sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Steven Pinker e a imposição do unanimismo estúpido



Um grupo de académicos americanos, submeteu uma petição contra Steven Pinker, por este ter emitido opiniões que consideraram terem conotações racistas e sexistas. E pretendiam que fosse saneado da Faculdade. Uma punição, portanto. 

Agora, não faltam professores sem descanso, apreensivos, com medo que lhes possa acontecer o mesmo, uma vez que as suas opiniões, pelo critério desse grupo de sensores de esquerda, até podem ser piores que as de Steven Pinker. Num inquérito que, entretanto, foi efetuado nessa universidade, mais de metade dos inquiridos considerou poder exprimir opiniões fora da caixa, ou seja, fora do consenso que está instalado na Academia. Um cenário académico bastante perigoso para a trajetória profissional de qualquer professor, sobretudo do sexo masculino.

Um professor, que é assistente na Faculdade, de ascendência indiana, escreveu: "Neste momento, estou mais ansioso com este problema do que com qualquer outro problema da minha carreira". Notando: "A verdade é que, nos últimos anos, esta nova norma, de intolerância e culto da justiça social, marginalizou-me mais do que todo o racismo que já enfrentei na minha vida".

Estas imposições de uma linguagem estereotipada, que se enraíza numa visão fanática do mundo, tem como alvo aqueles que alegadamente se desviam da norma do politicamente correto, pulverizando-os com acusações de "supremacistas". Um professor de História relata que a Administração da sua Escola está seriamente a considerar a criação de um sistema de denúncia anónima para que alunos e professores possam denunciar qualquer preconceito, relacionado com os temas identitários, que tenham percebido à sua volta. É o caso de um professor que foi denunciado por numa aula, ter elogiado a perspetiva alegadamente machista branca de um dos Pais Fundadores da América. A Administração convocou-o para um "círculo de auditores", a fim de se exprimir melhor as suas ideias. O que acabou por redundar no seu silenciamento, enquanto os estudantes lhes explicavam o quanto os tinham ofendido. 

A maioria do pessoal docente de várias universidades da América passam a vida a censurar-se e a pedir desculpa por tudo e por nada, com medo de serem despedidos por expressarem as "opiniões erradas". Muitos são defensores da liberdade de expressão, dos dados científicos e de um debate saudável. Mas hoje-em-dia essas pessoas tentam falar o menos possível para não se comprometerem, com o medo de declararem publicamente afirmações que desagradem a uns certos censores do politicamente correto. E lamentam tal facto, na medida em que se classificam como sendo pessoas politicamente identificadas com a esquerda ou com o centro-esquerda.

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