o sistema cultural em questão sem nenhum preconceito. E, com isso, realizar a avaliação sem privilegiar os valores de um só ponto de vista, e estruturar o corpo social a partir de suas próprias características. As culturas estudadas adquirem, assim, os seus próprios sistemas de valores e a sua própria integridade cultural.
E, portanto, que é Relativista não tem de decidir entre opiniões rivais, nunca se sentindo obrigado a substituir uma crença por outra. Nesse caso, um crítico do Relativismo argumenta que o Relativista, assim, não consegue mostrar, mas deveria mostrar, que a sua posição é melhor que a do seu oponente. Uma alternativa seria seguir algumas regras de evidência. Mas para isso os factos deveriam estar a salvo de perspetivas, o que nem sempre acontece.
Numa crítica suave ao Relativismo, poderemos argumentar que numa sociedade relativista só os valores, e não os factos, são atendíveis ao Relativismo. Porque quanto aos factos, as coisas mudam de figura. O facto de a Terra ser redonda, e não plana, e girar como um pião à volta do Sol ad eternum, e não estar fixa, não é uma questão de opinião, não é uma ideia relativa à sociedade. Ou é redonda, ou não é. Para um relativista social, que não implica que tenha de ser um relativista cognitivo (epistémico), os juízos de valor são uma coisa, e os juízos de facto são outra. Um Relativista assim, que não é radical, defende que apenas os juízos de valor são aceitáveis como preferências sociais arbitrárias. O que difere de um não-relativista, que tende a defender valores com vínculo etnocêntrico, com a justificação de que o relativismo torna impossível um avanço científico nas ciências da cultura na medida em que coloca todos os tipos de análise, absurdas ou não, em igualdade de veracidade.
Relativistas moderados como Richard Rorty ou Thomas Kuhn sugerem, a partir de evidências históricas, que as preferências por certos padrões de investigação, por certos objetivos cognitivos variam com o tempo e dependem do contexto considerado. E mais do que isso: a sua validade e autoridade dependem da prática estabelecida no interior de uma comunidade. Eles questionam as tentativas de codificar a racionalidade científica mediante um certo conjunto de regras metodológicas que guiam a atividade científica; mas não apenas isso, questionam também a tese de que a racionalidade científica permaneça em grande parte estável e invariante com o passar do tempo, apesar das novas descobertas e das mudanças sociais e culturais. Eles criticam o essencialismo – a suposição de que as marcas características da racionalidade científica não estão elas próprias sujeitas a mudanças e revisões. Eles reconhecem que as normas do que conta como "boa ciência" também se transformam ao longo da história e não devem ser consideradas como uma estrutura rígida que não sofre mudanças substanciais.
Certos valores são relativos às sociedades. Veja-se o exemplo da escravatura. Hoje não há nenhuma sociedade que aceite a escravatura. Mas noutros tempos era uma coisa natural, praticamente em todas as sociedades. Mas podemos defender que, apesar de todas essas justificações, há valores, como o valor da vida, não estão sujeitos à relatividade social. Assim como o roubo não pode ser subscrito por nenhuma sociedade. O homicídio e o roubo não podem ser relativizados.
Ao longo do tempo abandonámos várias tradições e costumes porque prejudicavam algumas pessoas da nossa sociedade. Digamos que a procura da “Verdade” é um processo natural na evolução das sociedades humanas. E aqui podemos diferenciar a verdade dos factos da verdade lógica. Um exemplo de verdade lógica é considerar que quem defenda que é tolerante com o intolerante está a ser incoerente com a verdade lógica. É um erro lógico dizer: “Por ser para mim a tolerância um imperativo categórico tenho de ser tolerante em relação ao intolerante”. Esta afirmação em si é um paradoxo, é incoerente, porque ao partir de uma premissa que considera a tolerância um imperativo, está ao mesmo tempo a contradizer-se ao deixar entrar a intolerância pela porta das traseiras: um oxímoro.
Uma das fraquezas argumentativas do não-relativista forte prende-se com a exigência da imparcialidade. E na prática verifica-se que um não-relativista só consegue a imparcialidade apenas em relação a alguns valores, mas não em relação a todos. A vida humana seria inviável se todos fossem imparciais: rigorosamente imparciais. Se assim fosse, cairiam por terra certos valores como: a família; o amor; a amizade. Em relação a esses valores fundamentais numa sociedade humana, nem sempre seria desejável agir de maneira imparcial.
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