A família Farnésio foi uma influente família italiana da aristocracia que ostentou o Ducado de Castro entre 1537 e 1649 e o Ducado de Parma e Placência entre 1545 e 1731. Os seus importantes membros incluíram o papa Paulo III e os duques de Parma e de Placência. O poderio dos Farnésio e a sua ligação com as mais ilustres famílias romanas teve lugar desde tempos de Rainúncio Farnésio, o Velho [1390-1450]. Era um protegido do papa Eugénio IV. Rainúncio casou o seu filho Gabriel Francisco com Isabel Orsini. O filho Pedro Luís foi o continuador com Joana Caetani. Foi desse casamento que nasceram: Paulo III, o papa; e Júlia Farnésio.
Entre os séculos XVI e XVII os Farnésio distinguiram-se pela sua protecção às artes. A eles se deve a construção do Palácio Farnésio em Roma, da Villa Farnese, em Caprarola, da Igreja de Jesus em Roma e do Palácio della Pilotta em Parma, atualmente a Galeria Nacional de Parma. O último Farnésio soberano de Parma foi António Farnésio [1679-1731]; ao morrer sem sucessão direta, o ducado passou para o filho da sua sobrinha Isabel Farnésio e do monarca espanhol Filipe V, o terceiro filho varão infante Filipe de Bourbon, que fundou a Casa de Bourbon-Parma.
Pedro Luís Farnésio tomou posse de seu estado em 23 de setembro de 1545, permaneceu em Parma uns poucos meses e depois transferiu-se para Placência, escolhendo-a como capital e sede da corte. Não mostrou nenhuma gratidão ao Papa, considerando a formação do ducado como mérito totalmente seu, e buscou deixar de ser vassalo dos Estados Pontifícios e tornar-se vassalo do Sacro Império Romano-Germânico, coisa que o imperador Carlos V o recusou.
Para garantir a segurança do Estado, Pedro Luís criou as legiões compostas de cinco companhias de 200 infantes cada, e uma guarda pessoal. Pedro Luís sabia bem que os nobres o odiavam e que o povo não tinha por ele grande simpatia. Assim, para melhor controlar a situação, decidiu que quem tivesse uma renda superior a 200 escudos devia residir na cidade, sob pena de perda dos bens. Todas estas precauções eram necessárias porque Carlos V, que entretanto se havia tornado hostil ao papa, não tinha gratidão pela cessão do ducado a Pedro Luís. Devido a esta hostilidade, havia recomeçado a formação da facção dos guelfos com o papa, a França, Veneza, Parma e Ferrara e da facção gibelina com o imperador, Espanha, Génova, os Médici e os Gonzaga. Foi Ferrante I Gonzaga, governante de Milão que, tendo descoberto que o imperador queria apoderar-se do ducado de Parma e Placência com a morte do papa, decidiu atacar os Farnese aos quais dedicava um ódio mortal.
Os Franceses tinham recebido reforços e eram agora mais
numerosos que as tropas de Beaulieu. No dia 3 de maio, os Franceses reuniram
uma força formada por seis batalhões de granadeiros e fuzileiros, sob o comando
do general de brigada Dallemagne. Durante os dias 5 e 6, esta força percorreu
quase 90 Km até à ponte em Placência. O Major de Artilharia Antoine-François
Andréossy, conseguiu reunir um conjunto de barcaças. A operação de travessia
foi executada sob comando do coronel Jean Lannes. Encontraram uma resistência
muito ligeira e a operação foi um sucesso. No dia seguinte entraram em contacto
com o flanco esquerdo de Beaulieu e registaram-se alguns combates.
No dia 9, todo o exército de Napoleão tinha atravessado o
rio Pó. Nesta operação, durante a noite, o general Laharpe foi mortalmente
atingido por um atirador francês da sua própria unidade. Placência, onde foi
feita a travessia do rio Pó, pertencia ao Ducado de Parma e era uma cidade
neutral. Napoleão não só infringiu a neutralidade de Parma como ainda cobrou ao
duque 80 000 libras a fim de pagar às tropas francesas. Também fez grandes
requisições de abastecimentos e enviou para Paris vinte pinturas de Miguel
Ângelo e Correggio. No Ducado de Módena, procedeu de igual forma. Na realidade,
estava a cumprir ordens do Diretório.
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